O candidato do PSDB à Prefeitura de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, foi o segundo entrevistado na série de sabatinas promovidas pela Rede Vitória com os principais postulantes a prefeito da cidade.
Por 30 minutos, nesta terça-feira (01), ele respondeu a perguntas e apresentou suas propostas para o município.
As entrevistas, realizadas pela Rádio Pan News Vitória (90.5 FM), são transmitidas simultaneamente pelo jornal online Folha Vitória e começam sempre às 11h30, de segunda a sexta-feira.
Luiz Paulo tem Victor Ricciardi (União Brasil) como candidato a vice. Na sabatina, ele foi questionado sobre combate ao pó preto, o papel da Guarda Municipal, construção de Upas e outros temas.
O candidato disse que quer atrair turistas de cruzeiros para turbinar a economia de Vitória. “Vários destinos turísticos recebem cruzeiros e não há porto nem atracação por variadas razões. Os navios de cruzeiro hoje são muito grandes e há poucos portos que comportam essa atracação”.
Ele sustenta que a cidade precisa se preparar: “Inclusive por causa da reforma tributária, porque agora a receita dos estados não é proporcional a quem produz ou importa. O turismo vai compensar o que vamos perder da reforma tributária”.
A ordem das sabatinas com os candidatos foi definida por sorteio, sendo elaborada a partir dos cinco candidatos com melhor pontuação no cenário estimulado da pesquisa Futura. Nesta quarta-feira (02) será a vez de Capitão Assumção (PL).
Abaixo, confira a transcrição completa da sabatina com Luiz Paulo Vellozo Lucas:
Os candidatos de Vila Velha e Cariacica que têm o apoio do governador Renato Casagrande lideram as pesquisas de intenção de voto. Por que o apoio do governador na sua campanha ainda não surtiu esse efeito?
A minha candidatura nasce de um diagnóstico sobre a atual gestão de Vitória, que nos parece estar no caminho errado. Nós somos uma aliança: PSDB, PSB, MDB… vários partidos para oferecer uma alternativa para o eleitor. Uma alternativa que não seja o PT, porque, na nossa opinião, o PT não é alternativa em Vitória.
Eu já fui prefeito, saí com uma boa avaliação. Há uma memória positiva, mas tem 20 anos que eu saí da prefeitura. Nas caminhadas por aí eu já encontrei gente que falou “achei que você tinha morrido, nunca mais te vi”. Nossa campanha cresceu muito. Estou muito convicto que vamos ao segundo turno, que terá segundo turno em Vitória.
Eu tenho muito orgulho e fico muito feliz com o apoio que eu tenho tido do governador Renato Casagrande, das pessoas que estão no governo e eu respeito muito os limites que ele se auto impôs para participar das eleições municipais.
Tenho orgulho de representar um projeto político que hoje é liderado por Renato Casagrande no Espírito Santo. Eu represento esse projeto nas eleições de Vitória
Mas não é um apoio muito tímido?
Não, de jeito nenhum. É um apoio político sólido e importante. A equipe de governo está toda envolvida na campanha e eu defendo que a Prefeitura de Vitória tenha uma aliança estratégica com o governo do Estado. Os problemas e os desafios de Vitória, bem como as oportunidades de desenvolvimento de Vitória, não são só da cidade de Vitória, são da Região Metropolitana e do Estado.
Vitória é a capital do Espírito Santo. Vitória precisa ser a locomotiva do desenvolvimento da Região Metropolitana e do Estado. Para isso, tem que ter alguém na prefeitura comprometido com essa ideia, que queira trabalhar nessa direção, coisa que a atual administração não faz e não tem interesse em fazer.
Para colocar em prática essas ideias todas, o senhor precisa se eleger primeiro e para se eleger precisa reforçar a sua campanha. Estamos na reta final de campanha. Como o senhor acha que o peso do apoio do governador pode realmente fazer a diferença na campanha do senhor?
Eu vou ao segundo turno e estou convicto que a nossa mensagem vai chegar a todos os eleitores. Tem 40% dos eleitores indecisos na espontânea e muita gente muda o voto na última semana.
Ao contrário do que alguns “cientistas” andam analisando por aí, o povo de Vitória ainda não decidiu de fato se considera que a atual administração merece a reeleição ou se quer mudar. Querendo mudar, para onde vai mudar? Nós estamos oferecendo uma alternativa de mudança real com os pés no chão. Não é um salto no escuro.
O atual prefeito tem o interesse principal de ser candidato a governador daqui a um ano e meio. É um projeto de poder. Não tem projeto para Vitória. É um projeto de poder e Vitória não merece isso.
Eu tenho certeza que isso vai chegar, as pessoas vão refletir sobre isso e vão decidir. Eu já participei de muitas eleições, já ganhei, já perdi e confio no voto popular e no discernimento do eleitor. Não gosto muito de me fiar em previsões e incertezas metafísicas.
Candidato, a ONG Juntos, S.O.S. Espírito Santo Ambiental afirma que entre novembro de 2022 e novembro de 2023, algumas estações de monitoramento da qualidade do ar da Grande Vitória registraram aumento do pó preto. Os veículos também contribuem para essa poluição. Seu plano de governo fala em um plano de ação para reduzir as emissões veiculares. Como o senhor pretende fazer isso?
Olha, uma coisa prática que a gente pode fazer em Vitória é adotar transporte público elétrico. Eu tenho defendido que no Sistema Transcol a gente possa fazer, em parceria com as prefeituras, linhas tronco-alimentadoras circulares com veículos elétricos. O sistema vai melhorar, mais gente vai deixar o carro em casa e vai usar o transporte público. O caminho da mobilidade é a melhoria da qualidade do transporte público e menos automóveis.
O problema do pó preto, da Vale e da ArcelorMittal, é uma questão. Nós temos que exigir, os órgãos ambientais precisam exigir que essas empresas façam investimentos compatíveis com as plantas que eles têm em outros lugares do mundo.
Eu não quero expulsar a Vale e a Arcelor daqui. Mas nós temos que, ao invés de ficar cobrando compensação ambiental para fazer parque e outras coisas, temos que cobrar os investimentos em tecnologias mitigadoras da poluição na ponta de Tubarão.
Esse é um problema antigo, candidato. Inclusive desde a época que o senhor foi prefeito de Vitória.
(O problema) vem de antes daquela época. Naquela época nós fizemos um sistema de monitoramento que não existe mais. Mas o fato é que o ponto central são os órgãos ambientais. Eu sou contra a compensação ambiental. Eu acho que o poluidor tem que investir nas tecnologias mitigadoras da poluição 100%.
Como é que um prefeito, como é que o município pode exigir… Como é que isso pode acontecer?
Os órgãos ambientais têm legislação para fazer essa exigência, o Ministério Público tem… e já se conhece esse caminho. Esse caminho em parte já foi trilhado. Elas fizeram investimentos. Já foi pior o pó preto da ponta de Tubarão do que é hoje. O que só piora é a contribuição dos automóveis.
Reduzir os automóveis é o único caminho para melhorar a qualidade de vida da cidade. No mundo todo. Mas para reduzir os automóveis tem que melhorar a qualidade do transporte público.
Vamos falar um pouquinho de saúde agora. O principal desafio da saúde em Vitória é reduzir o tempo de espera por exames, por consultas com especialistas. Ontem, inclusive, a gente conversou com a Gisele, que tem 37 anos. Há dois anos, ela espera para fazer uma tomografia. Como resolver esse problema, já que atualmente, especialidades é uma responsabilidade do governo do Estado? De que forma? Se o senhor foi eleito, vai ajudar a população de Vitória nesse ponto?
Em Vitória nós temos 29 unidades de saúde, sendo dois pronto-atendimentos: um em São Pedro e o outro na Praia do Suá. Dessas 29 unidades, 23 foram construídas na minha administração. Mas eu acho que o mais grave do sistema de saúde de Vitória é a qualidade do atendimento, a nota que o usuário dá e que a própria prefeitura monitora essa nota, o nível de satisfação do usuário do sistema.
Essa nota vem caindo, caiu na atual administração, muito embora o prefeito na sua campanha quatro anos atrás tenha prometido que isso iria melhorar. Não melhorou, piorou a qualidade dos serviços de saúde, não só nas especialidades.
Eu tenho falado e coloquei no meu programa de governo essa necessidade. A urgência e emergência são a face mais dramática do sistema de saúde. Nós precisamos de ter UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) em Vitória. Os moradores Jardim Camburi, por exemplo, estão sendo orientados na unidade da prefeitura a procurarem a UPA da Serra.
Vitória já tem porte e é a única capital que não tem UPA. Tem que construir duas UPAs em Vitória para melhorar e a gente caminhar para a gestão plena.
A gestão plena vai ser quando o município tiver mais responsabilidade em termos das atividades previstas no SUS para serem de responsabilidade dos municípios: prevenção e atenção básica.
Sempre foi cobrado de Vitória construir hospital, mas nós temos que aperfeiçoar o programa Saúde da Família e a atenção básica. A porta de entrada no sistema de saúde é o que vai desafogar os hospitais, porque grande parte das demandas nos hospitais poderiam ser resolvidas nas unidades ambulatoriais ou até em casa.
Você tem um paciente crônico, você não precisa esperar ele ficar doente, ele vai ficar doente, você tem que tratar dele em casa. Esse é o programa Saúde da Família. Nós chegamos a ter em Vitória 100% de cobertura do Saúde da Família e ele hoje está capenga. Então a minha prioridade é Saúde da Família, prevenção, atenção básica, construção das UPAs e gestão de qualidade dos serviços públicos como um todo.
Eu sou um cara muito ligado no tema de qualidade produtividade. Eu sou engenheiro de produção. A primeira coisa que eu fiz quando cheguei na prefeitura foi treinar todo mundo que tinha contato com o público nas técnicas de qualidade. Porque eu acho que qualidade é a excelência que a população exige e pede e quer do serviço.
E quanto tempo candidato, quanto de recurso que seria investido nessa área para criar UPAs, aumentar o atendimento? O senhor falou em duas unidades, duas UPAs…
O SUS financia tanto a construção quanto a gestão das UPAs.
Mas são anos para construir…
Não, não, não, não. Em dois anos dá para construir uma UPA. E o mais caro não é a construção, o mais caro é a manutenção, é a gestão, são os médicos, são os medicamentos, os equipamentos. Vitória piorou e nós vamos melhorar. Esse é o meu compromisso.
E de onde vem o recurso para manter essas duas UPAs com essa quantidade toda de médicos?
O SUS tem o modelo de financiamento bem conhecido de todos, eu vou seguir o modelo do SUS.
Vamos falar de segurança pública. O senhor fala no plano de governo em retomar a finalidade constitucional da Guarda Municipal, que foi criada na sua gestão. Ela vai deixar de ter aquele poder de polícia? Como que vai ser?
Não vai deixar de ter nada… Eu criei a Guarda Municipal num momento dramático da vida da cidade e eu acho que ela foi distorcida na atual administração para fins de propaganda. Eu acho inaceitável fazer demagogia com o medo das pessoas. Acho inaceitável fazer populismo com medo das pessoas na crise da segurança pública. O descontrole da criminalidade é o maior problema do Brasil.
Não é só em Vitória, não é só no Espírito Santo. O Estado tem um programa de gerenciamento intensivo, que é o Estado Presente, com financiamento do BID. É um programa que tem resultados excelentes no Estado inteiro.
Na Grande Vitória, só Vitória piorou os seus indicadores, tanto de homicídios quanto de crimes contra o patrimônio. E essa opção política da atual administração prejudica o funcionamento do sistema, que deveria ser um sistema integrado de policiamento.
Mas essa atuação política é o que é? Prender, fazer abordagens?
Não. A Guarda Municipal deveria se dedicar também, da mesma maneira que no SUS, à prevenção e à repressão aos delitos urbanos. Quando nós criamos a Guarda, fizemos um treinamento. Os guardas têm um treinamento diferente dos soldados da PM. Soldados da PM são soldados treinados para montar e desmontar um fuzil rápido, confrontos, etc.
O guarda municipal ele tem que ser o guarda de proximidade. Ele previne a existência do delito, seja contra a vida, seja contra o patrimônio.
Aliás, quando nós criamos a Guarda, o nosso sonho é que fosse uma Guarda Metropolitana, que a gente juntasse as guardas, todas metropolitanas, com um consórcio, com o governo do Estado, com a PM, de maneira que você tivesse uma polícia metropolitana para fazer a prevenção, a prevenção e a repressão aos delitos de baixo impacto.
A Casa do Cidadão de Maruípe foi construída para isso e até teria juizados especiais para julgar imediatamente os delitos urbanos, delitos de baixo poder ofensivo que não entulhassem as delegacias normais.
(A ideia é que) tivesse um outro rito, aquela história do ladrão de galinha não ir para a cadeia junto com um assassino perigoso. Então os delitos de baixo impacto iriam para aquele juizado especial e a Guarda trabalharia integrada com todas as demais forças policiais e também com o Judiciário, com o Ministério Público, um sistema único de segurança pública.
Isso já entrou na pauta do Brasil algumas vezes, mas não consegue avançar por conta de corporativismo e visão política. Tiram proveito do medo das pessoas para se eleger.
Você acha que a Guarda tinha que ser desarmada?
Não. Ela foi criada armada. Ela já foi criada armada.
Mas com essa filosofia de proximidade, de evitar o delito…
Ela foi criada sendo armada. Ela já foi criada sendo armada. É uma dissuasão e é uma prevenção do conflito. O policial, o guarda é uma força policial.
Aproveitando que a gente está falando da Guarda, candidato, nós vimos recentemente a Leitão da Silva fechada, pânico dos moradores, comunidades expostas. Como a Guarda deve agir com traficantes em uma eventual gestão do senhor?
Eu acho que a Guarda tem que trabalhar integrada com as demais forças policiais. Nenhuma delas deve atuar de forma isolada. A Guarda tem um papel.
Eu acho que num conflito aberto com bandidos, com traficantes, a Polícia Militar tem que ser chamada para agir. Porque ela tem mais expertise, é uma força mais preparada para esse tipo de situação.
Eu acho que essa integração ela é essencial em quase tudo na vida, mas na segurança pública, a falta dessa integração eu acho criminosa. Eu fico revoltado em ver o medo das pessoas sendo utilizado para ganhar eleição.
Mas o senhor acha que hoje não tem essa integração da Guarda com a Polícia Militar?
Eu acho não, eu afirmo que não tem. Eu estava no governo até bem pouco tempo. Eu conheço bastante bem, fui do Instituto Jones. Eu tenho informações seguras de que não há essa integração.
No seu plano de governo, o senhor fala muito em fomentar o turismo, em ampliar, por exemplo, a passagem de cruzeiros pela Capital. Mas hoje o Porto de Vitória tem uma grande movimentação de navios comerciais. O senhor mesmo destaca lá no seu plano de governo que seria inviável que os cruzeiros atracassem no porto. Onde o senhor pretende fazer esse embarque e desembarque de passageiros? Quanto de recurso seria necessário para um novo porto na Capital?
Vários destinos turísticos recebem cruzeiros e não há porto nem atracação por variadas razões. Búzios, por exemplo, recebe regularmente turistas e navios de cruzeiro, mas tem cidades na Europa também que funcionam assim. Os navios de cruzeiro hoje são muito grandes e tem poucos portos que comportam essa atracação.
Então, normalmente ele fica, não em alto-mar, mas fora (do porto) e vem um barco a Vitória. O turismo é um setor como qualquer outro. O turismo não precisa de receber 1 milhão de visitantes de fora do Estado para começar a virar destino turístico nacional ou internacional. Vários países do mundo transformaram suas economias a partir da atividade turística.
Eu poderia dar vários exemplos do que mais me chama atenção. Nós vimos na África do Sul, quando acabou o Apartheid, a economia estava totalmente destruída e eles fizeram uma revolução a partir das reformas urbanas que foram feitas na Cidade do Cabo, transformando um porto deficitário que era federal junto com o mercado imobiliário.
A África do Sul recebe 24 milhões de turistas internacionais hoje. Ela vive basicamente dessa atividade e começou na Cidade do Cabo, mas foi para Johanesburgo, foi para Durban, pegou o país inteiro. Foi reorientado para receber visitantes, para tirar proveito dos seus ativos ambientais, dos seus ativos culturais. As pessoas visitam os outros lugares porque querem conhecer o povo, a comida, a natureza. E nós somos um povo extraordinário, o Espírito Santo.
Vitória tem que ser a porta de entrada. O cara vai vir para subir o Pico da Bandeira, para ir a Pedra Azul, para dançar forró em Itaúnas, para andar de tirolesa em Pancas. Vai vir para Vitória, vai vir por Vitória. Isso tudo tem que se constituir um destino só.
Nós precisamos nos preparar para isso, inclusive por causa da reforma tributária, porque agora a receita dos estados não é proporcional a quem produz ou importa.
Nós tivemos uma vantagem, porque nós temos aqui a produção local e importação pelo Espírito Santo. Isso gera tributos aqui. Agora não vai ser mais assim, vai ser pelo consumo. Como aumentar o consumo? Trazendo visitantes. Trazendo visitantes a gente vai aumentar o consumo. Nós vamos ficar com a parcela. Vai compensar o que vamos perder da reforma tributária.
Eu penso no turismo. Não é um setor, é tudo. Tem que funcionar. Experimente ir a um restaurante domingo à noite, em Vitória, segunda-feira… Nós não somos uma cidade preparada para isso. Vamos ter milhares e milhares de novos empregos que serão gerados pela atividade de turismo industrial. Vamos chamar assim: turismo de pacote. Chegando centenas, milhares de turistas todo mês…
Não é fácil para uma cidade se organizar para isso funcionar direito. E mais uma vez, não depende só de Vitória, depende dos outros municípios da Grande Vitória, do Estado. Tem que ter um trabalho de parceria.
E o papel nobre do prefeito é liderar essas forças. Políticas públicas e forças de mercado é que podem produzir prosperidade. O papel do governante é ser líder, articular as forças de mercado. Força de mercado é do vendedor de coco à Vale do Rio Doce. Isso que é a força de mercado e as políticas públicas.
Na prática, como fazer isso? O que de primeiro momento o senhor faria para exatamente estimular?
Eu acho que a primeira providência é trocar o prefeito.
Se se eleito…
Vai ser a pessoa ter interesse e vocação para fazer esse trabalho. Tem que ter, tem que decidir fazer, tem que saber fazer. Sem falsa modéstia, eu já mostrei que sei fazer e eu quero fazer. Então tem uma chance grande de que venha a acontecer.
Candidato, dados do último censo do IBGE mostram que a população com 65 anos ou mais cresceu 57%, representando 10% da população. Então as pessoas estão vivendo mais. Qual a proposta do senhor para a terceira idade aqui em Vitória?
Como eu tenho 67 anos, então eu estou já nessa estatística aí. Que bom que a gente está vivendo mais. E olha, quando nós estivemos na prefeitura da primeira vez, nós diagnosticamos. As unidades de saúde que nós construímos tinham espaços de convivência. Começou até no Bairro República, a unidade de saúde lá.
E tinha médicos muito dedicados, grupos de convivência da terceira idade. A terceira idade precisa… O maior problema da terceira idade em famílias de mais baixa renda é a solidão, a solidão. E ela agrava o quadro de doenças típicas da terceira idade, da velhice.
Então, é absolutamente fundamental que a cidade tenha oferta de atividades. Atividades físicas, atividades culturais, atividades sociais. Tenha espaços exclusivos.
Nós fizemos o primeiro espaço de convivência na região da Grande Goiabeiras para a terceira idade. Mas às vezes você não precisa construir nenhum prédio novo para isso. Você pode usar instalações já existentes.
Mas uma cidade saudável é uma cidade em que os nossos idosos tenham atividades programadas para eles, para que eles não envelheçam e morram na solidão, longe uns dos outros.
Eles são como as crianças. Criança gosta de criança, idoso gosta de idoso, de contar histórias, de mostrar fotografias dos netos, fazer a sua ginástica.
Vitória é uma cidade tão linda. Eu fico encantado quando eu vou caminhar na praia de Camburi e vejo os grupos fazendo ginástica, andando, fazendo canoa, fazendo esporte, andando de bicicleta. Atividade física é fundamental para o para a felicidade das pessoas e para a saúde das pessoas.
Candidato, no seu plano de governo, o senhor diz que vai adotar uma política pública baseada em evidências. Ela vai nortear as tomadas de decisões. O que seria essa política e de que forma vai funcionar caso o senhor seja eleito?
Esse é um mantra para mim. Eu sou engenheiro, economista, professor e me acostumei a trabalhar políticas públicas baseado nos melhores fatos, evidências e experiências. Antes de tomar qualquer decisão, a gente tem que estudar e ter modelos e evidências que possam nos mostrar o melhor caminho.
Agora, governar não é científico, porque a gente sempre toma decisões no ambiente de incertezas. A ciência vai nos dar pistas, alguns elementos, mas não dá toda a resposta, porque a gente trabalha num ambiente com dúvidas, com incertezas e o governante precisa ter capacidade.
Por isso é importante ouvir, dialogar, estudar exemplos onde deu certo determinadas coisas e você não pode ficar estudando a vida toda. O tempo passa, você tem que decidir, tem que tomar a decisão e essa responsabilidade de tomar a decisão é indelegável. É do líder eleito, que tem a confiança da população, porque a matéria-prima do bom governo é a confiança. Ele trabalha com a confiança das pessoas. As pessoas acreditam.
Então, é muito importante saber trabalhar com a ciência, com a técnica e também com a boa política, com a ausculta, com a conversa, com o trabalho de convergência, de convencimento que não é científico. É mais arte do que ciência. Já se disse que a arte de governar é a arte das artes, a ciência das ciências. É preciso ciência e arte.
Candidato, a gente vai zerar o cronômetro agora e o senhor tem dois minutos para as considerações finais.
Que bom! Obrigado. Eu me dirijo agora a você que está me ouvindo. É pra te pedir o voto de confiança no próximo domingo, no 45, no Luiz Paulo 45.
O meu vice é o Vítor, do União Brasil. É um jovem advogado de 35 anos, militante da causa ambiental e cheio de energia. A gente faz uma dupla bacana, de experiente e o mais jovem chegando agora na política.
Nós acreditamos na política, nas eleições. Só votando no melhor caminho, refletindo sobre o melhor caminho, a gente consegue dar a nossa contribuição, contribuição de cada um para um mundo melhor.
Quando a gente vota, escolhe bem, escolhe bem e a gente ajuda a melhorar o mundo. Eu fui prefeito de Vitória, eu saí da prefeitura há 20 anos atrás, eu fui prefeito oito anos. Quem votou em mim naquela época não se arrependeu. Eu não decepcionei ninguém.
Meu principal projeto era urbanização de favela em Vitória. As pessoas moravam em palafita, o ônibus não chegava nos morros, não tinha unidade de saúde.
Os morros eram barro. Não tinha nem escadaria, nem corrimão. Nós fizemos uma revolução na vida dos bairros mais pobres de Vitória, e os bairros e as pessoas se lembram disso.
A agenda hoje é outra. É enfrentar o tema da violência, melhorar a saúde, a educação, a zeladoria. E eu peço o seu voto de confiança, porque eu quero fazer, eu sei fazer. E se você confiar no Luiz Paulo 45, você não vai se arrepender.
VEJA A ENTREVISTA COMPLETA COM LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS: