Economia

Vale afirma que pode haver desabastecimento no complexo de Tubarão após suspensão de atividades em Minas Gerais

O Complexo de Itabira teve as atividades paralisadas após denúncia de que 200 funcionários estariam com a covid-19 no local

Foto: Divulgação/Vale

A suspensão das atividades do Complexo de Itabira, em atendimento a uma decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, em Minas Gerais pode resultar em desabastecimento temporário no Complexo de Tubarão, no Espírito Santo. A informação foi confirmada pela mineradora Vale, em nota divulgada no último fim de semana.

O Complexo de Itabira é composto pelas minas de Conceição, Cauê e Periquito e fornece a matéria prima para o complexo localizado em solo capixaba. “A Vale informa que poderá haver desabastecimento temporário de pelotas para o mercado interno, enquanto permanecer a paralisação de Itabira, tendo em vista que o complexo fornece pellet feed para as pelotizadoras do complexo de Tubarão”, diz a nota.

A companhia afirmou que mantém a projeção de produção. O chamado guidance de volume de produção de minério de ferro de 310-330 milhões de toneladas (Mt) em 2020 considera um impacto negativo de 15Mt provenientes de eventuais impactos decorrentes do combate ao Covid-19. “Considerando a produção mensal esperada de 2,7 Mt do Complexo de Itabira para os próximos meses e o provisionamento de até 15 Mt de perdas associadas à Covid-19 em 2020, não há, nesse momento, necessidade de revisão do guidance”, afirma a nota.

A Vale informou, ainda, que adotou as medidas necessárias para suspender as atividades do estabelecimento minerário do Complexo de Itabira, em atendimento a uma decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, que restabeleceu os efeitos de Termo de Interdição emitido pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, em Minas Gerais.

A determinação vai vigorar até julgamento do mérito da ação ou até que sejam implementadas as medidas de controle para proteção ao coronavírus determinadas pelos auditores fiscais do trabalho, sob pena de multa diária no valor de R$ 500 mil, fixada em decisão de ontem pelo mesmo tribunal.

No último dia 29 de maio, a Vale tinha ajuizado pedido de liminar após o termo de interdição do complexo. Na quarta-feira (27), a justiça havia determinado a interdição das atividades no complexo da mineradora na cidade, após denúncia de que 200 funcionários estariam com a covid-19.

“A Vale informa que a paralisação das atividades das referidas minas segue todos os critérios técnicos e protocolos de segurança, para proteger a saúde dos trabalhadores. A Vale informa, ainda, que tem consciência de sua responsabilidade socioeconômica e, desde o início da pandemia, tem buscado meios para contribuir com a sociedade brasileira na luta contra o vírus, protegendo seus empregados e as comunidades no entorno de suas operações”, diz a empresa em comunicado, no qual cita ações como testagem em massa e medidas de segurança de seus empregados e colaboradores.

*Com informações do Estadão