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“Eleitor pensa mais em serviços do que ideologia”, analisa José Luiz Orrico

Em entrevista à rádio Jovem Pan News Vitória, o fundador e diretor técnico da Futura, José Luiz Orrico, fez uma análise dos resultados e traçou o perfil dos eleitores capixabas
Foto: Pedro Ivo/ Estadão Conteúdo

Faltando quatro meses para as eleições municipais, uma pesquisa da Futura ouviu os eleitores de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica nos levantamentos sobre os cargos que serão disputados.

Os dados levantados apontam que 62,1% da população das quatro cidades não sabem que haverá eleições para prefeito este ano, enquanto 56,8% desconhecem o pleito para vereador.

Em entrevista à rádio Jovem Pan News Vitória, o fundador e diretor técnico da Futura, José Luiz Orrico, fez uma análise dos resultados e traçou o perfil dos eleitores capixabas: com a pesquisa, pode-se concluir que o eleitor leva mais em consideração os serviços da prefeitura do que a ideologia política do candidato.

“Pelos resultados, podemos ver que o que pesa mesmo são as ações das prefeituras, principalmente dos prefeitos candidatos à reeleição. Aqui na Grande Vitória, os candidatos garantidos para a reeleição já são os favoritos dos eleitores. É mais importante a ação do prefeito, os serviços, do que a ideologia política.”

— José Luiz Soares Orrico, diretor político da Futura Inteligência —

O gráfico abaixo mostra quais são as prioridades dos eleitores no que diz respeito aos serviços públicos para eleger os prefeitos.

Além disso, com a nova pesquisa, é possível interpretar que os eleitores ainda não estão totalmente inseridos no mundo das eleições municipais. Os dados revelam ainda que uma parcela significativa dos eleitores, 53,9%, ainda não conhece os pré-candidatos a prefeito.

Segundo Orrico, é possível que os eleitores comecem a dedicar mais atenção ao assunto na medida em que o dia de votar se aproxima.

“A sensação que a gente tem é que as pessoas vão se preocupar para valer mesmo quando a campanha começar. Eu, pessoalmente, gostaria que a gente tivesse um engajamento maior com a política. Mas, as pessoas acabam de votar e esquecem. No entanto, penso que isso vem amadurecendo e melhorando”, disse.

Sobre polarização política, a pesquisa mostra que cerca de 40% dos entrevistados acreditam que o país está dividido. Além disso, 22,2% dos eleitores se identificam com o presidente Lula, enquanto 21,6% se alinham com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apenas 11,6% dos entrevistados acreditam que o país não está dividido.

“Na realidade, o eleitor não compreende muito bem sobre esquerda, centro e direita. No Brasil, ao mesmo tempo que temos valores, por exemplo, de direita, temos colocações econômicas de esquerda. Acaba gerando uma confusão”, avaliou.

Na coluna De Olho no Poder, Fabiana Tostes também realizou uma avaliação sobre a polarização política no cenário capixaba, com base na pesquisa.

A colunista destaca que os números vão de 34,4% a 54,2% dos entrevistados que afirmam não ter preferência por esquerda, centro ou direita. E somam de 36,3% a 43,2% os que afirmam estar cansados da divisão política no país.

“Não é que a maioria seja apolítica. Pelo contrário. É possível que essa aversão a um discurso simplesmente ideológico seja um sinal de que o eleitorado está se afastando das brigas e discussões infindáveis e infrutíferas, que não mudam a vida de ninguém, para se atentar à política que realmente faz a diferença na vida cotidiana”, pontua a colunista.

Segundo Fabi Tostes, quem apostar apenas no discurso da polarização e da divisão, sem apresentar propostas concretas que atendam à população, pode perder espaço no debate político e, por consequência, votos.