É difícil saber se você deve ou não abrir um negócio, certo? As variáveis são inúmeras: além de uma análise pessoal do seu momento de vida, é importante analisar também o mercado em que pretende atuar, as legislações e qual o investimento inicial que terá que fazer.
Empreender é o sonho de muitas pessoas, mas também é um passo difícil que precisa ser dado com um bom planejamento e muita persistência. Há muitos desafios no dia a dia de um empreendedor que podem atrapalhar o sucesso. Assim, se você está pensando em abrir um negócio, é importante se informar bem e tirar suas dúvidas antes de iniciar.
Mesmo com os desafios, o empreendedorismo no Brasil está em alta: são quase 25 milhões de empreendedores no país, de acordo com dados do Sebrae. No entanto, a falta de preparo e a má gestão podem ser empecilhos para a manutenção dos negócios.
Pesquisas mostram que cerca de uma a cada quatro empresas fecha em menos de dois anos de existência. Para não cair nessa estatística, é importante se informar e ter persistência.
Uma situação cada vez mais comum no país é abertura de empresas por profissionais que acabaram de sair da faculdade. Diante do desemprego, muitos estudantes recém-formados buscam alternativas para entrar no mercado além da carteira assinada, inclusive ser autônomo e iniciar um negócio próprio.
O problema é que, apesar de terem conhecimento das suas áreas, nem sempre esses profissionais têm experiência ou intimidade com a gestão ou finanças, o que dificulta a criação e a manutenção de um empreendimento.
“Se você fez uma auto-análise, fez a análise de mercado, a próxima pergunta é: como está a sua gestão financeira? Como está a sua conta no banco? É importante analisar se você tem dívidas, tem contas a pagar. É fundamental ter a saúde financeira boa para desenvolver o negócio, saber o quanto você tem de reserva para abrir o negócio”, analisa a especialista em gestão de pessoas, Gisélia Curry.
No Espírito Santo, as mulheres já são quase metade dos microempreendedores individuais. Segundo dados da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), o estado já conta com cerca de 204 mil microempreendedores individuais, dos quais 100.830 são mulheres, o que corresponde a 49% deles. Um dos motivos do aumento de mulheres empreendedoras é a busca no empreendedorismo como a solução para contribuir com o orçamento familiar.
Para a professora de Empreendedorismo, Ética e Responsabilidade Social da Fundação Dom Cabral, Maria Flávia Bastos, a transformação política, social e econômica pela qual atravessa o país contribui para que as mulheres busquem inovação ao empreender. “Quando falamos de mulher empreendedoras, percebemos que o cenário mudou bastante. As primeiras a empreenderem no Brasil eram aquelas que se viravam para dar conta de bancar a própria família. Então, essa mulher vendia bolos, brigadeiros, lingerie, tudo ao mesmo tempo. Atualmente, a mulher tem empreendido para mudar os paradigmas em um cenário que ela não deseja mais, ela está criando um novo mercado a partir de novas ideias”, disse.
A professora disse, ainda, que o cenário atual é um reflexo dessa mulher atual, que está empreendendo em cenários de impacto e cada vez mais nova. “É nessa fase da vida que temos mais coragem. Isso é reflexo da geração Y, que é muito focada nos seus propósitos, nas suas causas, nos seus desejos de mudar o mundo. É essa geração que vai abrir portas e janelas”.
O que é preciso para empreender?
Para empreender não basta ter capital ou enxergar uma oportunidade de negócio, é importante ter algumas atitudes empreendedoras, como:
– iniciativa — não ficar parado esperando uma chance aparecer, mas sair da zona de conforto e criar as próprias oportunidades;
– persistência e determinação — não desistir nos primeiros obstáculos, e sim adaptar-se e dar o máximo de si para atingir os objetivos;
– coragem de correr riscos, mas tendo pensamento analítico para avaliar as situações e enfrentar o que se acredita que terá sucesso;
– autoaperfeiçoamento — buscar sempre melhorar a si mesmo e a empresa;
– comprometimento — isso significa ter responsabilidade, cumprir prazos, fornecer produtos e serviços de qualidade e ter foco na satisfação do cliente;
– vontade e otimismo — ainda que tenha consciência de que o sucesso depende de muito trabalho e dedicação, o empreendedor precisa ter atitude positiva para se manter motivado;
– liderança — ter aptidão para ser protagonista e inspirar pessoas;
– sociabilidade e comunicação — conseguir boas redes de relacionamento e ter facilidade em integrar a equipe;
– visão de negócios — saber a importância de se manter atualizado no mercado, buscar informações sobre o setor e os concorrentes;
– competência — ser um profissional qualificado e dedicado que procura se capacitar;
– organização e planejamento — ser capaz de estabelecer metas e organizar suas tarefas também é essencial para manutenção da sustentabilidade de um negócio.
Quais são os primeiros passos para empreender?
Você acredita que tem atitudes empreendedoras e o que é necessário para ser um empreendedor, mas não sabe por onde começar? Então, confira os primeiros passos para o caminho do empreendedorismo!
Faça uma autoanálise
Antes de abrir um negócio, pare para analisar você mesmo. Reflita se você tem realmente tempo, dedicação, vontade e está preparado para começar. O empreendedorismo é um percurso árduo e cheio de riscos. Por isso, é importante que você esteja disposto a trabalhar mais do que em um emprego padrão e tenha paciência, já que vai demorar um período até sua empresa crescer.
Nesse contexto, também é relevante ter capital de giro — ou seja, uma reserva financeira — para manter o negócio até que você consiga recuperar o seu investimento inicial.
Compreenda o seu negócio
As possibilidades do empreendedorismo são infinitas. Você pode tanto abrir uma loja, como investir em uma franquia, prestar serviços, oferecer consultorias, criar um produto para vender, dentre outros. Assim, defina bem o que você quer fazer e qual problema do seu público você pretende solucionar.
Nesse âmbito, também é válido avaliar o seu público-alvo para compreender quais serviços e produtos eles buscam e perceber se há possibilidade de aderência à sua ideia.
Tenha um plano de negócios bem estruturado
O próximo passo é ter um plano de negócios bem estruturado. Não adianta “tentar abraçar o mundo” ou “sair atirando para todos os lados”. Você precisa entender aonde quer chegar para se planejar e realizar as ações necessárias no caminho.
Um plano de negócios deve ser feito com muita pesquisa e precisa identificar a viabilidade do empreendimento, os custos, o retorno previsto, o espaço no mercado, os possíveis clientes, fornecedores e até algumas definições sobre o marketing da empresa.
Esse documento é a base para o sucesso do seu empreendimento. Por isso, deve ter todas as informações sobre o seu empreendimento, inclusive a missão e a visão da sua empresa. Nesse cenário, também é válido compreender o seu plano de negócios e a sua empresa em relação ao mercado e definir os seus objetivos a curto, médio e longo prazo.
Busque suporte especializado
Antes de iniciar um negócio, procure ainda por parceiros que possam otimizar a gestão dele. Se você pretende criar um e-commerce, por exemplo, a Locaweb oferece serviços e produtos para você criar o seu site ou uma loja virtual, bem como montar a sua estratégia de marketing digital.
Impulso Jovem
Jovens de 15 a 18 anos das comunidades de Central Carapina, Carapina Grande e Diamantina, recebem bolsa-auxílio, transporte e alimentação para desenvolverem ideias de ações culturais, sociais e de micronegócios que possam potencializar suas trajetórias de vida e impactar de forma positiva seus territórios. A iniciativa é da Vale e tem como objetivo despertar o interesse em jovens dos bairros periféricos em empreender, oferecendo curso de capacitação e todo o apoio logístico.
Através de diversos exercícios de desenvolvimento de ideias, de construção de redes locais e na cidade, a metodologia aborda jovens que estão em situação de vulnerabilidade, incentivando suas potências. Noções de empreendedorismo social e direito à cidade são apresentadas combinadas com a escuta de seus desejos individuais. A partir dessa escuta, ideias de negócios sociais e ações comunitárias são incentivadas. O objetivo é também formar as lideranças do futuro, comprometidas em trabalhar em rede por outros jovens e por desenvolverem suas comunidades.
O Impulso Jovem tem como objetivo contribuir para a mudança da realidade desses jovens trabalhando a potência de criação de cada um. Afinal, os desafios são grandes. Na região da Serra, por exemplo, metade dos jovens de 15 a 18 anos não conseguem concluir o ensino médio, segundo dados do último Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Uma combinação de baixa oferta de oportunidade e alta responsabilidade marca a vida de jovens da periferia. Ao mesmo tempo, é dessa juventude que surgem as inovações na cultura brasileira.
Tutorial
No segundo episódio do tutorial sobre empreendedorismo do jornal online Folha Vitória, a especialista em gestão de carreira, Gisélia Freitas, fala sobre gestão financeira.