CARNAVAL DE VITÓRIA 2023

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Mas será o Benedito? Imperatriz do Forte mostra resistência quilombola no Carnaval de Vitória 2023

Escola conta a história de Benedito Meia-Légua, símbolo da luta negra no Vale do Cricaré e nos sertões de São Mateus e Conceição da Barra, no norte do Espírito Santo

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares

Direto de Forte São João e com as cores verde e rosa, a Imperatriz do Forte foi fundada em 15 de dezembro de 1972 e apresenta uma coroa como símbolo. A escola do Grupo A entra na avenida na sexta-feira, dia 10 de fevereiro.

O Jornal Online Folha Vitória vai trazer uma série de reportagens com a ficha técnica e as informações sobre os temas das escolas de samba que vão desfilar no Sambão do Povo. 

Neste carnaval, a Imperatriz do Forte conta a história de Benedito Meia-Légua, símbolo da luta negra no Vale do Cricaré e nos sertões de São Mateus e Conceição da Barra, no norte do Espírito Santo.

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O herói da resistência afro-capixaba aparece nas memórias das comunidades rurais, nos relatos dos mestres do Ticumbi e nos bailes de congo. "A história de Meia-Légua tem muito do nosso povo, da nossa comunidade", diz a escola.

Ele ganhou fama com as lendas que o descreviam como invencível, imortal, libertador, estrategista e devoto de São Benedito, que o ajudava nos combates travados com a polícia e nos ataques às fazendas da região.

Veja a letra do samba-enredo da Imperatriz do Forte para o Carnaval de Vitória 2023: "Mas será o Benedito?"

Compositores: André Diniz, Artur Kadratz e Rafael Mikaia
Intérprete: Alessandro Tiganá

É verde e rosa o sentimento mais bonito
O amor por minha escola
A Imperatriz do Forte
Tem Meia-Légua
Mas será o Benedito?
Resistência quilombola
Lá no Sapê do Norte
Então abre a praça pra ver Ticumbi
Chegou majestade, nosso sentinela
Venceu os grilhões, vagueia por aí
Salve o Bendito, Benedito Caravela!

Se tinha preto no tronco ou na plantação
Embrenha no sertão, o mundo é sua morada
Feito serpente, ataca a escravidão
Na porta do casarão, no corte da sua espada

Mil homens, uma vestimenta
Mística tormenta pra sinhás e fazendeiros
Cabula quando o tatá flutua
Sua fama corre às ruas
É a imortalidade do guerreiro
O fogo da covardia é chama pra resistir
E arde... Por que a igualdade ainda está por vir
Em cada negro que bate de frente
Pra quebrar todas correntes
De um legado infinito
Em busca da eterna alforria
Levo sua valentia
Somos todos Benedito

Ressoa na pela do couro a vitória
O morro desce e conta a sua história
Incorporado de um espírito guerreiro
O meu quilombo é Forte o ano inteiro

Confira a ficha técnica da Imperatriz do Forte em 2023

*Texto da estagiária Ana Paula Brito Vieira, sob supervisão de Thaiz Blunck