O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a taxação de 25% para a importação do aço e do alumínio nesta segunda-feira (10). A medida impacta diretamente o Espírito Santo.
Isso porque o país norte-americano é um dos maiores compradores do aço capixaba. No ano passado, quase 30% das exportações foram para os Estados Unidos.
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Deste total, foram exportados mais de US$ 300 milhões em minério de ferro, principal matéria-prima do aço, e quase US$ 1 bilhão em aço.
Taxação de 25% do aço: Sindiex recomenda atenção
O Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex) informou que tem acompanhado de perto o cenário econômico internacional e as mudanças globais que impactam diretamente o comércio exterior capixaba.
Mesmo diante das incertezas geradas por medidas protecionistas nos Estados Unidos, e outras variáveis geopolíticas, seguimos otimistas com as perspectivas para 2025. No entanto, avaliamos ser fundamental que o Brasil e o Espírito Santo se mantenham atentos às oportunidades e desafios comerciais que possam surgir nesses momentos desafiadores, diz nota do Sindiex.
A entidade chama atenção para a geração de novos negócios.
“Esse cenário de mudanças nas relações internacionais oferecem novas possibilidades para diversificação de mercados e expansão do comércio exterior. Acreditamos que, com diálogo e parcerias estratégicas, vamos avançar ainda mais, aproveitando, além da nossa posição geográfica privilegiada, a infraestrutura crescente para alcançar novos destinos e consolidar o Estado como um player importante no comércio internacional”.
Exploração de outros mercados
Para o especialista em relações internacionais, Daniel Duarte, a taxação deve se refletir em maior oferta no mercado interno, principalmente na queda dos preços do produto no Brasil.
“Não se deve esperar uma queda no valor do produto aqui no Espírito Santo, mas sim um reajuste nas exportações. Uma queda de exportações para os Estados Unidos e um novo mercado a ser descoberto pelo exportador capixaba”, disse.
Apesar disso, segundo ele, é preciso expandir os horizontes e encontrar novos mercados consumidores ao redor do mundo.
“O Espírito Santo passa a precisar encontrar uma forma de entrar no mercado chinês e outros mercados, como a própria União Europeia, que tem uma demanda por esse produto bastante grande”.
Procurada, a ArcelorMittal informou que a posição oficial seria dada pelo Instituto Aço Brasil, entidade que representa as empresas brasileiras produtoras de aço.
Pragmatismo nas negociações
O economista Vaner Correa afirma que o Espírito Santo tem conquistado mercados ao longo dos anos.
No entanto, é necessário manter o pragmatismo em negociações e relações comerciais com outros países, em especial os Estados Unidos.
“O Estado que está inserido neste grande cenário macroeconômico brasileiro talvez não sofra tanto e temos crescido muito, porque temos conquistado os mercados. Precisamos ser muito pragmáticos na relação comercial com outros países, sobretudo com uma potência, um império que ainda é os Estados Unidos da América”, afirmou.
*Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record