Um site brasileiro de notícias da cultura geek e de videogames apresenta uma matéria recente atestando a supressão na capacidade de se comunicar, por meio da escrita e da fala, da chamada Geração Z.
De acordo com a matéria, “o excesso de mensagens rápidas e de abreviações tem dificultado a organização de ideias e a confiança na hora de se expressarem”.
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A Geração Z – composta por pessoas nascidas entre 1997 e 2012, hoje com idade entre 12 e 27 anos, está concentrada no ensino fundamental – a partir do 7º ano – no ensino médio e no ensino superior, portanto, pré-adolescentes, adolescentes e jovens adultos.
Geração impõe distanciamento da leitura
Uma geração que foi se distanciando da leitura impressa e profunda, ou seja, dos livros de literatura, a partir das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s), e que prefere o dedilhar nos teclados de celulares, inclusive de forma não necessariamente simultânea, a estabelecer conversas interpessoais.
A comunicação intermediada pela tecnologia foi expandida para todas as faixas etárias. A Covid 19 promoveu uma aceleração ainda maior na comunicação remota e determinou mudanças urgentes, inclusive, no contexto da educação.
Os educadores foram convocados para o desenvolvimento de aulas online, com atendimento remoto aos alunos em seus lares.
Vive-se um momento em que o campo da educação busca inovações em jogos eletrônicos, vídeos e outros artefatos para uso educacional.
Contudo, o foco está concentrado, novamente, muito mais em providenciar os meios, do que administrar as mensagens.
Urgência na promoção da formação de educadores
É urgente a promoção da formação de educadores para serem duplamente letrados, tanto em livros impressos, como em leitura digital, capacitados para o estímulo ao diálogo criativo, crítico e analítico.
Que eles sejam multiplicadores do letramento literário e digital para as crianças e os jovens, os orientando no aproveitamento dos dois universos.
É desse modo, por meio de debates, associações, conexões e procedimentos de visualização que os livros ganham sentido no mundo real.
É assim que as ideias são formadas, no momento em que se delineia a construção de um pensamento próprio, e conquista-se a capacidade perceptiva e interpretativa, e ocorre então o alcance da proficiência na compreensão de qualquer texto – impresso ou digital e imagético.
Leitor proficiente produz suas próprias conclusões
Não se atesta um bom leitor pela decodificação de palavras, mas na capacidade de ultrapassar o conhecimento do emissor.
Um leitor proficiente é capaz de produzir suas próprias conclusões, de criar seu próprio entendimento como receptor e, para tanto; é preciso ser estimulada a leitura em múltiplas plataformas. Desse modo, as barreiras à comunicação serão ultrapassadas, mediante o estímulo ao livre pensar.
Incentivo à leitura em todos os âmbitos
A minha proposição é de que seja incentivada a leitura em todos os âmbitos e plataformas, a fim de que os indivíduos se tornem capazes de compreenderem o seu contexto, o mundo e o outro.
A Educação para as Mídias deve passar pela retomada da leitura profunda e do debate junto aos docentes e discentes em espaços de educação formal e não-formal. Mas para tanto, há que se formar mediadores de leitura!