Um vereador da Serra foi detido pela Polícia Militar suspeito de boca de urna na manhã deste domingo (27), segundo turno das eleições para prefeito no município. O parlamentar é Marlon Fred Oliveira Matos, o Fred, do PDT, de 40 anos. Ele foi liberado em seguida.
Fred já é vereador na cidade e foi reeleito com 4.370 votos no dia 6 de outubro, primeiro turno das eleições. Ele é do mesmo partido que o candidato a prefeito da Serra Weverson Meireles.
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De acordo com o relatório de ocorrências registradas nas eleições, divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública( Sesp), às 11h20 deste domingo o vereador foi flagrado fazendo boca de urna dentro de uma escola. Após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência, ele foi liberado.
À reportagem do Folha Vitória, o vereador negou que estivesse pedindo voto para algum candidato e avaliou a ocorrência como “covardia”.
“Na realidade, é até um caso para dar risada. Isso tudo aconteceu do lado de fora do colégio eleitoral, nem foi dentro. Eu só estava abraçando as pessoas porque sou muito querido no bairro, muito conhecido. É até engraçado, a pessoa que eu estava abraçando era a minha filha, que chegou na escola para votar com a mãe. Disseram que eu estava comprometendo a eleição”, argumentou.
Ainda segundo o parlamentar, um fiscal das eleições no colégio eleitoral viu a cena e chamou a equipe do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que estava de plantão no local.
“O pior foi que esse fiscal nem ficou na ocorrência, foi embora. E a equipe do TRE acionou a Polícia Militar, que tem por função registrar. É uma covardia. Deus sabe que eu sou um cara justo, honesto. Eu não estava pedindo voto para ninguém, só que eu sou muito querido e as pessoas chegam perto para falar comigo. Eu estava sem panfleto, sem santinho, sem colinha”, disse Fred.
O vereador reeleito precisou se dirigir até a 14ª Companhia da Polícia Militar, onde foi registrada a ocorrência e assinado o Termo Circunstanciado. “Eu fui no meu próprio carro para a companhia da PM. Não foi a polícia que me levou, não”, argumentou.
“Único crime que cometi é ser querido”, diz vereador em vídeo
Nas redes sociais, Fred fez uma postagem sobre o caso: “O único crime que eu cometi é ser querido pela população. Fui votar no meu colégio de votação, as pessoas chegam, me abraçam, me cumprimentam. Infelizmente eu não posso nem ficar nas ruas mais. Até proibido de estar nas ruas eu estou porque se não vão falar que estou fazendo boca de urna. Só em ter a minha presença já estou fazendo boca de urna”.
VEJA O VÍDEO:
Vereador vai precisar se explicar ao Ministério Público Eleitoral
Após o flagrante e o termo circunstanciado, Fred declarou que uma audiência foi marcada no dia 5 de novembro no Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre o caso.
“Depois dessa confusão, nem fiquei mais nas ruas. Não pude ficar na rua para não ter mais problema”, afirmou o vereador reeleito.
A reportagem também procurou o PDT para falar sobre o caso, mas o partido disse que não vai se pronunciar.