As eleições de 2024 serão decididas no próximo domingo, 6 de outubro, e estão na disputa cerca de 10 mil candidatos a prefeito e vereador nas cidades do Espírito Santo. A maioria deles é homem, casado, branco, com ensino médio completo e com faixa etária entre 45 a 49 anos.
O Folha Vitória fez um levantamento no banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que disponibiliza painéis e estatísticas com 140 conjuntos de informações.
De acordo com a Justiça Eleitoral, o número total de candidatos é 9.856 no Espírito Santo. Querem virar prefeito 280 pessoas e há 9.291 candidatos a vereador.
Consta no DivulgaCand, portal responsável pela divulgação das candidaturas e das prestações de contas dos candidatos e dos partidos políticos no país, que há 285 postulantes a vice-prefeito, mas alguns renunciaram ou tiveram nomes indeferidos.
Dos candidatos registrados no Espírito Santo, na classificação “gênero”, 66,31% são homens (6.536) e 33,69% (3.320) são mulheres.
Na classificação “cor/raça”, 45,33% dos candidatos são brancos (4.468), 40,73% pardos (4.014), 13,26% pretos (1.307), 0,28% amarelos (28), 0,21% informaram (21) e 0,18% são indígenas (18).
Já ao analisar “ocupação” dos postulantes há uma pulverização. Não há uma profissão que mais se destaca, mas em primeiro nesse ranking estão os agricultores, com 849 candidatos nessa ocupação, sendo 8,61% do total.
Dentre as várias outras ocupações, declararam-se servidores públicos municipais 7,25% dos postulantes (715), empresários 7,17% (707), vereadores 5,02% (495) e comerciantes 4,28% (422).
Na classificação “Estado Civil”, 57,92% são casados (5.709), 27,37% são solteiros (2.698), 11,96% são divorciados (1.179), 2,01% são viúvos (198), e 0,73% são separados judicialmente (72).
Maioria tem ensino médio completo
Ao analisar o conjunto de dados que aponta o “grau de instrução”, 41,64% dos candidatos disseram que têm ensino médio completo (4.104).
Já 25,20% têm superior completo (2.484), 12,03% possuem fundamental incompleto (1.186), 11,13% têm fundamental completo (1.097), 4,48% possui ensino médio incompleto (442), 3,62% têm superior incompleto (357), 1,85% declarou que lê e escreve (182), e 0,04% é analfabeto (4). De acordo com a Constituição Federal, um eleitor analfabeto pode votar, mas analfabetos não podem ser eleitos.
Faixa etária
Na classificação “faixa etária”, 0,07% têm 18 anos (7), 10,9% têm entre 19 e 34 anos (1.074), 74,46% têm entre 35 a 59 anos (7.043), 17,31% têm entre 60 a 79 anos (1.706), e 0,26% têm entre 80 a 89 anos (26).
Cai taxa de mulheres no pleito: são só 34%
Do total de 9.856 candidatos registrados no TSE, 3.320 são mulheres, número que representa 34% do total de candidaturas, sendo que 6.536 são masculinas.
Em 2020, dos 12.578 candidatos, 8.335 eram homens e 4.238 mulheres, portanto, as candidaturas femininas representavam 50,84% do total.
De acordo com os resultados do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografica e Estatística (IBGE), dos 203.080.756 habitantes do país, 51,5% são do sexo feminino (104.548.325), e 48,5% do sexo masculino (98.532.431), e isso significa que o Brasil tem 6.015.894 mulheres a mais do que homens.
Vale ressaltar que as cotas de gênero estão previstas na Lei nº 9.504/1997, conhecida como Lei das Eleições, e exigem que partidos assegurem o mínimo de 30% e o máximo de 70% de candidaturas de cada sexo.
Número de candidatos caiu e o de eleitores aumentou
No ranking das cidades com maior número de candidatos a prefeito e a vereador destacam-se a Serra, com 4,14% do total de postulantes (408), seguida por Vila Velha com 3,42% (337), Cachoeiro de Itapemirim também com 3,42% (337), e a capital Vitória com 3,01% (297).
Nessa eleição, o número de candidatos decresceu em 22% na comparação com o pleito de 2020, quando 12.578 nomes disputaram as eleições municipais.
Já o total de eleitores aumentou 6,74% na comparação com a eleição anterior, uma vez que irão às urnas 2.999.642 eleitores no dia 6 de outubro, e em 2020, eram 2.810.132 votantes capixabas.
Especialista analisa redução no número de candidatos
Para o doutor em Ciência Política e professor de História da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ueber José de Oliveira, a criação das federações partidárias pode ser uma explicação para a redução da quantidade de candidatos.
“Essa nova legislação tem duas finalidades: impedir que algumas legendas desaparecessem e disciplinar, em alguma medida, as alianças políticas, para que se tornem mais duradouras”, explicou.
A Resolução 23.670/2021, que tem abrangência nacional e foi instituída pela reforma eleitoral de 2021, dispõe que dois ou mais partidos que tenham afinidade programática podem atuar como se fossem uma única agremiação.
“A disputa no interior das federações passou a ser bastante importante na indicação dos candidatos. Pode ser que essas alianças tenham inibido determinadas candidaturas, e isso levou a uma redução do número total de nomes disputando as eleições”, destacou o professor.
Três federações registraram estatuto no TSE: a Federação Brasil da Esperança (Fé Brasil), que reúne PT, PCdoB e PV; a Federação PSDB Cidadania, integrada por PSDB e Cidadania; e a Federação PSOL Rede, que junta PSOL e Rede.
Os partidos que integram as federações deverão permanecer unidos por, no mínimo, quatro anos, diferindo dessa forma das coligações partidárias, quando um ou mais partidos apresentam candidatos de forma conjunta, e valem apenas durante a eleição.
As legendas que se desligarem das federações antes de completarem o prazo mínimo de permanência não poderão ter acesso ao Fundo Partidário.