Cadê o prédio que estava aqui? É isso mesmo que você ouviu: o prédio sumiu. Mas não só um. Vários. Um a um, eles criam pernas e vão embora. É isso que acontece nas páginas do livro “O dia em que meu prédio deu no pé”, o mais recente lançamento do escritor Estevão Azevedo, publicado pela Companhia das Letrinhas.
Deu tudo errado, o progresso não está funcionando. Cansados, as construções vão aos poucos abandonando seus moradores e fugindo para outras paisagens. O texto do livro é uma carta de um avô à sua neta, contando como era a vida numa época distante e como ela mudou radicalmente, depois da debandada dos prédios. Os moradores abandonados tiveram, então, que reaprender a viver na natureza, levando uma vida bem mais simples, mas até quando?
A narrativa bem humorada, mas, ao mesmo tempo, melancólica e nostálgica nos leva em uma viagem fantástica a um passado, ou a um futuro, talvez, onde são as construções que desistem do Brasil, e não as pessoas. Carregado de crítica social, o livro diverte as crianças, mas também serve como um exercício de reflexão para os adultos. As coloridas e modernistas ilustrações de Rômolo D’Hipólito são muito interessantes nos lembrando da arte moderna do século passado. Passado e futuro se mesclando mais uma vez.
Esse é o primeiro livro infantil de Estevão Azevedo, que já publicou outros três para o público adulto. Ele é mestre em literatura brasileira pela USP e editor e já ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura em 2015 por seu romance “Tempo de espalhar pedras”.
Serviço:
O dia em que meu prédio deu no pé
Texto: Estevão Azevedo
Ilustração: Rômolo D’Hipólito
Selo: Companhia das Letrinhas
Páginas: 40
Formato: 21 x 27 cm
Idade recomendada: A partir de 4 anos
Data de lançamento: 16 de julho de 2021