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Como a educação em tecnologia ajuda a evitar golpes digitais

É fundamental discutir como a educação em tecnologia pode ser a chave para evitar golpes digitais, capacitando as pessoas

Foto: Freepik
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A evolução tecnológica tem facilitado nossas vidas de inúmeras maneiras. No entanto, junto com esses avanços, cresce também um problema preocupante: o aumento dos golpes digitais.

Diariamente, milhares de pessoas são vítimas de fraudes financeiras, roubos de identidade e esquemas fraudulentos que exploram a falta de conhecimento tecnológico da população.

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Golpes digitais atingem 24% dos brasileiros

Segundo a pesquisa “Panorama Político 2024”, do Instituto DataSenado, divulgada em outubro de 2024, 24% dos brasileiros com mais de 16 anos foram vítimas de golpes digitais nos 12 meses anteriores à pesquisa.

Isso representa mais de 40 milhões de pessoas que perderam dinheiro devido a crimes cibernéticos, como clonagem de cartão, fraudes online e invasão de contas bancárias.

O levantamento revela ainda que muitos desses golpes ocorrem por meio de mensagens falsas, links maliciosos e engenharia social, explorando a falta de conhecimento digital da população.

Muitas dessas fraudes poderiam ser evitadas com uma educação digital mais sólida.

Se as pessoas soubessem identificar sinais de golpes, como sites suspeitos, e-mails fraudulentos e práticas de engenharia social, as chances de caírem nessas armadilhas seriam significativamente reduzidas.

Falta de preparo digital da população é obstáculo

No entanto, a falta de preparo digital da população ainda é um grande obstáculo.

Por isso, é fundamental discutir como a educação em tecnologia pode ser a chave para evitar golpes, capacitando as pessoas a utilizarem a internet e os serviços digitais de forma segura.

A seguir, exploraremos os principais tipos de fraudes, como a alfabetização digital pode reduzir os riscos e quais iniciativas podem ajudar a população a se proteger melhor no ambiente digital.

Os golpes digitais mais comuns

Os golpes digitais estão se tornando cada vez mais sofisticados, explorando tanto a desatenção quanto o desconhecimento das vítimas. Alguns dos mais frequentes incluem:

  • Phishing: e-mails, mensagens ou sites falsos que imitam instituições legítimas para roubar dados pessoais e bancários.
  • Golpes financeiros: esquemas como investimentos falsos, pirâmides financeiras e promessas de retornos rápidos.
  • Engenharia social: manipulação psicológica para obter informações confidenciais, como senhas e códigos de autenticação.
  • Clonagem de cartões e contas: uso de links maliciosos ou aplicativos falsos para roubar credenciais de acesso.

Com o avanço da tecnologia, os criminosos também inovam. Inteligência artificial e deepfake são cada vez mais usados para tornar fraudes mais convincentes, criando falsos atendentes, vídeos realistas e até vozes clonadas.

Diante desse cenário, fica evidente que o conhecimento é a principal ferramenta de defesa contra golpes. E é aí que entra a importância da educação digital.

O papel da educação tecnológica na prevenção de golpes

A educação digital é um dos meios mais eficazes para evitar fraudes. Quanto mais as pessoas entendem sobre segurança online, menor a chance de se tornarem vítimas. Alguns conhecimentos essenciais incluem:

  • Identificação de golpes: Saber reconhecer e-mails suspeitos, links falsos e mensagens fraudulentas.
  • Autenticação e proteção de dados: Criar senhas fortes, ativar autenticação em dois fatores (2FA) e armazenar informações com segurança.
  • Consciência sobre engenharia social: Compreender como golpistas exploram emoções como medo e urgência para enganar vítimas.
  • Uso seguro de dispositivos e redes: Evitar Wi-Fi público para transações financeiras e manter dispositivos atualizados.

A falta de conhecimento deixa as pessoas vulneráveis, tornando urgente o investimento em alfabetização digital – tanto em escolas quanto em treinamentos corporativos. Mas, além de iniciativas educacionais, o que cada um pode fazer individualmente para se proteger?

O que você pode fazer para se proteger

A proteção contra golpes digitais começa com atitudes simples no dia a dia. Pequenas mudanças de comportamento e maior atenção ao que consumimos online podem reduzir significativamente os riscos. Algumas ações práticas incluem:

  • Desenvolver o hábito da desconfiança: sempre verificar a autenticidade de mensagens, e-mails e sites antes de clicar ou fornecer dados.
  • Aprender a checar links e remetentes: passar o mouse sobre links antes de clicar e verificar domínios suspeitos são práticas simples, mas eficazes.
  • Usar autenticação em dois fatores (2FA): ativar esse recurso em bancos, redes sociais e e-mails reduz drasticamente o risco de invasões.
  • Manter sistemas atualizados: softwares desatualizados podem ter falhas de segurança exploradas por golpistas.
  • Evitar redes Wi-Fi públicas para transações financeiras: sempre preferir conexões seguras e privadas para acessar serviços bancários.
  • Se informar constantemente: seguir canais confiáveis sobre segurança digital e compartilhar informações com amigos e familiares.

A tecnologia evolui rapidamente, e os golpes também. Manter-se atualizado e adotar hábitos seguros são as melhores formas de evitar prejuízos e garantir mais segurança no mundo digital.

Conhecimento como melhor defesa

A crescente sofisticação dos golpes digitais torna a educação em tecnologia uma necessidade, e não apenas um diferencial. Como vimos, o desconhecimento sobre segurança digital facilita a ação dos criminosos, enquanto pequenas mudanças de hábito podem reduzir significativamente os riscos.

A responsabilidade pela prevenção deve ser compartilhada entre indivíduos, empresas e instituições.

Bancos, escolas e órgãos públicos precisam investir mais em conscientização, mas cada pessoa também pode – e deve – se proteger com medidas simples, como autenticação em dois fatores, checagem de links suspeitos e atualização constante sobre novas ameaças.

Diante de um cenário onde os golpes evoluem rapidamente, o conhecimento se torna a melhor defesa.

Manter-se informado e adotar boas práticas no uso da tecnologia são os primeiros passos para um ambiente digital mais seguro para todos.

Octavio Locatelli Colunista
Colunista
Mestre e Doutor em Contabilidade e Administração pela Fucape Business School. Especialista em Engenharia Financeira, Perícia e Auditoria Contábil