Mais de 100 operações com robô! Médico do ES vira rei da cirurgia robótica
Marca é inédita entre os doutores capixabas e entra para o ranking até do Brasil. Procedimentos feitos com robô, o famoso Da Vinci, minimizam sequelas e principal cirurgia com a tecnologia é a de retirada de câncer de próstata
O primeiro Da Vinci - o famoso robô que realiza cirurgias de forma menos invasiva usando tecnologia de última geração - chegou ao Espírito santo no dia 31 de julho de 2020. Hoje, o Estado conta com dois dos modelos que são da segunda geração (nos Estados Unidos, eles já estão na 5ª versão). E, de lá para cá, um médico largou na frente e é hoje considerado “o rei da cirurgia robótica” capixaba - Leandro Leal.
Para ele, o melhor da inovação da medicina é a minimização de sequelas que uma cirurgia convencional pode deixar. Na retirada de câncer de próstata, por exemplo, que lidera o tipo de cirurgia feita com o Da Vinci, o paciente raramente tem incontinência urinária e na mesma raridade enfrenta problemas na atividade sexual.
“A resistência para a robótica foi muito menor do que outras inovações da medicina, porque a robótica já é um aprimoramento da laparoscopia. Comecei a laparoscopia no Estado em 2005 e vivi muito dessa barreira. Hoje em dia é tranquilo. A questão atualmente é o custo. O convênio paga a parte hospitalar, anestesista, mas não os insumos do robô”, fala, em entrevista exclusiva à Coluna Pedro Permuy.
Hoje, em média, o paciente precisa desembolsar R$ 20 mil para se submeter ao procedimento moderno.
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“O robô tem quatro braços e usa vários artefatos descartáveis a cada cirurgia. As pinças, que são quatro, ainda podem ser utilizadas por até 10 vezes, mas cada uma custa, atualmente, mais ou menos 3 mil dólares, só para se ter ideia”, compara.
Isso porque o Brasil ainda está na segunda geração do Da Vinci - o que já é um avanço. Nos Estados Unidos, já há a 5ª versão do robô operador.
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“Acho que é a grande tendência (o robô). Essa quinta geração usada nos Estados Unidos ainda não é autorizada no Brasil. Ele se chama SP Single Port. É um robô com um único “braço”. Só tem uma incisão no paciente. E por essa incisão entram todas as pinças. Mas é necessário outro treinamento, as pinças e seus movimentos são diferentes, mas talvez seja o nosso futuro, provavelmente, nos próximos 5, 6 anos”, avalia.
Por outro lado, o Espírito Santo é que vem se destacando nesse mercado nos últimos meses. Dos 85 robôs do Brasil, 2 estão no Estado. Pode parecer, pouco, mas já é bastante considerável levando em conta o número da demanda geral e populacional.
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“Como disse, a maior barreira hoje, mesmo, é a financeira. Das 116 cirurgias que fiz até o último dia 12 de maio, tive pacientes que não reclamara, pagaram tranquilamente o valor da diferença. Mas têm pacientes que têm que empenhar a família toda e ainda falta. O hospital em que trabalho conseguiu fazer o parcelamento do valor em até 10X, o que facilita a adesão por parte do paciente”, diz ele, que é do Meridional.
Além de ser o primeiro médico capixaba a chegar à marca de mais de 100 pacientes operados pelo Da Vinci, aos 49 anos de idade, Leandro também foi o primeiro a realizar cirurgia laparoscópica na urologia no Espírito Santo.
Depois do câncer de próstata, a cirurgia mais buscada para ser feita com o robô é a de retirada de tumor renal.