O vestibular de medicina pode ser exigente para quem deseja ingressar no curso superior, principalmente para quem tem menos acesso a uma educação de qualidade. Caio César Souza, de 18 anos, começou a trilhar este caminho com alguns desafios, sendo criado apenas por sua mãe, Fabiana Souza Almeida, até os 10 anos, e estudando em uma escola pública do interior do estado.
Apesar das dificuldades, Caio César foi aprovado na sua primeira tentativa para a Unicamp, São Paulo, considerada uma das melhores universidades da América Latina, onde cursa medicina desde o início do ano.
A história do capixaba foi apresentada na 2° edição do Ponte Day, evento do Instituto Ponte – organização que auxilia na educação de jovens – realizado na última quarta-feira (09), com o objetivo de arrecadar doações para o apoio de estudantes de baixa renda.
“É preciso deixar ser transformado pela educação”
Caio César cresceu em Governador Lindenberg e foi descoberto pelo Instituto Ponte quando foi medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), durante o 7° ano do ensino fundamental II. Após um processo seletivo rigoroso, o estudante se mudou sozinho para a capital do Estado, aos 14 anos, e passou a estudar em uma escola particular parceira do instituto.
Com a minha entrada no instituto e a minha vinda para a Vitória, eu pude ampliar as minhas perspectivas e perceber que eu poderia ir muito mais além. Podia ir até onde eu queria, mas através das oportunidades poderia ir até onde ainda não havia sonhado.
Caio teve apoio educacional e emocional e, ao conquistar o segundo lugar na competição TED Ponte, teve a oportunidade de visitar o Insper (instituição sem fins lucrativos que apoia o ensino e a pesquisa). “Viajei de avião pela primeira vez e fui a São Paulo para conhecer o Insper. Posso dizer que foi uma experiência que ampliou meus horizontes”, comentou.
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Apesar de estar no curso de medicina há apenas dois meses, Caio já faz parte da iniciação científica e pensa na futura residência. “Eu comecei a ter o sonho de cursar medicina no 2° ano do ensino médio e agora que consegui, já preciso pensar nos próximos passos, como a residência.”
“Eu criei meu filho para o mundo”
A mãe de Caio César, a assistente social Fabiana, também esteve presente no evento e destacou a importância dos pais incentivarem seus filhos a estudar e alcançar seus sonhos:
Nós não perdemos o filho para o mundo, nós ganhamos paz, sabendo que o nosso filho está voando e prosperando, que a gente já conseguiu desenhar esse futuro melhor para ele. Eu criei meu filho para o mundo!
Para a assistente social, iniciativas como o Instituto Ponte podem descobrir e desenvolver pessoas com alto potencial, mas que não tiveram oportunidades anteriormente. “Eu sempre vi a educação como o único meio do Caio César não passar pelo que passamos antigamente. Não foi fácil, mas chegamos aqui e sou muito grata“, completou.
R$ 2 milhões em doações para manter alunos dos projetos
Durante o Ponte Day em Vitória, os mais de 350 empresários presentes puderam conhecer as histórias de diversos alunos auxiliados pelo Instituto e doar para o projeto ao final da noite. Segundo divulgado pelo instituto, foram arrecadados R$ 2 milhões.
Este valor garante a manutenção de 200 alunos apoiados pelo Instituto Ponte, que vão de estudantes do 7° ano do Fundamental II até o ensino superior.