Os sindicatos que estiveram presentes na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (1), durante reunião da Comissão Especial que trata das demissões na mineradora Vale no Espírito Santo, afirmam que a empresa tem praticado demissões em massa desde 2008.
De acordo com diretor do Sindfer ES/MG, Carlos Uliana, em 2015, até o mês de junho, que ainda não teve balanço fechado, teriam sido registradas 414 casos.
Ele explicou durante depoimento que, em 2009, considerado o ano mais crítico de crise no setor, teriam ocorrido 410 demissões.
Em nota a Vale informou que mantém uma taxa de rotatividade bem abaixo da média da indústria brasileira de mineração e siderurgia, que é de 15%, embora não tenha informado o número total de demissões.
Segundo a empresa, com o objetivo de se adaptar ao atual cenário do setor, a Vale está aproveitando a rotatividade natural para aumentar sua produtividade. Disse ainda que a empresa está focando suas atenções na alocação de recursos, na otimização e simplificação de processos e no desenvolvimento de ativos de classe mundial.
A assessoria da deputada Janete de Sá, proponente da comissão especial criada para averiguar, debater e buscar alternativas para as demissões, informou que, durante depoimento, o diretor de pelotização da Vale, Armando Maurício Max, falou das dificuldades que a empresa vem enfrentando por causa da crise.
Segundo ele, o preço do minério teve queda de 67%, entre 2011 e 2015, passando de U$ 170 a tonelada para U$ 47, preço pago pelo produto no mês de abril desse ano.
Ainda de acordo com informações fornecidas pela assessoria da deputada, o diretor de pelotização, explicou que no primeiro trimestre deste ano, a Vale teve um prejuízo financeiro de R$ 9,5 bilhões.
A deputada Janete mostrou-se inconformada com o grande volume de demissões. “Eu considero que ele (diretor da Vale) está tentando ser estratégico e político ao tentar mostrar as operações da empresa, claro pra justificar o que está acontecendo no Espírito Santo, mas não concordo com as informações de que estrategicamente eles definiram que no estado eles precisam reduzir postos de trabalho e precisam aumentar a produtividade”, afirmou.