Economia

Medo de desabastecimento faz venda de caixa d'agua crescer até 30 vezes em Colatina

A população do município está se preparando para a chegada da onda de lama, que chegará ao município neste fim de semana e poderá provocar a suspensão do abastecimento

População de Colatina estoca água por medo da suspensão prolongada do abastecimento devido à lama Foto: Divulgação/Prefeitura

Às vésperas da chegada da onda de lama proveniente dos rompimentos de barragens de rejeitos de minérios da Samarco em Mariana, ocorrida na semana passada, a população de Colatina está preocupada com a falta de água na cidade, principalmente pela ameaça de suspensão por tempo indeterminado no fornecimento devido ao incidente que compromete todo o Rio Doce

Essa apreensão gerou um movimento incomum na cidade: a procura por recipientes para armazenar água, como caixas d’água e tonéis, aumentou em até 30 vezes nas lojas de material de construção. Em um desses estabelecimentos, a proprietária contou que, antes do incidente, eram vendidas 20 caixas por mês; agora, esse mesmo número de vendas é alcançado em um dia. 

Em outra loja, o estoque do material acabou, devido a enorme procura, e os moradores do município acabaram também com o estoque de tonéis de 200 litros, para a mesma finalidade. “Nove entre dez clientes chegam aqui procurando recipientes para armazenar água. Vendemos cerca de 200 caixas em uma semana, de todos os tamanhos, e outros 200 tonéis em apenas dois dias”, ressaltou o gerente Tadeu Silva.

Walmir Francisco é um dos inúmeros moradores da cidade que se preparou para a chegada da lama. Além da caixa de 1,5 mil litros que já possuía em casa, ele comprou mais uma, de 500 litros. “Aqui em Colatina todos estão se preparando para o pior, aproveitando que ainda não suspenderam a distribuição de água para estocar”, explicou. Quanto ao uso consciente do recurso guardado, Walmir é categórico: “já economizamos água aqui no município há muito tempo, desde que o Rio Doce começou a sofrer com a seca”.

A orientação da Prefeitura de Colatina vai ao encontro do esforço dos moradores da cidade: a população deve economizar água e se preparar para uma possível suspensão do abastecimento. Quanto ao prazo para a normalização do serviço, “somente após a chegada da lama e com a realização de exames diários da qualidade da água que atestem a qualidade da água, é que será possível prever um prazo”, salientou a assessoria do prefeito, em nota.