Economia

Venda de carros financiados volta a crescer no Brasil. Entenda o motivo!

Segundo relato de montadoras, o otimismo em 2018 foi mantido mesmo após paralisação dos caminhoneiros, Copa do Mundo e eleições

Foto: Reprodução/Pexels

A venda de automóveis financiados voltou a crescer no Brasil. A explicação do crescimento, de acordo com executivos da área de crédito a veículos de bancos brasileiros para o crescimento nos financiamentos do segmento, que ajuda a alavancar as vendas no ano, a alta é por conta de consumidores brasileiros que não ficaram desempregados, e com isso, conseguiram manter a renda durante o período de crise. 

Mantendo a renda, esses consumidores voltaram a comprar carro nos últimos meses, reflexo de uma recuperação de confiança após primeiros sinais da retomada econômica. 

De acordo com dados do Banco Central, a carteira de veículos cresceu 12% no mês de setembro quando comparada com o mesmo período em 2017. Os dados aparecem também nos resultados dos bancos no terceiro trimestre. 

Segundo o diretor do departamento de empréstimos e financiamentos do Bradesco, Leandro Diniz, a combinação de taxa de juro, envelhecimento da frota e o começo de uma curva positiva de confiança trouxe a demanda de volta para o mercado.  Além disso, há um espaço grande de crescimento antes de mudança no apetite de risco. “O banco tem pré-aprovado quase 6 milhões de clientes para compra de veículos. E pré-analisados outros 10 milhões”. 

Segundo André Novaes, diretor do Santander Financiamentos, a previsão do ano é alcançar os 3 milhões de veículos produzidos, ainda abaixo dos 3,7 milhões alcançados em 2013, o recorde do mercado. Isso ajuda a atrair clientes a queda da taxa básica de juros, que saiu de 14,25% ao ano para a mínima histórica atual de 6,50%. Com a forte competição nessa linha, os bancos tendem a repassar o custo menor ao consumidor. “Estamos crescendo em taxas ainda moderadas. A gente ainda tem um tempinho para chegar no número lá atrás, tem demanda reprimida, gente que adiou a compra e a troca do carro para entrar no ciclo de confiança”.

Em novembro, os bancos sinalizam financiamentos com taxas mínimas de 0,89% (sem considerar IOF e outros custos, como seguro que costuma ser incorporado a financiamentos mais longos e que encarece o crédito final). A taxa média mensal medida pelo Banco Central é de 1,7%, a menor do sistema financeiro destinada à pessoa física, ao lado do consignado destinado a servidores públicos. As taxas baixas são possíveis porque quando o cliente paga uma entrada, está menos disposto a deixar de pagar as prestações. Além disso, o carro é a garantia em caso de calote.

É nesse espaço que as montadoras apostam para voltar a crescer. “Para ganhar dinheiro, o banco precisa emprestar para alguém”, diz Roberto Akiyama, vice-presidente comercial da Honda Automóveis sobre a retomada do interesse dos bancos em financiar a venda de carros.

“Temos anunciado financiamentos com taxas incentivadas e de bancos bons, fortes. Estamos conseguindo, gradualmente, melhorar o índice de aprovação de crédito”, diz Marcio Alfonso, presidente da Caoa Chery. 

Já a Ford espera ter um aumento em torno de 10% nas vendas em 2019, seguindo as previsões da indústria, diz Natan Vieira, vice-presidente de marketing, vendas e serviços da Ford América do Sul. “Temos trabalhado com o Bradesco, e estamos obtendo uma aprovação relativamente alta, há uma tendência de melhora em relação a anos anteriores. A questão dos juros terem baixado está ajudando. O desemprego continua forte, isso é um problema, mas essa volta da indústria é um respiro para nós. O varejo vem em um ritmo um pouco mais lento, mas tem reagido”.

Roberto Bottura, presidente da Check Price (empresa especializada na precificação de veículos), tem uma leitura mais cautelosa para o próximo ano. Para ele, não haverá um crescimento significativo da oferta de crédito no mercado, pois as vendas não devem ter altas muito expressivas. “Talvez haja uma melhora, mas ainda é pouco provável que o mercado de carros novos cresça muito no ano que vem. Os bancos estão com apetite, mas ainda estão com medo, pois tiveram prejuízos em 2015 e 2016 na área de financiamento. Querem crescer, mas querem crescer saudáveis”.

As informações são do TNH1!