PEDRO PERMUY

Entretenimento e Cultura

Anos 2000: “alisamento de cabelo” bomba e tendência volta, diz expert

Josiel Schaper destaca que pressão estética tem retornado aos poucos, por outro lado, combatida por influencers que defendem naturalidade

Pedro Permuy

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Nos anos 2000, o sucesso que teve o alisamento de cabelo a permanente já tinha tido pela década de 1950 para lá por todo o mundo. Mas fato é que agora, em 2023, uma das tendências de beleza aponta para o retorno dos fios lisos depois de um período grande de reinado dos crespos e cacheados. Em resumo: os químicos estão em alta.

“Os químicos sempre estiveram em alta, mas volta e meia um procedimento fica mais famoso que outro. Às vezes é pressão do mercado, novidade, repaginação do produto, que é muito o que aconteceu com a permanente recentemente. Permanente ‘vendia’ a ideia de ter cabelo crespo, quando se era liso. Hoje, o mesmo produto surgiu com a promessa de ‘dar volume à raiz’ e dar corpo ao cabelo mas, no fundo, é a mesma coisa. Ou seja, também têm essas jogadas de marketing que fazem parte da cadeia produtiva da indústria da beleza”, opina o barbeiro Josiel Schaper, que já foi eleito o melhor do setor pelo Beleza na Web, em 2019.

LEIA TAMBÉM: Dieta dos famosos: Ozempic e remédios podem evitar “efeito sanfona”, diz médico

A volta dos lisos, no caso, está provada até por números. De 2020 a 2022, segundo levantamento do Google, a busca por “cabelos lisos” cresceu mais de 119%. No mesmo período, o termo “alisamento de cabelo” foi 176% mais buscado, de acordo com divulgação feita pela própria plataforma de pesquisas.

“Isso mostra que há interesse de a sociedade entender o procedimento, que indica que haverá uma busca maior por esse tipo de serviço. Os cabeleireiros que trabalham diretamente com isso observam que há, de fato, muita procura por progressivas e definitivas, mas por outro lado tem uma vertente ‘positive’ que nunca se anulará, no meu ponto de vista”, começa.

LEIA TAMBÉM: Aos 86, 1ª Miss ES, de 1955, lembra desfile em Vitória: "Cheguei e arrasei"

“Muitos influenciadores, nesse gap entre a baixa dos alisamentos e alta da naturalização, ficaram famosos por justamente falarem que temos que cuidar do que temos e não nos render aos químicos, como é um alisamento, por exemplo. Esse movimento continua, em crescente alta, o que promove consciência, ou seja: Hoje, uma mulher negra pode ir a um salão e alisar o cabelo, mas ela tem mais consciência social do que aquilo envolve do que tinha no passado. É uma escolha mais consciente. Esse é só um exemplo, mas faz um comparativo para entendermos todo o panorama”, destaca ainda.

E conclui: “O importante é entender os cuidados que se tem que ter com esse passo a passo e que todo procedimento precisa de uma série de regras tanto para o profissional quanto para quem faz o procedimento. O profissional tem que ser habilitado e a pessoa, comprometida a ter os cuidados necessários”.