O valor gasto com a exportação de gengibre capixaba no primeiro mês do ano de 2024 foi de US$ 885.391 (R$ 4,40 milhões), um crescimento de 114% em relação ao mesmo período do ano de 2023. Esse foi o maior valor mensal já registrado com exportação na série histórica para o gengibre no mês de janeiro deste ano.
No mês de janeiro foram exportadas mais de 366 toneladas de gengibre, enquanto no mês do ano anterior foram comercializadas 436 toneladas. Mesmo com a queda no volume exportado, as divisas geradas aumentaram. O crescimento do gengibre no comércio exterior chama a atenção pela valorização que o produto obteve no cenário internacional.
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Na média de preços praticados durante o ano de 2022, a cotação do gengibre foi de US$ 0,97 por quilo exportado. Já em 2023, passou a ser de US$ 2,12 por quilo, um aumento de 118,7% no preço médio.
A valorização teve uma influência na receita obtida, que aumentou 98,3% em relação ao no de 2022, mesmo exportando um volume 9,3% menor no último ano.
Com esse novo cenário estabelecido no ano de 2023, o gengibre conquistou a posição de 4º produto mais importante para o agronegócio capixaba, depois de café, celulose e pimenta-do-reino.
“O Espírito Santo é referência na produção e exportação de gengibre. Somos responsáveis por mais da metade de todo o gengibre exportado pelo Brasil. Esse protagonismo tem sido valorizado pelo mercado externo, que se dispôs a pagar um preço maior devido à qualidade que só se encontra em terras capixabas. E temos boas expectativas para 2024, pois os preços comercializados em janeiro continuam em alta”, afirma o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
O Estado é o maior produtor e exportador de gengibre do País. A família Schaeffer, formada pelo casal Leomar e Viviane Schaeffer, e os filhos Wallisson e Tamirys Schaeffer, em Santa Leopoldina, vem se destacando na produção e exportação de gengibre. O cultivo da cultura é a principal fonte de renda de toda a família.
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O início das atividades da família Schaeffer foi em 2003, com uma produção entre mil e duas mil caixas por ano. Com o passar dos anos, a alta demanda por exportação e a valorização da cultura despertaram o interesse dos Schaeffer e o gengibre alçou voos para os quatro cantos do planeta. Viram na oportunidade a possibilidade de expansão do negócio e, atualmente, ele mesmo é responsável pela comercialização e exportação do seu produto.
“Eu mesmo exporto diretamente ao cliente no exterior. Sempre existe alguma dificuldade, por exemplo, da oferta e procura. No último ano o valor do produto valorizou muito, mas este ano a oferta está grande e esse panorama pode mudar”, ressaltou Schaeffer.
O sucesso das exportações de gengibre também se deve à influência do crescimento da produção no Estado. Em 2012, o Espírito Santo contava com uma área de 246 hectares e produção de 8.565 toneladas.
Dez anos depois, em 2022, a área passou a ser de 1.169 hectares, com produção de 59.506 toneladas, ou seja, em uma década, a área do gengibre quadriplicou e a produção cresceu seis vezes em relação ao ano de 2012, segundo a Gerência de Dados e Análises, da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.
Produção
A produtividade média atual do gengibre no Estado é de 50,9 toneladas por hectare. A renda gerada com o gengibre que fica na propriedade rural em 2022 foi de R$ 97,7 milhões, ainda de acordo com a Gerência de Dados e Análises da Seag, a partir de dados da pesquisa experimental do IBGE/Painel Agro/Incaper.
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A produção estadual de gengibre se concentra em oito municípios capixabas, sendo os três mais significativos na produção de 2022: Santa Maria de Jetibá, com 28.800 toneladas (48,39%); Santa Leopoldina, com 18.000 toneladas (30,25%); e Domingos Martins, com 8.280 toneladas (13,91%).