Economia

Vendas no comércio do ES crescem 27,1% em maio, aponta IBGE

O resultado foi registrado no mês em que o governo do Estado autorizou a reabertura gradual do comércio considerado não essencial

Foto: Reprodução TV Vitória

A atividade comercial no Espírito Santo apresentou recuperação em maio, mês em que o governo do Estado permitiu a reabertura gradual do comércio considerado não essencial. O volume de vendas no comércio varejista ampliado — que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção — teve um crescimento de 27,1% em relação a abril, quando apenas os estabelecimentos essenciais — como supermercados e farmácias, por exemplo — estavam autorizados a atenderem os clientes de forma presencial, em virtude da pandemia do novo coronavírus. No mesmo período, houve também um aumento de 22,3% da receita nominal no comércio.

Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da alta significativa registrada entre um mês e outro, o resultado ainda é ruim se for comparado com o de maio do ano passado. 

Segundo a pesquisa, houve queda de 13,4% no volume de vendas em relação ao resultado registrado um ano antes. Essa redução foi puxada, principalmente, pelo resultado obtido pelos setores de tecidos, vestuário e calçados (-63,4%), livros, jornais, revistas e papelaria (-54,3%) e por outros artigos de uso pessoal e doméstico (-43,9%). 

Por outro lado, tiveram alta nas vendas, em relação a maio do ano passado, os setores de materiais de construção (35,6%), hipermercados e supermercados (13,8%), móveis e eletrodomésticos (4,3%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,1%).

Já a receita do comércio varejista ampliado apresentou redução de 11,5% ante maio de 2019. Além disso, o acumulado deste ano teve queda de 5,9% no volume de vendas, e de 4% em receitas.

Brasil

Em todo o país, as vendas do comércio varejista ampliado subiram 19,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2019, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 14,9%. Além disso, as vendas do comércio varejista ampliado acumularam queda de 8,6% no ano e redução de 1% em 12 meses.

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Segundo Cristiano Santos, analista do IBGE, a flexibilização de medidas de isolamento social tende a beneficiar o varejo, mas a queda na massa de salários em circulação na economia ainda pode prejudicar o ritmo de recuperação das vendas.

“Se você abre a sua loja é possível que você consiga vender mais do que se estivesse fechada, mas vai depender também de quem está comprando, da massa de renda salarial, desses auxílios (emergenciais), depende de uma série de fatores”, explicou Santos. “O fator flexibilização acaba puxando para cima, mas o fator queda na massa de rendimento real puxa para baixo, então a gente não sabe qual fator vence essa queda de braço para o futuro”, completou.

O pesquisador confirma que o mês de abril foi o pior momento para o comércio varejista. “Até maio, dá para dizer que o pior já passou. O patamar de receita já aumentou, então abril foi o mês mais complicado do ponto de vista da receita das empresas”, disse ele. “Quando você tem uma queda muito grande, é muito difícil piorar também. Esse ajuste nos coloca ainda mais ou menos no pior momento da crise de 2016”, acrescentou.

*Com informações do Estadão Conteúdo