Após previsões de que não haveria crescimento no volume de vendas no período do Natal, em relação ao mesmo período de 2014 – quando a projeção chegou aos 4% -, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES) constatou uma queda superior aos 7%.
De acordo com o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, uma série de fatores negativos, que vem se acumulando desde 2013, seria o principal responsável pela crise no varejo. “O aumento da meta da inflação – que começou projetada para 4,5% e depois passou para 6%, até chegar à casa dos 10,8% -, aliada aos juros altos, fizeram com que o consumidor gastasse menos. A crise política também foi decisiva. Devemos aguardar novas ações do Governo antes de quaisquer outros prognósticos, mas é provável que tenhamos um primeiro trimestre bastante complicado”, disse.
Contratações e promoções
Se as vendas foram muito aquém das projeções, a tendência é que não haja aumento nas contratações. “Existe uma preocupação imensa por parte dos lojistas em controlar os seus custos. Em anos anteriores ficávamos com 25% dos temporários e neste ano esperávamos contar com 15%, mas o certo é que não haverá aumento, apenas substituições, de acordo com a competência e a qualificação de cada um”, informou o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Vila Velha, José Carlos Bergamin.
Em contrapartida, as promoções com os produtos que restaram nas prateleiras são a boa notícia para o consumidor. Bergamin sugere uma engenharia administrativa eficiente para que os comerciantes sobrevivam a 2016. “O comércio já trabalhou com promoções durante todo o segundo semestre de 2015 e agora isto deverá se intensificar. O consumidor está se guiando pelo preço e isto ficou bem claro em dezembro. Então não dá para aumentá-lo, apesar de a inflação estar na casa dos dois dígitos. Teremos de arcar com estes custos, que subiram muito. Faremos um esforço enorme para sobreviver aos próximos meses”, concluiu.