Você já deve ter percebido a presença marcante dos windbanners — aquelas bandeiras verticais e coloridas que balançam ao vento — nas eleições deste ano. Estes materiais têm dominado as calçadas da Grande Vitória, sendo amplamente utilizados pelos candidatos para promover suas campanhas.
No entanto, da mesma forma que chama a atenção dos eleitores, também tem despertado o interesse de criminosos. Um problema de segurança inesperado surgiu quando as campanhas foram de forma mais intensa para as ruas: o furto das bandeirolas, crime denunciado por várias equipes de candidatos.
A assessoria de um candidato a vereador na cidade de Vitória, da região de Jardim Camburi, relatou à reportagem do Folha Vitória grandes prejuízos com os furtos dos windbanners. Já foram mais de 15 levados por bandidos.
“No início da campanha, fizemos a primeira leva de material com 40 windbanners. Desses, 15 foram furtados. E a informação que temos é a de que muitos dos que roubam são usuários de drogas, que vendem as hastes, de alumínio, para comprar entorpecentes. Não é vandalismo, é o problema da droga mesmo. Chegamos a encontrar duas bandeiras nossas jogadas em uma lata de lixo em Jardim da Penha”, narrou uma assessora do candidato.
Em média, um windbanner custa às campanhas cerca de R$ 350, sendo a estrutura, como a base e a haste, a parte mais cara. Inicialmente, muitas campanhas chegaram a pensar que os furtos eram praticados por adversários políticos.
“Também tivemos casos de furtos de windbanners. Como havia muita ocorrência das bandeirolas sendo mudadas de lugar e até derrubadas, achamos que era coisa de campanha, de um candidato contra o outro. Mas, na verdade, são usuários de drogas que estão furtando para trocar por drogas”, declarou um cabo eleitoral de um candidato a vereador em Cariacica.
Vídeo flagrou mulher levando windbanner de candidato a vereador
Em contato com a reportagem do Folha Vitória, um candidato a vereador também em Vitória relatou que seus windbanners foram roubados de um ponto estratégico na cidade.
“Numa hora estavam lá, depois não estavam. Fomos atrás e descobrimos, através de um morador da região, o que havia acontecido. Um vídeo flagrou uma mulher furtando o windbanner. Ela furtou por conta das hastes metálicas”, afirmou o candidato.
As imagens, compartilhadas com a reportagem, mostram claramente a mulher carregando o windbanner em um carrinho. O tecido, com a foto e o número do candidato, já havia sido retirado das hastes.
Veja o vídeo:
Apesar do furto, o candidato a vereador optou por não registrar um boletim de ocorrência. Essa atitude coincide com as informações fornecidas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), que afirmou ao Folha Vitória que não houve registros oficiais de furtos deste tipo de material de campanha eleitoral. “Caso não tenha sido registrado, não há investigação”, destacou a Sesp.
Um outro candidato a vereador em Vitória teve um windbanner furtado por um homem que apareceu de carro em uma rua onde o material estava exposto.
O suspeito para o veículo, sai, tenta disfarçar olhando para todos os lados, mas logo abre o porta-malas, pega apenas a base da bandeirola, coloca no carro e sai em seguida. O tecido, com a foto e o número do candidato, é deixado no chão, na calçada.
Windbanners tomaram as ruas na campanha
O uso massivo dos windbanners trouxe um novo cenário para as campanhas eleitorais, com candidatos buscando os melhores pontos de visibilidade, especialmente em locais de grande circulação, como rotatórias, praças e orlas.
No entanto, a crescente popularidade desse material também tornou esses pontos um alvo, tanto de vandalismo quanto de furtos.
Além dos furtos, o uso intenso dos windbanners levanta outros questionamentos. Muitas vezes, esses banners são colocados em série, lado a lado, o que pode gerar poluição visual e questionamentos sobre a legalidade de sua instalação.
A legislação eleitoral impõe regras sobre o uso desses materiais, incluindo o tamanho permitido e os locais onde podem ser instalados. Além disso, os windbanners precisam conter informações obrigatórias, como o CNPJ ou CPF do responsável, e o nome do partido ou coligação.
O furto desses materiais adiciona uma nova camada de preocupação para as equipes de campanha, que precisam lidar com a reposição dos banners em meio à disputa pelos melhores pontos de exposição.
Até o momento, o furto de windbanners parece ser um incidente isolado, sem investigação em andamento, mas destaca a importância de vigilância e monitoramento durante a campanha.