O candidato do PSDB à Prefeitura da Vila Velha, Maurício Gorza, foi o segundo entrevistado na série de sabatinas promovidas pela Rede Vitória com os principais postulantes. Por 30 minutos, nesta terça-feira (24), ele respondeu a perguntas e apresentou suas propostas para o município.
As entrevistas, realizadas pela Rádio Pan News Vitória (90.5 FM), são transmitidas simultaneamente pelo jornal online Folha Vitória e começam sempre às 11h30, de segunda a sexta-feira.
A ordem na sabatina foi definida por sorteio, sendo elaborada a partir dos cinco candidatos mais bem pontuados no cenário estimulado da pesquisa Futura. Nesta quarta-feira (25) será entrevistado João Batista “Babá” (PT).
Maurício Luiz Gorza é engenheiro, ex-vice-prefeito e ex-vereador da cidade. Ele tem a Professora Daniela Torres como candidata a vice-prefeita.
Na sabatina, o candidato foi questionado sobre diversos temas, como a criação da Secretaria de Combate à Fome, tarifa zero dentro do transporte coletivo municipal e saúde, que segundo a pesquisa Futura, é umas das principais prioridades dos eleitores de Vila Velha.
Ele afirmou que 50% de seu secretariado será formado por mulheres. “Nós queremos dar à mulher a oportunidade para que ela faça a gestão junto conosco, para que ela participe da gestão, para que se envolva no processo político, eleitoral e de gestão da cidade. Esse é o nosso projeto”.
Abaixo, confira a transcrição completa da sabatina com Maurício Gorza:
Candidato, vamos falar sobre educação. Vila Velha tem 110 escolas, 10 em tempo integral, e o senhor fala que até 2029 50% delas serão em tempo integral. Mas a meta do Plano Nacional de Educação é ter 50% das escolas em tempo integral até o final do ano que vem. O senhor vai conseguir cumprir essa meta?
A gente está fazendo uma projeção. Temos um estudo, é o que a gente pretende. Eu acho que a escola de tempo integral é uma expectativa de todos. As mães de Vila Velha reivindicam isso. Eu acho que a atual gestão deixou muito a desejar e esse é um estudo que nós estamos elaborando a curto prazo.
Nós queremos realmente fazer com que as mais de 100 escolas do município de Vila Velha tenham um percentual significativo de tempo integral para que as mães possam participar, as mães possam trabalhar, se deslocar, ter os filhos em condição de segurança, com ensino de qualidade, um bom ensino na nossa rede municipal de educação.
Mas o senhor não vai conseguir cumprir a meta, então?
Nós vamos buscar cumprir essa meta. Nós vamos trabalhar para que essa meta seja atendida. Esse é o nosso objetivo.
Candidato, o senhor é o candidato do ex-prefeito Max Filho, mesmo partido. Na última pesquisa Futura, o senhor aparece com 0,2% das intenções de voto. O senhor atribui esse percentual ao seu nome ou à rejeição do ex-prefeito? Como acredita que pode reverter esse número tão baixo?
Veja bem, eu atribuo isso a vários fatores que aconteceram durante todo o processo. Primeiro, nós não fizemos pré-campanha. Nós estamos ainda a 15 dias das eleições municipais. É uma eternidade. Tem muito tempo ainda para que esse jogo possa ser mudado.
Observamos que não fizemos pré-campanha, nós estamos iniciando praticamente uma campanha, uma campanha muito humilde, muito simples. Estamos enfrentando um poderio econômico, temos uma gestão atual que está com todo o poderio econômico, um exército de cabos eleitorais na rua, com muita gente balançando bandeira, com muita gente fazendo pirotecnia.
Nós queremos discutir com a sociedade. Nós temos um prazo ainda para que esse debate seja implementado. Na verdade, o eleitor, o cidadão que vai votar, ele ainda não está no clima de uma eleição. Ele está no seu trabalho, no seu dia a dia, na sua rotina, buscando as suas realizações. O clima de campanha ainda não prevaleceu no ambiente municipal.
Então nós estamos a 15 dias ainda das eleições. É muito tempo, é quase uma eternidade para quem está em campanha. Nós acreditamos que esse processo ainda está por ser definido. O eleitor, na verdade, não sabe nem onde está o título de eleitor ainda. É no último dia, na véspera, que ele vai procurar onde está o título de eleitor, que ele vai discutir com a família, discutir com os amigos.
E nós estamos começando uma campanha, na verdade. Uma campanha muito simples, uma campanha modesta, uma campanha com poucos recursos. Mas uma campanha que está dialogando com a cidade, apresentando um novo projeto, um novo modelo de fazer política. Nós estamos apresentando um novo modelo de fazer política, o nosso prospecto, a nossa campanha. Ela está colocando o dedo na ferida.
Nós temos hoje no Brasil 40 milhões de brasileiros e brasileiras que vivem abaixo da pobreza absoluta. Isso é fruto da má-política estabelecida ao longo de décadas e décadas e décadas.
Então, nós queremos colocar o dedo na ferida. Nós queremos mostrar para o povo de Vila Velha que nós temos uma outra concepção de forma e modelo de fazer política. Essa política que criou uma desigualdade extrema no Brasil e, por consequência, em Vila Velha.
E nesse novo modelo de fazer política, o senhor se enquadra como candidato da direita ou da esquerda?
Eu me enquadro como candidato do centro, do extremo centro. Eu acho que essa polarização ela não decantou para o município de Vila Velha, apesar de ter candidatos fazendo beira à idolatria.
Um candidato defende o ex-presidente da República. O outro candidato em Vila Velha coloca o nome do atual presidente. É o culto à personalidade. A personalidade beira à idolatria. E quem vai governar Vila Velha não é o ex-presidente Bolsonaro e nem é o atual presidente Lula. Espero que seja o Maurício Gorza. A gente não faz esse culto à idolatria.
O candidato só falou que representa uma nova política, mas o principal apoiador do senhor, que é o ex-prefeito Max Filho, foi prefeito por três vezes no município, teve oportunidade em dois mandatos seguidos e depois em mais um outro mandato. O ex-prefeito Max Filho, que é apoiador do senhor do mesmo partido, indicou o nome do senhor, inclusive. É um peso ou um trunfo para o senhor?
Veja bem, uma candidatura a prefeito, uma candidatura a governador ou uma candidatura a presidente não é uma questão de oportunidade e nem uma questão de vaidade. É uma construção.
Eu fui vereador da cidade de Vila Velha, fui vice-prefeito. Na última gestão, fui subsecretário de Meio Ambiente e fui subsecretário de Educação.
Eu conheço a cidade, eu vivo a cidade. Eu conheço as dificuldades que a cidade enfrenta. Eu sou engenheiro e, em Vila Velha, já tivemos prefeitos administradores, prefeito médico, advogado, teve prefeito delegado. Vila Velha nunca teve um prefeito engenheiro. Então eu estou colocando toda a minha experiência. Eu vivi o Legislativo Municipal, eu vivi o Executivo municipal, eu vivo a cidade.
Não sou um paraquedista que está caindo em Vila Velha. Eu não sou oportunista. Eu tenho a minha vida estabelecida em Vila Velha. Então nós queremos toda a experiência que eu adquiri durante esses vários anos no Poder Executivo, no Poder Legislativo, para colocar à disposição do povo de Vila Velha.
O ex-prefeito Max Filho tem uma história que vem desde o pai, desde o avô, tem toda uma tradição, tem um legado deixado na cidade de Vila Velha.
Então a gente não pode desprezar essa experiência, esse conhecimento. Max Mauro já exerceu vários cargos na cidade de Vila Velha, no Estado do Espírito Santo, foi governador do Estado.
Max Filho foi prefeito por três vezes, foi deputado estadual, foi vereador, foi deputado federal. Então tem um legado, tem uma história, e nós queremos, sim, a participação de todos aqueles que queiram contribuir com a melhoria da cidade.
Essa é a nova política, candidato?
Eu entendo que a nova política é feita de conceitos e não de pessoas. Por exemplo, a velha política está estabelecida em Vila Velha. O melhor exemplo da velha política está estabelecida hoje em Vila Velha, com candidato que se diz jovem, mas que tem nos seus cargos comissionados a opressão, que tem cargo comissionado balançando bandeira nesse momento, lá em Vila Velha.
É a velha política política da arrogância, a política do autoritarismo, a política da pressão, a política da cooptação. Os vereadores de Vila Velha estão calados durante quatro anos. Os líderes comunitários, a grande maioria dos líderes comunitários, tem cargo comissionado na Prefeitura de Vila Velha.
E nós queremos mudar isso.
Mas vamos ter tempo de evoluir nesse conceito de novo modelo de fazer política. Por exemplo, o meu secretariado, 100% do meu secretariado será formado por eleitores e moradores de Vila Velha. Isso é a nova política.
O que o atual prefeito fez? A grande maioria do seu secretariado é de fora. Nada contra as pessoas que vêm de outros municípios, nada contra os outros municípios, que são muito bem-vindos e muito bem recebidos na nossa cidade.
Mas quando a gente vai para a rua pedir voto, a gente pede voto a quem? Ao eleitor e ao morador da nossa cidade. E quando a gente vai governar? A gente diz que aquele que nos elegeu, aquele que nos deu um voto de confiança, não serve para governar junto comigo, não tem capacidade para governar junto comigo.
Vila Velha tem 500 mil habitantes, Vila Velha tem uma das melhores universidades do Brasil.
Vila Velha tem várias faculdades, então com certeza Vila Velha tem um potencial muito grande de pessoas qualificadas e capacitadas para ajudar a fazer a gestão da nossa cidade.
Esse é o modelo que nós estamos estabelecendo e eu quero aqui fazer uma convocação que o prefeito de Vitória, o próximo prefeito eleito, governe com as pessoas de Vitória, que o prefeito de Cariacica governe com as pessoas de Cariacica, que o prefeito da Serra governe com os moradores da Serra, que o governador do Estado do Espírito Santo governe com os capixabas.
Ninguém melhor para cuidar da sua cidade do que quem vive na cidade e quem mora na cidade. Então é esse o modelo da nova política.
Outro exemplo que eu quero dar para você é que 50% do nosso secretariado será formado por mulheres. E você pode vir perguntar: “Mas Maurício, por que isso?”. Porque 53% da população de Vila Velha são mulheres e nós queremos.
Não basta dar uma cota para as mulheres em época de eleição. Nós queremos dar à mulher oportunidade para que ela faça a gestão junto conosco, para que ela participe da gestão, para que ela se envolva no processo político, eleitoral e de gestão da cidade. Esse é o nosso projeto.
Infelizmente, o Espírito Santo é o campeão no ranking de menor participação de mulheres nas eleições. Dos 277 candidatos a prefeito no Espírito Santo, apenas 19 são mulheres. E você deve perguntar: “Mas por que só 19?”. Porque não basta dar cota, é preciso dar alternativas, é preciso dar opção. É preciso condição para que a mulher participe efetivamente do processo político, eleitoral e de gestão.
O senhor falou agora há pouco sobre a questão da desigualdade. Vila Velha tem 111 mil pessoas na pobreza ou na extrema pobreza. O senhor fala em ampliar a cobertura do programa Bolsa Família no município. Quantas pessoas seriam beneficiadas? Como é que seria essa ampliação? O senhor daria uma outra bolsa, de qual valor?
Dentro das minhas propostas de governo eu quero criar a Secretaria de Combate à Fome. Nós temos em Vila Velha pessoas que passam fome. Nós estamos no terceiro milênio, nós estamos no ano de 2024. É inadmissível que tenha pessoas, que tenha crianças, dormindo com fome na nossa cidade.
Então eu vou criar a Secretaria de Combate à Fome. Nós não podemos dormir sabendo que existe crianças, que existem pais e mães dormindo com fome. Eu vivi a pandemia dentro da Secretaria de Educação de Vila Velha.
Essa seria uma nova secretaria? Porque geralmente o combate à fome, à miséria, está no guarda-chuva das secretarias de Assistência e Desenvolvimento. A ideia é criar uma nova secretaria e não eliminar nenhuma outra?
A ideia é criar a Secretaria de Combate à Fome. Eu não vou descansar sendo prefeito da nossa cidade enquanto houver criança dormindo com fome na minha cidade. Eu acho que um prefeito não consegue dormir feliz, não consegue dormir tranquilo, sabendo que existem crianças dormindo com fome.
Mas, na prática, como o senhor vai acabar com a fome?
Tem três pilares que eu acho fundamental na vida de qualquer cidadão: a saúde é fundamental para qualquer um de nós, a educação é fundamental para qualquer um de nós, e o emprego. Se nós tivermos saúde, educação e emprego, o resto a gente vai conquistando ao longo do tempo e ao longo da vida. É assim na vida de qualquer um.
Então nós vamos estabelecer. Vamos fazer um diagnóstico por região Vila Velha, dividido em cinco regiões. Nós vamos fazer um diagnóstico por região, por bairro, porque um bairro vizinho do outro tem as suas características diferentes.
Você desce a Terceira Ponte, você vê uma cidade, vê a Praia da Costa, vê a Praia de Itapuã, vê a Praia de Itaparica, vê os espigões, mas você anda.
Dois quilômetros depois você vê uma outra Vila Velha. A Vila Velha da grande periferia da Grande Terra Vermelha, onde você tem pessoas em extrema pobreza, pessoas que não têm um banheiro na sua residência, pessoas com esgoto a céu aberto, pessoas que não têm saúde, que não têm educação, que não têm expectativa de um emprego. Nós não podemos ter duas Vilas Velhas em um mesmo município.
Nós vamos trabalhar de forma onde cada um seja caracterizado com as suas aptidões. Então, por exemplo, se aquele bairro X tem aptidão para que as pessoas possam fazer confecções, nós vamos trabalhar em cima de confecção.
Se o outro bairro Z tem a aptidão para o empreendedorismo, nós vamos trabalhar com aquele público-alvo a área de empreendedorismo.
Nós vamos fazer um diagnóstico. Não existem soluções fáceis para problemas complexos. Então nós temos que ter um diagnóstico, nós temos que ter uma leitura e aí vamos pensar por região quais são as características e aptidões daquele bairro e quais são as carências. A carência de um bairro é diferente da carência do outro.
Eu participei como vice prefeito do Planejamento Estratégico do município de Vila Velha e, por incrível que pareça, cada região tem a sua característica, cada região tem a sua aptidão, cada região tem as suas carências e nós temos que botar o dedo na ferida.
O que eu vejo hoje da velha política é que a gente fica atacando as consequências. É preciso que ataque as causas. O Bolsa Família, que é um programa extremamente importante no Brasil inteiro, atende a milhões de pessoas. Mas o Bolsa Família começou em 2001, se não me falha a memória, 2003. E ele começou com 3 milhões de pessoas sendo atendidas. Hoje nós estamos no ano de 2024, passaram 21 anos após o início do Bolsa Família e nós estamos com 40 milhões de brasileiros e brasileiros que utilizam o Bolsa Família.
Começou com 3 milhões e hoje está com 40 milhões. Isso nos faz refletir. O custo do Bolsa Família hoje é de R$ 15 bilhões ao mês. Não deveria ter sido o inverso? Essa é uma reflexão. Começou com 3 e hoje está com 40. Quanto que vai estar daqui a dois anos? Não deveria ter sido o contrário? Não deveria, por exemplo, ter começado com 40 milhões e hoje estar com 10 milhões?
Nós vamos ampliar. Já existe o Bolsa Família a nível federal. Nós vamos ampliar, mas nós vamos ampliar dentro dessa linha de raciocínio. Vamos começar, por exemplo, o número x e, ao longo do tempo, vamos diminuindo.
Que número X? Nós não temos esse número ainda. Nós temos o projeto. Eu não saberia dizer para você agora quantas pessoas passam fome em Vila Velha. Eu sei que tem muita gente passando fome. Eu não sei quantas pessoas estão desempregadas na cidade de Vila Velha. Eu acho que nem a atual gestão tem esse número. A gente inclusive procurou e não conseguiu esses números específicos.
Mas nós queremos começar com o número. E à medida que nós formos evoluindo, que esse não entre numa ascendente. Porque se você tem um programa que está a cada ano aumentando mais, é sinal que o programa não está funcionando. É sinal que o programa tem que ser revisto. É sinal que nós estamos aumentando o fosso da desigualdade.
É um programa extremamente importante, mas ele tem que ser um programa de curto e médio prazos para que as pessoas conquistem o direito do seu trabalho e, através do seu trabalho, o seu sustento. Ninguém quer viver do Bolsa Família “ad aeternum”.
Candidato, vamos falar um pouquinho sobre mobilidade também, que é um outro problema da cidade, a questão dos congestionamentos, dos acessos. Tem a Terceira Ponte, a Avenida Carlos Lindenberg, temos pontos de congestionamento principalmente nos horários de pico. Tem congestionamento também na região de Itapuã, na Antônio Ataíde, em vários locais. Qual é a proposta do senhor para resolver esse problema?
Vila Velha tem 200 quilômetros quadrados de extensão territorial. Essa é a primeira reflexão. Desses 200 quilômetros quadrados, 150 quilômetros quadrados estão na área rural e 50 quilômetros na área urbana. Mas nesses 50 quilômetros de área urbana residem e moram 99,5% da população de Vila Velha. Então, 99,5% da população de Vila Velha moram em 50 quilômetros quadrados. Aí você vê a densidade populacional concentrada.
Um espaço pequeno, porque tem 150 quilômetros de área rural, com 0,5% de habitantes da população de Vila Velha. Então, a primeira coisa que nós temos que fazer é tentar criar infraestrutura para que as pessoas ocupem esses 150 quilômetros da área rural de Vila Velha.
Não existe soluções fáceis para problemas complexos. A cada ano aumenta 15% a frota de carro. Cada ano na faixa de 14%, 15% aumenta a frota de carro nas ruas e as ruas são as mesmas. Se você andar na Lindenberg, na Saturnino Rangel Mauro, na Inácio Higino, não tem mais como ampliar. E é assim no 5.570 municípios do Brasil, as vias são as mesmas.
A solução é a gente tirar carro da rua, essa é a teoria. As ruas não são elásticas. A alternativa é que a gente faça um programa, um projeto, que estabeleça alternativas para se tirar carro da rua.
A primeira ação que eu coloquei no nosso plano de governo é a tarifa zero. É a cidade sem roleta. Ou seja, o que nós vamos fazer de forma gradual, nós vamos estabelecer a tarifa zero dentro do transporte coletivo municipal de Vila Velha.
Como é que se mantém isso, candidato? Como é que a prefeitura consegue dinheiro para bancar a tarifa zero para todas as pessoas que circulam pelo município? Vila Velha, a segunda cidade mais populosa do Espírito Santo.
Isso não fica tão caro assim. Nós vamos fazer de forma gradual. Vila Velha tem um orçamento de R$ 2 bilhões ao ano, então Vila Velha não é uma cidade com muitos recursos, mas a gestão desses últimos quatro anos nunca teve tanto dinheiro na cidade de Vila Velha.
Eu vou te explicar como, além do orçamento, a prefeitura, o governo Max deixou uma prefeitura saneada econômica e financeiramente. Todos os fornecedores pagos e R$ 300 milhões em caixa.
A atual administração fez mais dois financiamentos com a Caixa Econômica, uma faixa de R$ 200 milhões e outro no apagar das luzes na Câmara Municipal de Vila Velha aprova em menos de três minutos R$ 250 milhões.
Eu estive com presidente do PSB e ele me disse que o governo do Estado investiu no município de Vila Velha R$ 5 bilhões. Então, o atual prefeito governa quatro anos com recurso de oito. E aí, quando você olha as realizações, poderia ter feito uma revolução na gestão de Vila Velha e, na verdade, não fez.
É por isso que não merece mais quatro anos, porque foi tímida a gestão estabelecida.
Para deixar claro a questão específica da Tarifa Zero. De onde vai tirar dinheiro para bancar passagens gratuitas para os moradores, para quem circula por Vila Velha?
Vai ser de forma gradativa, vai ser de forma gradativa. Nós vamos fazer parcerias, vamos buscar apoio do governo estadual, vamos buscar apoio do governo federal. Nós vamos fazer uma gestão extremamente franciscana. Vamos cortar os gastos, vamos priorizar aquilo que é importante na vida do cidadão.
Foram gastos R$ 10 milhões no último Natal só em árvore de Natal. O problema é que as gestões hoje fazem muita pirotecnia e não priorizam aquilo que é fundamental na vida do cidadão.
Ele pede saúde, o prefeito faz parquinho. Pede educação, o prefeito faz parquinho. Pede saneamento, o prefeito faz parquinho. Pede habitação, o prefeito faz parquinho. O parquinho é importante. Claro que é importante! Nada contra o parquinho, mas é prioridade na vida do cidadão?
O que é prioritário na vida do cidadão, uma coisa que é prioridade na vida do cidadão? Respondendo a sua pergunta: é o transporte! Hoje o trabalhador gasta 20%, 30% dos seus proventos em deslocamento. Como isso? Isso é função do governo. Então, de onde nós vamos tirar esse dinheiro? Da gestão pública! Dos R$ 2 bilhões do orçamento da Prefeitura Municipal de Vila Velha.
Saúde é prioridade para os moradores de Vila Velha, segundo pesquisa Futura publicada na Rede Vitória. Nós já mostramos diversas vezes a reclamação dos moradores sobre demora no atendimento, dificuldade para consulta com especialista. Se eleito, o que o senhor vai fazer para melhorar a saúde pública de Vila Velha?
Primeiro é melhorar a gestão. Não adianta você construir espaços físicos, unidade de saúde. Aí eu vou me referenciar também às escolas. Não adianta você fazer o espaço físico se você não tem gestão. E hoje a gestão das unidades de saúde em Vila Velha está politizada. São cabos eleitorais e são assessores do prefeito, são lideranças comunitárias que fazem a gestão das unidades de saúde.
O cidadão chega na unidade de saúde às 6h, 7h, e vai sair às 14h, 16h, 17h. É mal-atendido. É preciso humanizar a questão da saúde.
Nós vamos fazer a gestão. Vamos fazer um processo transparente e democrático na escolha dos gestores, dos diretores das unidades de saúde.
O diretor da unidade de saúde tem que ser profissional correlato à saúde, não pode ser o líder comunitário, não pode ser um cabo eleitoral. Quem tem que fazer a gestão das unidades de saúde é o profissional da saúde, o enfermeiro ou o médico.
Nós vamos colocar para fazer a gestão enfermeiros ou médicos, que vão administrar a unidade de saúde. Nós vamos humanizar. O cidadão é mal-atendido, é mal recebido da unidade de saúde.
Nós vamos fazer a telemedicina. Estamos na era da informação, da tecnologia. Vamos acabar com a politização no município de Vila Velha, tanto na saúde como na educação.
Aproveitando a sua pergunta, também são cabos eleitorais que administram a educação, são líderes comunitários, e nós vamos colocar pessoas correlatas à educação: o pedagogo e o professor para administrar as nossas unidades.
É assim, fazendo uma gestão eficaz e eficiente, que nós vamos melhorar o atendimento à população de Vila Velha.
Nós vamos disponibilizar também remédios em quantidade e qualidade, porque o cidadão chega de madrugada, sai quase à noite com a receita prescrita, mas não tem dinheiro para comprar o remédio.
Candidato, seu tempo acabou. Agora o senhor tem dois minutos para as considerações finais.
Veja bem, você, cidadão, você, cidadã do município de Vila Velha, que está andando nas ruas. Vocês estão vendo dois candidatos gastando uma fortuna na campanha, gente balançando bandeira, gente nos sinais de trânsito.
A rua está contaminada com vários totens, várias bandeiras e um exército de cabo eleitoral. Gente balançando bandeira na calçada, na rua. Isso sai do seu bolso, do meu bolso e do nosso bolso.
O eleitor de Vila Velha já deu um exemplo de maturidade, de espírito democrático, de maturidade política. Não elegeu, nas últimas três eleições, os três prefeitos que disputavam as eleições. E nós acreditamos que Vila Velha não vai eleger de novo um outro, o prefeito que também busca a reeleição.
Nossa campanha é simples, é uma campanha humilde, uma campanha modesta, com poucos recursos. Nós não temos uma liderança comunitária em Vila Velha nos apoiando. Nós não temos um vereador nos apoiando, nós não temos um deputado nos apoiando. E o que você pode pensar que é uma fraqueza, é a nossa fortaleza.
Nós queremos botar o dedo na ferida. Nós queremos um novo modelo de fazer política. Nós queremos uma Vila Velha voltada para os interesses dos vilavelhenses, do povo canela-verde.
Então, eu quero aqui pedir para você, morador, eleitor da nossa cidade, que avalie bem como vai dar o seu voto no dia 6 de outubro. Quem faz campanha milionária, depois faz gestão milionária.
A nossa campanha é focada em ideias, em pensamentos, em propostas, discutindo a cidade de Vila Velha. No nosso governo, 50% do secretariado será formado por mulheres. Os nossos secretários, 100% na totalidade, serão eleitores e moradores de Vila Velha. Por isso, eu peço a você, eleitor e morador de Vila Velha, reflita bem antes de decidir o seu voto. Maurício Gorza, 45.
VEJA A ENTREVISTA COMPLETA DE MAURÍCIO GORZA: