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Candidatos a prefeito na Grande Vitória já gastaram mais de R$ 22 milhões na campanha

Somados, os candidatos receberam mais de R$ 24 milhões para panfletos, adesivos, assessorias, advogados e outras despesas nas eleições

É santinho, é assessoria, pesquisas internas, advogados… São muitos os gastos de campanha dos candidatos a prefeito em uma eleição. Neste pleito, o prazo para a prestação de contas parcial era até o último dia 13, mas o portal de dados é permanentemente atualizado.

Até agora, somando as despesas em Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, já foram mais de R$ 22 milhões (R$ 22.019.715,62) em despesas eleitorais declaradas ao TSE. Os candidatos a prefeito, somados, receberam mais de R$ 24 milhões (R$ 24.277.538,44). 

A Capital foi quem mais gastou até agora. Somados, os candidatos de Vitória receberam R$ 9,2 milhões e gastaram R$ 9,6 milhões. Em segundo vem a Serra, cujos candidatos receberam até agora R$ 7,6 milhões e gastaram R$ 7,3 milhões. 

Os candidatos de Vila Velha contam com R$ 4,7 milhões e gastaram R$ 3 milhões até agora. Em Cariacica, a receita ficou em R$ 2,6 milhões, e as despesas em R$ 1,9 milhões.

Candidato em Vila Velha recebe doação de R$ 0,72

A maior parte dos gastos de campanha é financiado pelos próprios partidos, por meio do fundo eleitoral, mas existe também a possibilidade de doação de pessoas físicas.

Entre as principais cidades da Grande Vitória (Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória), a maior doação de pessoa física foi feita pelo candidato a prefeito Eduardo Spadetto, o Du (Avante), que doou R$ 500 mil para a própria campanha.

Já a menor doação foi de R$ 0,72, feita por um amigo para o candidato Nicolas Trancho (Psol), que disputa o cargo de prefeito de Vila Velha. 

Indagado se era um erro ou um teste, o candidato disse que a doação foi real: “Foi o que ele pode doar nesse momento para dizer que está com a gente na nossa campanha. Temos que entender as realidades das pessoas, não vejo por que negar qualquer valor na doação”.

Vices: doações expressivas

Uma curiosidade é que alguns candidatos receberam doações fartas dos partidos de seus vices. Por exemplo, a campanha de Lorenzo Pazolini (Republicanos) recebeu uma doação de R$ 700 mil do partido de sua vice, Cris Samorini, o Progressistas.

A doação representa uma parcela significativa dos R$ 3,1 milhões em doações recebidas pelo candidato, que incluem ainda o partido Republicanos e pessoas físicas.

Partido de Cris Samorini, vice de Pazolini, doou R$ 700 mil para a campanha. Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Luiz Paulo (PSDB) recebeu R$ 234.720,00 do União Brasil, partido do vice Victor Ricciardi. O total de receita de sua campanha até agora é de R$ 1.293.301,50 (1,2 milhões). 

Em Vila Velha, só o candidato João Batista Babá (PT) recebeu doação do partido do vice, Professor Rodrigo (PCdoB). Dos R$ 290 mil recebidos até agora, R$ 10 mil vieram do PCdoB.

Na Serra, Professor Roberto Carlos (PT), Weverson Meirelles (PDT) e Audifax Barcellos (PP) receberam doações dos partidos dos vices. O petista recebeu R$ 8 mil da sigla de sua vice Cida Alves, o PCdoB. O total das receitas da campanha do petista soma R$ 790 mil.

Já Audifax recebeu R$ 250 mil do PSDB, de sua vice Nilza Cordeiro. As receitas de sua campanha estão em R$ 1.808.400,00. O MDB mandou R$ 100 mil para a campanha de Weverson, que até agora recebeu R$ 2.208.770,99.

Receitas e despesas

Em Vitória, o capitão Assumção recebeu R$ 2.105.120,00. Ele já gastou R$ 1.943.663,20 Desse valor, Assumção mesmo doou R$ 3.120 e gastou R$ 300 mil só com advogado. Camila Valadão (PSOL) recebeu R$ 631 mil e gastou R$ 491.997,19 até agora. 

O candidato Du Kawasaki (Avante) recebeu R$ 600 mil. Desses, foram R$ 500 mil com recurso próprio e R$ 100 mil do partido Avante. Ele até agora gastou R$ 755.463,55.

Du Kawasaki (Avante) recebeu R$ 600 mil, sendo R$ 500 mil recursos próprios

O candidato João Coser (PT) recebeu R$ 1.496.675,00 e gastou até agora R$ 2.256.167,58. 

O prefeito Lorenzo Pazolini recebeu R$ 3.110.000,00 e gastou R$ 2.191.935,00. Já Luiz Paulo recebeu R$ 1.293.301,50 e já gastou R$ 2.189.098,00.

Em Vila Velha, o candidato Arnaldinho Borgo (Podemos) teve uma receita muito maior do que a despesa: ele recebeu mais de R$ 2 milhões, o total ficou em R$ 2.066.220,00, enquanto a despesa ficou em apenas R$ 530.703 até agora, uma sobra de quase R$ 1,5 milhões.

O Coronel Ramalho já gastou mais do que ganhou. Teve gastos de R$ 2.314.816.89 e recebeu R$ 2.041.000. Uma diferença de cerca de R$ 300 mil.

Gabriel Ruy (Mobiliza) não tem acesso ao fundo eleitoral por causa da cláusula de barreira, que proíbe partidos que não alcançam determinado número de parlamentares federais a terem acesso aos recursos do fundo eleitoral.

A campanha do Gabriel Ruy é a mais barata de todas as campanhas da Grande Vitória. Até agora ele recebeu e gastou R$ 3.325,00, dinheiro do próprio bolso.

João Batista Babá (PT) recebeu R$ 290.160,00 e gastou R$ 120.740,85. Maurício Gorza (PSDB) também teve uma diferença grande entre despesas e receitas. Ele recebeu R$ 316.160,00 e gastou R$ 79.349,79. O Nicolas Trancho recebeu R$ 12.080,72 e gastou R$ 8.478,44.

Na Serra, o candidato Antônio Bungestab (PRTB) não prestou contas ao TSE ainda. Audifax Barcelos (PP) recebeu R$ 1.808.400,00 e gastou R$ 1.996.124,45. Igor Elson (PL) recebeu R$ 1.158.439,95 e gastou R$ 883.506,92. Pablo Muribeca (Republicanos) recebeu R$ 1.670.236 e gastou R$ 1.441.585,99.

Roberto Carlos (PT) recebeu R$ 790.000 e gastou R$ 335.461,21. Weverson Meireles (PDT) já gastou mais do que recebeu. Ele recebeu, até agora, R$ 2.208.770,99. O valor inclui uma doação de R$ 20 mil feita pelo prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Weverson gastou R$ 2.551.818,74.

Wilson Zon recebeu R$ 43.500 e gastou R$ 113.059,20.

Em Cariacica, o curioso é que o atual prefeito, Euclério Sampaio (MDB), recebeu menos do que a candidata Célia Tavares (PT), mas gastou mais do que ela. Célia recebeu R$ 1.260.000 e gastou R$ 628.743,58, enquanto o Euclério recebeu R$ 959.149,28 e gastou R$ 737.899,78.

Ivan Bastos (PL) gastou mais do que recebeu. Ele recebeu R$ 414.000,00 e já desembolsou R$ 616.777,16.

Todos os candidatos são obrigados a prestar contas

Essa prestação de contas analisada pela reportagem do Folha Vitória é referente ao início da semana passada e os candidatos podem apresentar gastos maiores do que a receita porque ela é parcial.

Pela regra eleitoral, os postulantes podem fazer contratos, ter a previsão de gastos declarada e pagar depois, quando receberem mais recursos.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Espírito Santo explica que todo candidato e toda candidata tem a obrigação de prestar contas da campanha.

A regra vale inclusive para aqueles que não fizeram campanha, não tiveram votos, não tiveram movimentação financeira, desistiram da candidatura, renunciaram à candidatura ou tiveram o registro indeferido pela Justiça Eleitoral, inclusive aqueles com mais de um registro.

O que acontece se o candidato não prestar contas? Ele terá suas contas julgadas não prestadas e ficará sem quitação eleitoral por pelo menos 4 anos. A sanção continuará até que as contas sejam apresentadas à Justiça Eleitoral, mesmo que já tenha transcorrido o prazo indicado.

As contas de campanha estão regulamentadas na Resolução TSE nº 23.607/2019.

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