Em todas as faixas etárias é aconselhável a inserção da criança no universo sonoro, não a fim de prepará-la para uma futura carreira musical, mas no intuito de colaborar no seu desenvolvimento integral (em seus aspectos motores, cognitivos e emocionais), além de propiciar a que desde cedo amplie seu repertório musical. “É importante propor e utilizar um repertório musical variado e adequado para a infância”, explica a musicista e educadora musical, Anna Claudia Perin Vidigal, que é professora na Educação Básica da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) e coordena o Curso de Musicalização Infantil da Faculdade de Música do Espírito Santo (FAMES).
A música é uma linguagem e, nesse caso, funciona como ferramenta para o crescimento. “Desde o ventre materno inicia-se o desenvolvimento auditivo do bebê e, ao nascer, este reconhece a voz materna, as canções compartilhadas, onde forma-se um laço de afetos. Na escola um processo parecido ocorre nas propostas de ensino-aprendizagem para os bebês e, geralmente, a música é uma das atividades mais utilizadas, criando-se uma conexão entre sons, movimentos, imagens e afetos”, explica a educadora, que concedeu uma entrevista exclusiva para a estreia do FOLHINHA KIDS, sobre educação musical, aulas de música na pandemia e o lançamento de um e-book de partituras em 2021.
FK – Como foi ensinar música de forma remota na pandemia?
O ano de 2020 será inesquecível para todos e deixará marcas nos profissionais da educação. No meu caso, para me aproximar das crianças e compartilhar as propostas com público da educação infantil, comecei utilizar programas para edição de áudio e vídeo, resultando em canções ilustradas e atividades, no intuito de instigar as reflexões musicais e, também, enfatizar a importância da cultura local, num projeto educacional onde as crianças se envolveram com fotos e áudios, os quais foram compartilhados entre as turmas, resultando em um trabalho interdisciplinar: música, matemática, leitura, escrita, pertencimento, sustentabilidade, entre outros temas fundamentais na infância.
FK – Qual o diferencial entre uma criança que aprende música da que não vivencia essa experiência?
Ao participar de experiências musicais: ouvir, cantar, representar corporalmente ou tocar um instrumento, sentimentos e sensações se estabelecem e amplia-se as percepções de estruturas musicais, que fazem parte da organização dos sons. A neurociência comprova, com estudos cada vez mais modernos, como o cérebro é estimulado durante a exposição musical.
FK – Como foi a experiência de preparar um musical a partir da literatura, com o livro O Gato Verde?
Tive o prazer de realizar esse trabalho em 2019. O livro é inspirador e aborda de forma singela a importância da amizade e o respeito as diferenças. As letras e melodias foram escritas após a leitura para diferentes turmas da educação infantil e suas considerações sobre os personagens.
FK – Qual foi o ganho para as crianças?
Todas as crianças envolvidas se beneficiaram em processos criativos e imaginativos, e as canções, depois de prontas, puderam ser utilizadas em processos investigativos da própria estrutura musical e de vivências musicais, vocais e corporais em sala de aula.
FK – Você preparou um e-book de partituras, qual a sua proposta com esse material?
A organização do material em e-book é a forma que pensamos para compartilhar com outros professores o resultado do trabalho, o qual pode ser utilizado por diferentes grupos da educação infantil, durante atividades de sala de aula ou mesmo preparando o musical inteiro para eventos internos ou para as famílias poderem utilizar em casa com as crianças. E se conseguirmos o apoio de um estúdio, pretendemos gravar o áudio das canções.
Legal, né?! Quer conhecer mais o trabalho da Anna Claudia? Visite o canal dela no Youtube. O link é https://www.youtube.com/results?search_query=anna+claudia+perin+vidigal
Olá tudo bem? Espero que sim 🙂
Adorei seu artigo,muito bom mesmo!
Abraços e continue assim.
Obrigado! Ficamos felizes de terem gostado! Abs. 🙂