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Como a série "Adolescência" pode inspirar políticas públicas educacionais

A série "Adolescência" tem gerado debates sobre o impacto do universo digital nas relações da nossa juventude

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Reprodução: Netflix

*Artigo escrito por Aylton Dadalto, advogado especialista em gestão pública, direito público e segurança pública, eleito vereador de Vitória

A série “Adolescência” tem gerado debates sobre o impacto do universo digital nas relações da nossa juventude. O número recorde de pessoas que já assistiram à série representa a relação entre a ficção e a realidade.

Nesse sentido, torna-se importante a reflexão sobre o trabalho do poder público em iniciativas de educação e acolhimento que respondam às questões levantadas pela série e que afetam muitas famílias e o ensino público.

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Adolescência aborda de misoginia a bullying

Entre os temas abordados na série estão: machismo, misoginia, extremismo e bullying. O assunto principal da série acontece dentro da realidade escolar, espaço de gestão pública.

Entretanto, um fato que toda a sociedade precisa entender é que a realidade mudou e os limites geográficos não se limitam apenas às paredes da escola ou da casa.

Os espaços e grupos com os quais nossas crianças e adolescentes interagem podem estar muito distantes do nosso olhar e do nosso imaginário.

Importância do tripé “família, escola e sociedade”

O tripé “família, escola e sociedade” é essencial para que possamos combater as influências negativas e fortalecer o desenvolvimento saudável das nossas crianças.

No universo digital, uma criança ou adolescente dentro do seu quarto, sem um acompanhamento adequado, está exposto e vulnerável a diversas influências.

Sem saber as reais intenções de quem está do outro lado da tela, os adolescentes são conduzidos a ações e comportamentos que afetam a autoestima e a formação do seu caráter.

Reforço no sistema de ensino

Como legislador, destacamos a necessidade de reforçar o sistema de ensino, com intervenções que tratam de temas sensíveis, mas essenciais na formação do indivíduo e percepção sobre o impacto das suas decisões.

A participação cidadã dos adolescentes é um direito fundamental e pode ser um instrumento poderoso para que eles conheçam e reivindiquem outros direitos.

Isso pode ser alcançado por meio de programas que incentivem a participação ativa dos jovens nas decisões que afetam suas vidas e comunidades.

Além de um sistema de ensino forte, áreas como cultura, saúde e assistência social são fundamentais.

Em Vitória, programas como o Educação Ampliada e a integração ensino-serviço-comunidade na saúde demonstram como essas áreas podem se integrar para melhorar a educação e o bem-estar dos jovens.

Foco em políticas voltadas para a juventude

Políticas focadas na juventude podem combater o ócio e preparar os jovens para uma vida próspera.

Aylton Dadalto é advogado e vereador de Vitória. Foto: Acervo pessoal

Exemplos incluem programas que oferecem oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal, como o Programa Educação Ampliada em Vitória, que amplia as oportunidades de aprendizagem e integração social dos jovens.

Além disso, serviços como o Centro de Valorização da Vida (CVV) e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são essenciais para apoiar emocionalmente os jovens e suas famílias.

Esses serviços, combinados com políticas educacionais integradas, podem oferecer um suporte mais abrangente para o desenvolvimento saudável dos jovens em Vitória.