Ideias para acionar criatividade e gerar transformação social

Problemas que impactam o meio ambiente podem ter uma solução delineada no ambiente escolar, desde que haja uma integração entre a escola e a comunidade, composta por pais, outros familiares e o entorno escolar para acionar a criatividade. A convocação de vontade para a participação faz parte da boa comunicação dialógica, no afã de compor ações resultantes de ideias compartilhadas. O formato de sala de aula invertida e a utilização das metodologias ativas delineou o Projeto “Colégio Marista – ambiente saudável e sustentável”, resultando em diversas ações de melhoria ambiental.

O projeto consistiu em práticas inovadoras com os alunos do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) e Ensino Médio (1ª a 2ª série) em frentes de trabalho para solucionar problemas relacionados ao bem-estar e à saúde de alunos, professores, outros colaboradores, dirigentes da escola e comunidade.

Foi feito um mapeamento de possíveis ações relacionadas à sustentabilidade para serem articuladas e colocadas em prática no colégio, visando a resolução de problemas latentes no contexto escolar. Foram elencadas pelos alunos algumas atividades para implementação. Uma banca científica, composta por pais, professores e técnicos especialistas, escolheu os melhores projetos para serem colocados em prática. Após essa definição, as iniciativas passaram a ser de responsabilidade de toda a escola, desde os alunos até a direção.

Treinamento sobre Compostagem com a equipe da cozinha.

As atividades executadas cumpriram as seguintes frentes de trabalho:

Horta Escolar: Para a horta escolar, foram escolhidos dois pontos-chaves, um no “Maristinha”, onde funciona a Educação Infantil, e outro no “Maristão”, onde funciona o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Na fase seguinte, foi feito o plantio de cebolinha, rabanete, beterraba, grão-de-bico, alface, agrião, ervilha, milho, além da citronela, usada em outra frente do projeto. Para a construção da horta, acordou-se uma parceria entre os alunos e os funcionários do colégio. A mesma parceria serviu para o cuidado da área. Na escolha das cultivares, priorizaram-se alimentos ricos em fibras, vitaminas e proteínas, que serão doados para pessoas em vulnerabilidade social. Para irrigação da horta, a equipe utilizou o aproveitamento de água de chuva coletada nas calhas da quadra da escola e acumulada em reservatório de alumínio e de água coletada do processo de condensação dos aparelhos de ar refrigerado da escola, também acumulada em reservatórios de alumínio. Para adubação, usou-se o composto produzido com cascas de frutas e legumes, a partir de parceria com a cantina / restaurante da escola e também no dia da fruta que acontece no Maristinha.

Horta Escolar.

Cultivo de Citronela para repelente natural: Acontece na horta escolar e tem a finalidade da produção de um repelente natural orgânico contra insetos, sobretudo em um ano em que enfrentamos uma das maiores epidemias de dengue. Os frascos para acondicionar o repelente foram recolhidos por meio de doação dos alunos, que reutilizaram frascos que no período pandêmico eram usados para guardar solução de álcool 70%. Doou-se o repelente produzido para os próprios alunos e para famílias em vulnerabilidade social.

Composteira: Construíram-se duas composteiras para enriquecer o solo utilizado na horta escolar e complementar com nutrientes o desenvolvimento dos cultivares dela. Uma parceria com a cantina/restaurante que funciona no Colégio para separação de cascas e alimentos que podem ser utilizados na compostagem, teve um papel essencial. Os alunos e alunas deram formação para a equipe sobre os alimentos que não poderiam ir para a compostagem. O hábito de separar as cascas de frutas e legumes pós-recreio da Educação Infantil também sofreu uma intensificação. Além disso, foi adotado o uso de minhocas para melhorar a aeração do solo na composteira. Esse composto pôde ser usado na horta escolar.

Composteira.

Armadilha “pega mosquito”: Os alunos do 4º ano do Ensino Fundamental atuaram na produção de armadilhas com garrafas pet reutilizadas. Com uma garrafa cortada ao meio, utiliza-se uma isca com arroz macerado e açúcar para atrair o inseto, que não consegue sair da armadilha. As armadilhas foram instaladas em pontos estratégicos da escola, para comprovação dos resultados. Indicou-se que as crianças difundissem o conhecimento adquirido com seus familiares.

Armadilha “pega mosquito” e Repelente Natural.

Água de reuso: Através da coleta de água dos aparelhos de ar-condicionado, foi possível a irrigação da horta escolar. O excedente foi usado para lavagem de calçadas e irrigação de áreas verdes do Colégio. A água da chuva, coletada na calha da quadra do “Maristinha” e reservada, também pôde ser usada posteriormente para irrigação da horta escolar. Utilizando, da mesma forma, a sobra, para higienização de calçadas e irrigação de áreas verdes do Colégio.

Aproveitamento de Água de Chuva e Ar condicionado.

O coordenador do projeto, professor Rafael Rosa, avalia que os estudantes ficaram mais amadurecidos e compreenderam a importância da iniciativa de cada um em colaboração para melhorar o contexto e transformar a sociedade. O professor menciona o fato de alguns alunos, que participaram do projeto de reuso da água, avaliaram a relevância dessa ação. Os que moram em Colatina estão vendo o Rio Doce cada vez mais seco, e ainda outros, que tem moradia em Marilândia e São Roque do Canaã, percebem o estado crítico das nascentes de água e os problemas de captação, então o reuso, impede o desperdício e oportuniza uma melhor utilização desse bem que está escasso.

Se você tiver uma história como essa para relatar, dicas de leitura para passar ou qualquer outra sugestão para o Folhinha Kids, pode enviar para: [email protected].

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