Economia

Três variedades de café criadas no Espírito Santo são patenteadas pelo Incaper

Registro garante à instituição a propriedade das cultivares por 18 anos e não gerará custos a quem desejar produzi-los. O produtor deverá firmar uma parceria com o Instituto

Incaper obtém patente de três variações criadas no Estado Foto: ​

Diamante, Jequitibá e Centenária, três variações de café Conilon desenvolvidas no Estado foram patenteados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), logo após completar um ano de seu lançamento. É a primeira vez que uma instituição capixaba recebe o direito de proteção.

O registro, que garante à instituição a propriedade das cultivares e é válido por 18 anos, não gerará custos a quem desejar produzir os tipos de café, pois o Incaper abriu mão do direito aos royalties pela patente. Entretanto, para cultivar as variedades do produto, o produtor deverá firmar uma parceria com o Instituto. Isso garantirá que a planta tenha procedência e características registradas.

As diferenças

Ao longo de mais de 20 anos de pesquisa, o Incaper fez avaliações científicas de mais de mil clones em diferentes ambientes. Foram consideradas 17 características associadas à produção e à qualidade da bebida. Em seguida, os pesquisadores selecionaram e agruparam os clones superiores, obtendo três novas cultivares, que se diferenciam uma da outra pela época de maturação dos frutos. 

As três variedades de Conilon possuem, além de elevada produtividade, outras vantagens: qualidade demandada pela indústria e consumidores; maturação em diferentes épocas; resistência à ferrugem e plantas boas para realização de poda e manejo da lavoura.

Diamante, Jequitibá e Centenária diferenciam-se pela época de maturação dos frutos e por pequenas variações de produtividade. O primeiro tipo é colhido no mês de maio e possui produtividade média de 80,73 sacas por hectare. Já o Conilon Jequitibá tem colheita concentrada em junho, com produtividade média de 88,75 sacas/he. A colheita da variedade Centenária é em julho e rende, em média, 82,36 sacas por hectare.

Patente na produção de mudas

A lei de proteção de cultivares passou a valer em 1997 e quem concede o direito é o Serviço Nacional de Proteção de Cultivares, vinculado ao Ministério da Agricultura. Para ser certificada, a instituição precisa elaborar um produto distinto de qualquer outra já desenvolvido e lançado, além de ter que ser homogêneo e estável, para representar uma inovação. A partir da data em que o direito é concedido, ele tem validade de 18 anos.