A Rede Vitória iniciou, nesta segunda-feira (9), uma série de sabatinas eleitorais com os principais candidatos à prefeitura das quatro maiores cidades da Grande Vitória. Abrindo a semana de entrevistas com os candidatos da Serra, o primeiro a participar foi Igor Elson (PL). Ao longo da semana, os eleitores terão a oportunidade de conhecer melhor as propostas dos demais concorrentes.
As entrevistas, realizadas pela Rádio Pan News Vitória (90.5 FM), são transmitidas simultaneamente pelo jornal online Folha Vitória. Cada sabatina tem duração de 30 minutos e acontece sempre às 11h30, de segunda a sexta-feira. A ordem dos candidatos foi definida por sorteio.
Igor Elson Bromonschenkel, candidato a prefeito da Serra pelo PL em 2024, tem Cabo Cassotto como seu vice-prefeito. Ele já concorreu como candidato a deputado estadual pelo Espírito Santo em 2022, também pelo PL, e como candidato a vereador na Serra em 2020, pelo PODE.
O candidato foi questionado sobre diversos temas como apoio a comunidade LGBTQIA+, a oposição ao atual governador do Estado Renato Casagrande (PT), investimentos na educação, entre outros temas.
Abaixo, confira a transcrição completa da sabatina com Igor Elson, onde ele apresenta suas propostas e discute suas ideias para o futuro da cidade da Serra.
Candidato, o senhor é de um partido que faz oposição ao governador Renato Casagrande. Isso não pode prejudicar a gestão do município da Serra? Se o senhor for eleito, como é que você vai conseguir atrair investimentos para o município? Como é que vai ser essa relação?
Excelente pergunta! Eu sou um gestor público. Fui secretário municipal de três pastas na cidade. Sou do PL com muito orgulho, mas em hipótese nenhuma. Dialogamos, sim. Jamais vou sacrificar o meu povo, o povo da Serra, por causa do espectro político.
Continuo não concordando nem andando lado a lado com o governador por causa do seu espectro político, mas respeitando as diferenças e colocando o povo em primeiro lugar. Se eu for prefeito da Serra, com certeza dialogarei e ao contrário. Talvez pelo diálogo nós poderemos trazer até mais recursos do que o governo municipal atual traz com o governo do Estado.
Segundo a pesquisa futura, 23% dos eleitores da Serra acreditam que segurança pública deve ser prioridade na próxima gestão. Serra é o município do Estado com mais assaltos a coletivos. Segundo dados da Sesp, até agosto foram mais de 600 ocorrências. Jardim Limoeiro é o local considerado mais perigoso para quem anda de ônibus. Foram 126 casos de assaltos. Segurança pública é responsabilidade do Estado, a gente sabe disso. Mas a Serra tem uma Guarda Municipal muito bem estruturada, inclusive. Qual sua proposta para reduzir os assaltos a coletivos?
Na verdade, o artigo 144 da Constituição, diz que segurança pública é dever de Estado, entende-se que Estado federativo, mas responsabilidade de todos. É um engano qualquer prefeito falar que a responsabilidade de segurança pública não é dele. É sim!
Na Serra, nós temos a maior população do Estado: 570 mil pessoas. Nós temos uma Guarda Municipal armada há 7 anos, temos uma central de videomonitoramento há 20 anos e agentes de trânsito há 23 anos que compõem o ciclo da segurança pública.
Então, o prefeito da Serra não pode se omitir, omissão é crime. Se eu for prefeito da Serra, nós traremos para dentro do gabinete o problema de segurança pública.
Tive a oportunidade de ser secretário adjunto de segurança da nossa cidade, conheço o problema de perto, mas o prefeito tem que partir para cima e integrar com a Guarda Civil Municipal, federal, Polícia Rodoviária Federal, pelo visto da Serra ter uma BR que corta a cidade ao meio e combater de frente a criminalidade com estratégia, inteligência, tecnologia e o homem humano.
Mas como faz isso?
Primeiro, botar o GGM para funcionar, o Gabinete de Gestão Integrada que existe, que o prefeito não reúne, reúne de três meses e quando reúne, ele envia o vice ou o secretário de segurança dele para reunir e isso gera insatisfação das outras agências de união.
Segundo é mapear o crime na cidade: 51% dos assassinatos na Serra são em 12 bairros, então nós temos que contemplar esses 12 bairros com patrulhamento, com inteligência, com tecnologia e com investimento social.
Você acabou de dizer que o bairro Jardim Limoeiro, que o maior índice de ocorrência registrada é lá, e nada foi feito.
Então, nós temos que partir para onde as ocorrências são realmente favoráveis para a criminalidade, com visitas tranquilizadoras, visita aos ônibus, operações integradas em horário alternado sem ciência da população, mas que realmente a efetividade de segurança pública seja primeiro estancada nos locais onde a criminalidade está sendo alcançada.
No seu plano de governo consta a criação de um espaço para pessoas com deficiência passarem ali o dia com atividades, com oficinas. Esse serviço inclusive seria estendido aos familiares. Segundo dados do governo do Estado, a Serra tem 33 mil pessoas com deficiência. Como é que vai funcionar esse espaço e como conseguir atender todas essas pessoas?
Tem dinheiro sobrando na Serra. Primeiro, que de uma maneira irresponsável, a gestão atual pegou um empréstimo do banco Brics na Europa, de 74 milhões de euros, R$ 300 milhões, sendo que nós temos a maior arrecadação. Nós somos um município rico, a arrecadação da Serra é R$ 2,6 bilhões por ano e a previsão é de chegar a R$ 3 bilhões para o próximo ano.
É possível, sim, numa cidade que se reforma mais de 100 praças a R$ 9 milhões cada uma, concreto vale mais do que ser humano. A nossa gestão não, ser humano vai valer mais do que concreto. Nós temos 145 escolas na cidade da Serra, nessa gestão nenhuma escola foi construída.
Nós temos crianças autistas com TDAH que não têm estagiários capacitados na doutrina e na dislexia do autismo e TDAH para ajudar os professores.
Esse espaço é possível, sim, e se não for possível nós vamos captar recursos com o governo estadual e federal para que nós possamos, diante dessa necessidade de ter 33 mil pessoas deficientes na cidade, nós termos o maior centro de referência do Brasil para cuidar dessas pessoas e das suas famílias.
Mas quantas pessoas seriam atendidas inicialmente?
No nosso plano de governo nós temos um estudo para que todas as pessoas sejam alcançadas.
Mas 33 mil pessoas é muita gente, contando o familiar.
É possível. Nós podemos implantar junto no Parque da Cidade, podemos construir um centro de referência. Então, não precisa ser só um centro de referência. Nós podemos abrir na questão dos espaços públicos, dos equipamentos públicos, esse centro de referência. Tem um centro de referência fechado e outros alternativos em locais abertos, que são o Parque da Cidade e escolas.
Nos planos de governo dos candidatos, todos falam sobre atender, atender 33 mil, todos falam sobre centros de referência. Construir é difícil. A gente sabe que demora um tempo para construir. Aproveitar os que estão lá, ok, é uma ideia. Mas e onde vai achar gente para atender 33 mil idosos? Profissionais qualificados, capacitados? A gente sabe que é uma dificuldade danada a prefeitura fazer contratações, fazer concurso público. Como é que vai operacionalizar isso?
Não é só questão de idosos. É questão de 33 mil pessoas com deficiência no município. Primeiro é mapear através do CRAS e através do Centro Regionais de Saúde, porque nós temos 129 bairros e 572 mil habitantes na cidade da Serra. E estancar o projeto.
O projeto existe, é possível, a Serra, tem dinheiro para isso. Aonde não puder nós vamos buscar recurso, alternativas de compensações de multas ambientais e arrecadação ao Estado e buscar recurso no Estado e governo federal.
Então nós conseguiremos fazer esse projeto de imediato estancar, dar o start para iniciar ele. E ir mapeando junto com os setores e a Secretaria de Ação Social, identificando essas pessoas para que realmente nós possamos chegar a essa resposta pública para a população que mais precisa.
Tem recurso para isso, tem planejamento, o PL não é um partido vendido. Todos os nossos secretários serão técnicos, diferentes dos outros candidatos que estão com os partidos todos compromissados. Nós não, somos chapa puro sangue. Prefeito e vice-prefeito, justamente para ter uma equipe e capacidade técnica para nos ajudar a governar a cidade da Serra.
Durante um discurso como vereador, o senhor chamou pessoas LGBTQIA+ de anormais. Isso foi em março do ano passado. O candidato acredita que quem se relaciona com a pessoa do mesmo sexo é anormal?
Não, não falei sobre isso. Já foi deixado claro isso outras vezes até. Mas enfim, eu quis dizer que o prefeito ele dava prioridade a algumas causas e outras, não. Isso aí já está consolidado.
O senhor usou o termo anormal?
Não, não nessa frase indiretamente para os homossexuais. Jamais! Eu tenho amigos homossexuais. Não tenho nada contra e não é a nossa política de trabalho.
E na sua política tem um trabalho exatamente para essas pessoas LGBTQIA+. O que que só tem de propostas para eles? Porque eles enfrentam diversos problemas. Isso é nítido.
Nós governaremos para todos. Não há separação, nem segregação na nossa gestão. hipótese nenhuma. Todos serão contemplados.
Mas haverá políticas específicas, candidato?
Vamos estudar as políticas que existem hoje do governo federal, estadual e convênios que há com a Serra. E vamos ver a viabilidade de investimento ou não. Só não investiremos naquilo que que traz, traga qualquer dissonância para a criança. Mas todos serão governados de maneira igual na cidade da Serra. Nós respeitamos a todos.
Durante a pandemia, um movimento antivacina liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou uma força muito grande em todo o país. Muitos pais deixaram de vacinar filhos não só contra a covid, mas contra doenças graves, como meningite e paralisia infantil. O senhor é a favor da vacinação? O que o senhor pensa sobre vacinação?
Sou a favor da vacinação, não sou a favor da obrigação. O presidente Bolsonaro mandou R$ 17 bilhões para o Espírito Santo, para o governo estadual. E até hoje não foi respondido aonde o investimento foi gasto para as vacinas.
Então a política foi uma política para o investimento nas vacinas, foi investido no Estado. E se eu for prefeito, sou a favor da vacina, mas não haverá obrigação. Não haverá carta de obrigação. A gente respeita quem tiver opção de não vacinar.
Até porque também muitas pessoas que não vacinaram não morreram de covid. Mas por quê? Foi a questão de decisão de espectro político? Não, foi uma questão que naquele momento o próprio mundo em si não tinha uma segurança exata nas vacinas, as próprias fabricantes.
Mas para matricular uma criança na escola, tem que apresentar o cartão de vacina. Então não seria necessário no seu governo, na sua gestão?
No meu governo, a não ser que for uma lei imperada federal e determinação, mas por município, por aquilo que eu responder como chefe do Executivo, eu não obrigarei.
Isso é para a lei de vacinação de covid, porque aqui entram todas as vacinas. Nós nascemos tomando vacinas e existem doenças, por exemplo, que já foram erradicadas no país e que existem ameaças inclusive de voltar. O senhor ainda assim acredita que não há uma obrigação de imunizar a população?
Eu acho que nós temos que fazer uma campanha educativa, conscientizar a população, nós temos que mostrar para a população a necessidade das vacinas, mas eu entendo que é obrigação não, é opinião pessoal técnica minha e entendo que não.
Como o senhor acha que o cidadão comum pode decidir tecnicamente sobre algo que ele não conhece? Ele não é médico, não é enfermeiro, não é da área de saúde, como é que ele pode ter condição de decidir se ele vacina os filhos ou não?
A obrigação do poder público é investir na educação informativa para a população e informar a população.
O senhor acha que é suficiente isso?
Eu acho que é necessário.
Mas, no caso, o impacto na saúde, as doenças vão voltar?
Não, não, porque colocaremos forte em questões de campanhas educativas etc., mas repito, sem obrigação da pessoa se vacinar.
O senhor foi assessor direto do ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos, durante cinco anos, foi secretário adjunto de segurança pública e defesa social durante um ano e três meses, foi secretário de serviços durante dois anos e seis meses e foi secretário de agricultura durante seis meses. Com esses cargos todos, a gente pode supor que o senhor sempre foi o homem de confiança do Audifax. Que garantia o eleitor da Serra tem que a sua candidatura é real e não uma forma de ajudar o seu aliado histórico nesse processo eleitoral da Serra?
Bom, eu sou um técnico, eu sou um gestor público, tenho gratidão ao ex-prefeito, mas também fiz por onde. Fui um secretário de segurança de serviço de agricultura e um assessor direto com coragem para ajudar o ex-prefeito a combater o sistema e combater máfias na cidade. Isso ficou claro com a cidade, até pelas trocas de contrato que eu fiz.
Sou um homem limpo, de mãos limpas, mas a vida pública é um ciclo. O ex-prefeito Audifax, nós temos uma relação de respeito. Minha candidatura é totalmente independente, eu ia vir para a reeleição de vereador, mas o presidente Bolsonaro e o sonador Magno Malta me fizeram um convite pessoal e eu aceitei com muita coragem de vir candidato a prefeito da cidade da Serra.
Não faço mais parte do grupo do ex-prefeito Audifax, tenho um respeito, uma gratidão enorme por ele, a oportunidade que ele me deu, a qual eu participei do seu governo, da sua gestão e da assessoria direta.
Entendo que foi uma gestão que foi muito importante para a cidade da Serra, mas no grupo político ao qual estou, nós entendemos também que a Serra, ela clama, ela grita por mudança e renovação.
E eu aceitei esse desafio por ter uma experiência de gestão, por ser um combatente na área do desvio do dinheiro público e da corrupção, por conhecer o 129, o bairro da Serra, com muita humildade. Mas também ninguém faz nada sozinho, né?
Eu fui secretário, tive uma equipe que me ajudou muito e realmente nós, naquele momento ali, trabalhamos 17h, 16h por dia e geramos muito resultado para a população da Serra.
Talvez foi isso que o presidente Bolsonaro e o senador Magno Malta viram e junto com a população que enxergou também, que me fez um dos vereadores mais votados da Serra, me fez como suplente de deputado estadual e hoje como candidatíssimo a prefeito, sendo o único candidato da direita conservadora na cidade da Serra.
E se o senhor não tivesse vindo como candidato a prefeito e tentasse a reeleição para vereador, apoiaria quem?
Aí isso é discutível durante o processo como partido, né? Nós somos um partido que temos um foco, uma veia, né? A Serra concedeu 140 mil votos para o presidente Bolsonaro, né? Então nós somos o único partido hoje que somos no espectro direito e conservador da Serra.
Poderíamos também não ter apoiado ninguém se eu viesse para vereador. Eu sou, estou como presidente municipal do partido há dois anos e meio. Então isso durante o processo se houvesse, ia ser discutido com a estadual do partido como senador Magno Malta.
Então, se o senhor não fosse eventualmente para um segundo turno e o candidato Audifax fosse, o senhor apoiaria esse candidato que foi muitos anos representante da Rede Sustentabilidade?
Jamais posso responder isso agora. Primeiro que nós não fomos ou deixamos de ir ou vamos para o segundo turno. A gente depende do processo eleitoral e discutir com a estadual, né? Hoje nós somos o único partido de direita e conservador da cidade da Serra.
Nós temos dois partidos que são amigos, que nós conversamos, que é o partido Novo e o PRTB, que tem candidatura própria, que não estão com PL, mas que tem candidatura própria e nós dialogamos, que são os únicos dois partidos no nosso espectro político: o Novo e o PRTB.
Mas o PP também é considerado um partido de direita, centro-direita, que é o partido atual do ex-prefeito.
Mas é adversário do PL, né?
Mas também está no espectro de direita.
É o que eles acham e o que eles têm empregado, né? Mas aí a população vai diagnosticar.
Falando um pouquinho sobre educação, candidato, falar sobre o Ideb, que mede a qualidade do ensino no país. O que foi divulgado este ano mostrou que a educação na Serra precisa melhorar. As notas do ensino fundamental ficaram abaixo da média estadual. Nos anos iniciais, a nota foi 4,5 e a média estadual é 5,3. Perdão, nos anos finais, né? E nos anos iniciais 5,5 e a média estadual é 6,3. A gente quer saber um pouquinho da sua proposta.
Primeiro que a educação da Serra só não deixa de ser um caos pelos professores, que têm compromisso com a população, porque pela gestão é o último investimento na educação.
Nós temos 145 escolas na Serra. Nenhuma escola foi construída nessa gestão, foram feitas mais de cem praças de R$ 9 milhões cada uma, mas nenhuma escola foi construída. Então, educação para essa gestão atual não é prioridade.
Nós temos 72 mil alunos na rede municipal. A meta 06 não foi cumprida, na qual o governo federal exige que até 2026 ou 2027, 50% de todas escolas municipais têm que ser integrais. Tem que ser integrais e não são apenas oito são integral na cidade da Serra.
A nossa proposta é usar o dinheiro público não só para construção de praças, mas investir numa educação de qualidade. Nós vamos construir ou adaptar escolas cívico e integrais na cidade da Serra, contraturno e escola cívico-militares.
O que que nós temos? A política do PL é ouvir a população. Então, vocês estão falando com um candidato que anda 16h por dia na cidade e que foi secretário municipal de três passas. Então, nós conhecemos os problemas da cidade.
Mais que a maioria, a cidade da Serra clama por escola cívico-militar. As pessoas precisam ter um entendimento que a escola cívico-militar não é um homem armado dentro da escola. Um homem armado é para a segurança da escola, para evitar atentado, que é uma proposta nossa para 145 escolas também.
Então, a escola cívico-militar para resgatar o civismo, o amor à Pátria, o respeito ao professor, o respeito ao coleguinha. Há um clamor da sociedade, está no nosso plano de governo.
A menos de um mês, eu estive em Brasília visitando com recurso próprio uma escola cívico militar e saí de lá impactado com o baixo custo de investimento e o resultado que dá para os alunos e para as famílias.
Quantas escolas?
Não, nós não temos, nós não temos uma meta de, assim, a nossa principal meta no plano de governo é que nós temos 51% dos assassinatos, das mortes na Serra, são em 12 bairros. Então, nosso foco é tirar as crianças e adolescentes da ociosidade.
Nós vamos implementar primeiro nessas 12 escolas, aonde o impacto da segurança pública de tráfico de drogas e assassinatos são maiores, para depois nós expandirmos para a cidade.
E onde nós não podermos fazer escola cívico-militar, nós vamos ter escola cívico, nós teremos escola integral de contraturno para tirar ociosidade das nossas crianças enquanto os pais trabalham.
Mas isso ainda não melhora a qualidade da educação.
Não, a qualidade de educação é investimento, valorizar os professores, plano de governo, trazer as famílias para dentro, ter oficinas e contraturno para que as crianças e as famílias se motivem.
Veja bem, nesses 12 bairros a qual nós temos o índice de assassinato maior, enquanto os pais estão trabalhando e as crianças estão estudando na parte da manhã, à tarde elas estão na rua. O que que isso acontece? O tráfico vai lá e capta essas crianças. O baixo rendimento está ligado à motivação, ele está ligado a uma falta de conexão do poder público para com os alunos e os professores.
Nosso objetivo é trazer para dentro, é estar próximo dos pais, dos alunos, fazemos oficinas interativas, capoeira, karatê, inglês, oficinas interativas para tirar a ociosidade das crianças e conectarem. Porque a partir do momento que a gente motiva essas crianças, o índice de desenvolvimento escolar vai ser maior e a nossa taxa do Ideb não será tão baixa.
Escolas cívico-militares já foram abolidas pelo governo do Estado, falou que não tem mais investimento em escolas cívico-militares. Com esse monte de investimento para contraturno que exige demanda, a gente para trabalhar, exige pagar salário, exige ter estrutura para funcionar, exige um grande investimento, é possível construir escolas cívico-militares contra uma diretriz de educação do governo do Estado com dinheiro próprio da prefeitura, já com tantos investimentos, você falou que a prefeitura vai fazer, que tem dinheiro para fazer uma investimento, mas o dinheiro acaba.
É possível, sim. Primeiro, que a gente trabalha com gestão. Segundo, que o governo do Estado aboliu porque é um governo esquerdista que não gosta de escola cívico-militar e a Serra quer escola cívico-militar.
Bom, primeiro é combatermos a corrupção, desvio do dinheiro público, fechar a torneira na Serra, revisar todos os contratos, porque tem que ter coragem para licitar. Eu fui único secretário em 30 anos que teve coragem de trocar a empresa de lixo, de licitar a empresa de lixo na cidade da Serra.
É possível motivar os empresários para que a arrecadação melhore para a cidade e deixar de fazer 100 praças ou mais de 100 praças a R$ 9 milhões cada uma. Eu fui secretário de serviços há 4 anos e eu reformei 60 praças a R$ 200 mil cada uma. Então, é possível, sim. Primeiro é cortar na carne, buscar recursos e planejar com o dinheiro que tem. É possível, sim.
Ainda sobre escola cívico-militar, o senhor falou que a escola cívico-militar traz regras, aprender respeito aos colegas. Isso já tem. Todas as escolas têm por premissa educar, ensinar o que é correto, o que é errado, assim como a gente já faz dentro de casa, todos os pais já devem fazer. Qual a diferença? Porque uma escola cívico-militar é complementar. O senhor reforçou muito. 145 escolas na Serra. O senhor aumentaria para quantas escolas no município? O que seria possível?
Seriam construídas ou adaptadas nos 12 bairros onde a Serra tem o maior número de assassinatos, iniciais. É possível porque nossas crianças, nós temos 72 mil alunos na cidade da Serra. A premissa do respeito, a premissa do companheirismo, a premissa do amor à pátria da nossa nação, ela tem que ser que ser aumentada.
Não que as nossas crianças não façam isso, mas pode ser uma regra básica para o acolhimento. Se você tiver oportunidade de um dia visitar uma escola cívico-militar, vocês saem impactados. Porque não só em alguns locais pontuais na Serra, mas em todo o Brasil, os professores clamam muito por essa falta de respeito de alguns alunos.
Então, você tem ideia, numa escola cívico-militar, que não é uma escola cívico-militar, o foco é o civismo. Os professores da porta para dentro são professores civis, contratados. Os professores da escola cívico-militar, eles complementam com palestras, com aulas auxiliares, com o hino na parte da manhã, mostrando para os alunos a questão do respeito.
É algo que é muito além do que existe hoje, e é um clamor dos próprios pais. A maioria dos pais hoje na Serra pedem escola cívico-militar para que seus próprios filhos cresçam com essa ambiência maior na questão do respeito, na integração, do amor à pátria, do amor à nação, etc.
Segundo dados do Instituto Jones dos Santos Neves, 17% das famílias inscritas no CadUnico que vivem na Serra têm moradias precárias. Como o candidato avalia a situação de pessoas que vivem em áreas invadidas? Como resolver esse problema?
Primeiro tem que ser mapeado pelo Centro de Referência Social da região ou de cada bairro, e nós temos que buscar recursos. O plano de habitação tem que ser um processo contínuo. Nenhum prefeito numa gestão de trânsito, ele consegue dar casa para todo mundo, mas o plano de habitação da Serra precisa de ser contínuo.
Nós possuímos 129 bairros, temos uma BR que corta a cidade ao meio, temos áreas de risco onde pessoas podem morrer a qualquer momento com a quantidade de milímetro de chuva que houver.
Então, é prioridade para nós mapear emergencialmente nos primeiros 5 a 6 meses, para captarmos recursos do governo federal para nós conseguimos ajudar quem está no nível 3 de alerta máximo. As residências que estão em alerta máximo, que podem ser atingidas por alguma calamidade.
Mas é um processo contínuo, de gestão de 4 anos, de 8 anos, de 12 anos, e o político ou o prefeito que assumir, independente de outro prefeito, de outro grupo que vai entrar, ele precisa de ter a visão de que se o plano anterior está funcionando, precisa ser aperfeiçoado, tem que ser dado continuidade onde precisa dar continuidade e melhorar aonde precisa de melhorar.
A gente tem essa noção que nós precisamos de resgatar aquilo que é bom também de outras gestões ou da gestão que nós assumiremos se for da vontade de Deus para dar continuidade naquilo que for preciso e avançarmos naquilo que for necessário.
O senhor é de um partido conservador. A Serra tem tradição em eventos, por exemplo, como Carnaval, Carnaval de Manguinhos, Jacaraípe, que já acontecem há décadas. A prefeitura vai apoiar eventos que não sejam religiosos? Como será a sua postura com relação à diversidade religiosa?
Respeito muito. Sou evangélico há 25 anos. Todas as festas de São Benedito e São Pedro há 12 anos, dia 26 de dezembro, que dá mais de 60 mil pessoas na Serra, eu estou em todas. Se prefeito for, apoiarei, ajudarei. Tudo aquilo que estiver no oficial e no calendário da prefeitura, nós manteremos e ajudaremos a realizar.
Vai ter apoio financeiro mesmo nesses eventos?
Com certeza. Aquilo que for lei, que estiver no calendário e for lei do município, nós manteremos. Qualquer evento que não traga nenhum prejuízo para a sociedade, nós faremos.
Eventos de matriz africana, por exemplo?
Se existe, se está no calendário, é oficial e é obrigatório o aporte da prefeitura. Por que que não?
Vamos falar sobre mobilidade urbana. A gente tem a questão da Avenida Norte-Sul, que é um dos principais gargalos do município, junto ali com a BR-101. E a gente teve ali o sistema binário, tivemos mudanças no trânsito, mas não resolveu a questão do congestionamento, mudou de lugar. O congestionamento migrou. Como que a gente consegue resolver essa situação, principalmente ali nos horários de pico? Que o pessoal está indo para Vitória, o pessoal que está chegando depois no final do dia.
Temos algumas propostas de estudo, nós não temos promessa política, nós temos plano de governo.
Candidato, só interrompendo o senhor, porque a gente chegou nos 28 minutos, então não vai dar tempo de responder a essa pergunta. Mas a gente vai zerar aqui o cronômetro e o senhor tem dois minutos para as considerações finais.
Eu quero agradecer a oportunidade à Patrícia Scauzer, à Juliana Lyra, ao Edu Kopernick e toda a equipe que está aqui nos acompanhando.
Quero agradecer o convite da Pan News e falar para você que está nos ouvindo. Eu sou Igor Elson, sou cristão conservador, tenho 45 anos de idade, sou gestor público, tenho 26 anos de casado com a Elisângela e tenho duas filhas.
Sou uma pessoa simples como você, sou candidato a prefeito do PL 22, com muita coragem, porque o povo da Serra clama por mudança e inovação. Eu quero governar para todos, eu quero ser a verdadeira mudança para vocês.
No único lugar no Brasil, é a Serra, que está há 30 anos sendo governado por dois prefeitos, que ajudaram a transformar a cidade da Serra. Mas eu quero ser essa alternativa de mudança que combate o crime, a corrupção.
Você sabe que a saúde da Serra está um caos, o prefeito que é médico, que prometeu melhorar a saúde e não melhorou.
Nós temos um déficit de saúde imenso, déficit na segurança e déficit na educação. Quero, junto com você, estar mais próximos, fazendo audiência pública, ouvir a população, para que o orçamento de R$ 2,6 bilhões realmente chegue com os equipamentos públicos para melhorar a vida daqueles que mais precisam.
Nós temos 572 mil habitantes na Serra e nós sabemos que mais de 100 mil pessoas estão abaixo da linha da pobreza. Quero motivar os empresários a investirem.
Você que é MEI se transformar em médio empresário, você que é médio empresário, eu quero te ajudar a ser grande empresário. E você que é grande empresário na Serra, eu quero ajudar você, como prefeito da cidade, a romper as barreiras e os grilhões para que você cresça e gere emprego, gere recursos para a cidade da Serra, porque seremos uma gestão transparente, limpa, de mãos limpas, governando com todos e para todos.
Candidato, muito obrigada pela sua participação aqui com a gente.
Assista a entrevista completa: