Apesar da vasta oferta de produtos e dos descontos atrativos, alguns consumidores ainda pisam no freio na hora de aproveitar a Black Friday. A desconfiança vem da própria experiência do brasileiro com as promoções do dia por aqui, já que reclamações com preços mentirosos e problemas técnicos dos sites se tornaram comuns.
No Brasil, a primeira edição da Black Friday movimentou R$ 3 milhões em vendas. Em 2013, esse volume saltou para R$ 424 milhões, quase o dobro do registrado em 2012, que por sua vez já tinha registrado um aumento de 117% em relação a 2011.
A questão é que o aumento das vendas trouxe também o aumento dos problemas, principalmente críticas quanto à maquiagem de preços – prática de elevar o valor de um produto dias antes da data da promoção para oferecer um “desconto” em que o preço cobrado é igual ou até mesmo superior ao valor não-promocional. Por causa disso, a Black Friday ganhou nomes como “Black Fraude” e “a metade do dobro” por aqui.
Em 2013, uma pesquisa feita por empresas de monitoramento de comércio eletrônico mostrou que o número de produtos que ficaram mais caros na Black Friday foi maior do que o dobro daqueles que receberam descontos. Após o evento, 22,6% das mercadorias oferecidas com “ofertas” tiveram seus preços reduzidos.
Mas para o economista e Mestre em Administração Antônio Marcus Machado, esses problemas estão cada vez mais no passado e essa desconfiança da relação entre o comerciante e o consumidor precisa desaparecer, especialmente em momentos de crise. “As vendas têm que ser boas para ambas as partes porque a crise está aí para todo mundo. Quem está vendendo te que ser verdadeiro tanto no preço quanto na qualidade do produto”, afirma.
Além disso, vale a pena monitorar os preços para saber o valor real do produto e perceber se o desconto realmente é vantajoso.
Resumindo… O consumidor deve, sim, aproveitar os descontos na Black Friday e partir para as compras. Mas, atenção: é sempre importante observar se realmente precisa do produto, e não se deixar levar apenas pelos preços. “Agora não é hora de comprar o que gostaria de ter, mas o que precisa ter”, aconselha Machado.