Economia

Vendas de Natal apresentam recuo de 7% no Espírito Santo

Expectativa é de um primeiro trimestre difícil, com escassez de emprego. Lojistas capixabas apostarão em promoções para sobreviver aos próximos meses

Queda das vendas no Natal de 2015 em relação ao ano anterior ultrapassou os 7% no ES, diz Fecomércio Foto: Divulgação

Após previsões de que não haveria crescimento no volume de vendas no período do Natal, em relação ao mesmo período de 2014 – quando a projeção chegou aos 4% -, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES) constatou uma queda superior aos 7%.

De acordo com o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, uma série de fatores negativos, que vem se acumulando desde 2013, seria o principal responsável pela crise no varejo. “O aumento da meta da inflação – que começou projetada para 4,5% e depois passou para 6%, até chegar à casa dos 10,8% -, aliada aos juros altos, fizeram com que o consumidor gastasse menos. A crise política também foi decisiva. Devemos aguardar novas ações do Governo antes de quaisquer outros prognósticos, mas é provável que tenhamos um primeiro trimestre bastante complicado”, disse.

Contratações e promoções

Se as vendas foram muito aquém das projeções, a tendência é que não haja aumento nas contratações. “Existe uma preocupação imensa por parte dos lojistas em controlar os seus custos. Em anos anteriores ficávamos com 25% dos temporários e neste ano esperávamos contar com 15%, mas o certo é que não haverá aumento, apenas substituições, de acordo com a competência e a qualificação de cada um”, informou o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Vila Velha, José Carlos Bergamin.

Em contrapartida, as promoções com os produtos que restaram nas prateleiras são a boa notícia para o consumidor. Bergamin sugere uma engenharia administrativa eficiente para que os comerciantes sobrevivam a 2016. “O comércio já trabalhou com promoções durante todo o segundo semestre de 2015 e agora isto deverá se intensificar. O consumidor está se guiando pelo preço e isto ficou bem claro em dezembro. Então não dá para aumentá-lo, apesar de a inflação estar na casa dos dois dígitos. Teremos de arcar com estes custos, que subiram muito. Faremos um esforço enorme para sobreviver aos próximos meses”, concluiu.