Educação

Geloteca transforma recreio em espaço de aprendizado e leitura

Projeto transforma uma geladeira em biblioteca e estimula alunos a lerem durante o recreio de uma escola de Vitória

Geloteca escola Vitória
Foto: José Carlos Schaeffer

Após a implementação da lei que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos em escolas de todo o país, muitas escolas têm buscado alternativas para mudar os hábitos dos estudantes durante o horário do recreio, por exemplo.

Pensando nisso, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Irmã Jacinta Soares de Souza Lima, em Monte Belo, Vitória, criou um estilo de biblioteca inovador para muitos alunos da unidade: a Geloteca.

O nome se deve ao fato de os livros serem armazenados dentro de uma geladeira, permitindo que os alunos tenham livre acesso a eles.

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Geloteca teve início a partir de clube de leitura

O projeto começou através do Clube de Leitura da instituição e atende alunos do 1° ao 9° ano do ensino fundamental, com diversos tipos de livros para entreter e incentivar a leitura dos estudantes.

Além disso, a iniciativa também tem como objetivo criar um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e agradável durante o recreio.

A Geloteca está disponível para os estudantes durante o horário do recreio, tendo acesso livre aos livros. É necessário que o aluno escolha o livro, leia, e depois devolva para a Geloteca, para a garantia de que outros alunos possam ler os livros.

Geloteca escola Vitória
Foto: José Carlos Schaeffer

Espaço para ler com tranquilidade

Além da própria geladeira de livros, a Geloteca conta com um espaço leve para que os alunos possam ler com tranquilidade e se sentindo em uma área mais tranquila, como em uma praia.

A diretora da unidade, Denize Pimentel, disse que o projeto começou pelo esforço dos próprios alunos.

No ano passado, os estudantes do 6º ao 9º ano conseguiram doações e até uma geladeira que iria para o ferro-velho. Eles repaginaram a geladeira, pintaram, decoraram, fizeram prateleiras e arrecadaram livros com a comunidade. O projeto inicialmente seria para o 1º ao 5º ano, mas a ideia foi tão bem recebida que estendemos para o 6º ao 9º também. Agora, temos livros para todas as faixas etárias, afirmou.

A professora de prática de leitura da escola, Mislene Maria, ressaltou que a atividade já vinha sido praticada há algum tempo na instituição.

“Essa atividade já vinha sendo pensada há algum tempo, e agora, com a restrição do uso de celulares, vimos uma excelente oportunidade de manter os estudantes ocupados de maneira produtiva. Com a Geloteca, eles podem escolher o livro que desejam ler e se envolver na história sem a necessidade de burocracia. Além disso, trabalhamos com a ideia de respeito e cuidado; os estudantes devem devolver os livros para que outros possam aproveitá-los também”, explicou.

Alunos aprovam a iniciativa

Os alunos da escola de ensino fundamental estão aprovando a iniciativa. A aluna Michele, do 3° ano disse que gostou do projeto e que os livros são atrativos.

“Eu gostei bastante! Os livros são legais, e o cantinho é bem confortável. Eu vou escolher um livro para ler, mas também vou brincar um pouco com meus amigos depois”, disse.

A escola está aceitando doações de livros para aumentar o estoque da Geloteca.

Projeto também acontece em ruas de Venda Nova do Imigrante

Geladeiras livros gelotecas
Foto: Ireni Peterle

Uma iniciativa semelhante também está estimulando a leitura pelas ruas de Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Espírito Santo. O projeto Geladeiras Literárias surgiu pela Academia de Letras e Artes de Venda Nova do Imigrante (Alaveni) para promover a leitura, o conhecimento e a cultura dos moradores.

Os livros das geladeiras foram selecionados por diversidade e gênero, como romance, ficção, não ficção, poesia, livros infantis, incluindo obras de autores brasileiros, estrangeiros e nas diversas faixas etárias como infantil, juvenil e adulto, todos em bom estado de conservação.

Segundo a presidente da Academia de Letras de Venda Nova do Imigrante, Ireni Peterle, os livros foram adquiridos por meio de doações.

Abastecemos as geladeiras com o que tínhamos disponível, com livros que foram doados pelas feiras literárias, doação dos acadêmicos de algumas academias de letras e também pela comunidade, disse a presidente da Alaveni.

A presidente da Alaveni informou que os pontos de coleta para os interessados em doarem os livros são as próprias geladeiras espalhadas pela cidade. Além disso, podem ser entregues para a própria presidente da Alaveni ou para outros acadêmicos.

*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos