Prédio de R$ 15 milhões, Ratinho e empresário do ES: o que está em jogo após SBT deixar TV Tribuna
Até placa nova já teria sido encomendada pelo suposto "novo dono" da emissora de Silvio Santos no Espírito Santo, que comprou edifício gigante de famosa avenida de Vitória para transformar em nova sede; demora na negociação pode fazer Estado ficar alguns dias sem sinal regional do SBT
O tabuleiro de negociações envolvendo a afiliação do SBT no Espírito Santo, perdida pela TV Tribuna neste 2023, não poderia estar mais lotado - e, na mesma proporção, confuso. No mínimo, um empresário do Estado, o apresentador Ratinho, a TV Educativa do Espírito Santo (TVE, a emissora pública do governo capixaba) e um investimento que, por baixo, já soma R$ 15 milhões estão no jogo.
Fato é que a TV Tribuna não poderá mais retransmitir a grade da emissora de Silvio Santos a partir do dia 1º de julho. O empresário que é do Espírito Santo, por outro lado, já está há meses de olho na possibilidade de virar "novo dono da rede de comunicação": Rui Baromeu (lê-se proprietário da Rede Sim, que detém, por exemplo, a Record News ES). Mas há controvérsias.
Baromeu acumula em seu vasto currículo algumas experiências políticas e, como a Coluna Pedro Permuy, que não é boba nem nada, apurou, foi esse o aspecto que mais "pegou" para os Abravanel terem um pé atrás na negociação com ele. A informação é a que circula nos corredores do SBT.
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Por vários motivos - e Ratinho sendo a exceção à regra -, o Sistema Brasileiro de Televisão tem a máxima de evitar e até negar propostas que surgem de figuras ligadas a quaisquer partidos ou representantes políticos.
Esse primeiro "bloqueio", no entanto, Baromeu venceu.
As vias de fato, de assinar o contrato, é que são elas. E é aí que Ratinho entraria.
RATINHO, A CARTA NA MANGA
O apresentador das noites do SBT é ventilado como o que tem maior possibilidade de se tornar uma espécie de sócio no empreendimento de Baromeu para ocupar a sede que, como este colunista também já sabe, já foi até comprada: trata-se de um prédio que antes pertencia a uma operadora de telefonia em importante avenida de Vitória.
O edifício foi adquirido por inteiro por, segundo consta, algo para lá de R$ 15 milhões. Até placa para o que pode ser que seja a nova casa do SBT, na Reta da Penha, na Capital, já teria sido encomendada pelo empresário capixaba (uma estrutura com o logotipo do SBT de todo o tamanho para chamar a atenção de quem passa pelas redondezas).
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Em tempo: Ratinho e Baromeu já têm vínculos empresariais firmados. Em julho de 2021, por exemplo, os dois - sócios - inauguraram mais uma Massa FM (de rádio) no Estado (em Pedro Canário). Os dois chegaram a posar para celebrarem a novidade, à época, em foto publicada nas redes sociais.
CONTRATEMPO
Enquanto um puxa para lá e outro para lá, o precioso tempo corre e a data limite do fim do SBT na TV Tribuna chega. A demora nas negociações pode fazer, inclusive, o Espírito Santo ficar alguns dias sem sinal regional do SBT.
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Nos bastidores, Baromeu estaria garantindo que a partir do dia 2 de julho o "novo SBT" já iria acender no canal 8.1.
E A TVE?
Oportunidade já meio caída por terra - mas que foi levantada! -, outra possibilidade apareceu no meio desse furacão. Neste outro plano, a TV Tribuna (já sem o SBT) passaria a ser "a nova TV Educativa do Espírito Santo (TVE)".
A emissora pública do poder Executivo capixaba passaria a operar no canal 7, superior ao que é o atual, e para o quadro de funcionários os executivos do Grupo João Santos pensariam em um jeitinho.
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Um dos todo-poderosos da TVE, no início da tarde desta quarta-feira (31), adiantou à Coluna Pedro Permuy que a ideia é bastante improvável.
De acordo com a fonte, o tratado para esse plano seria bastante complicado e, já que a TVE é afiliada da TV Cultura e também transmite conteúdos da TV Brasil. Só por essas tratativas, mesmo que fossem feitas em direto com a TV Tribuna, já poderiam tornar o projeto inviável.
ÀS RESPOSTAS!
Oficialmente, o SBT apenas confirma o fim do contrato com a TV Tribuna.
Procurado, oficialmente, Ratinho não respondeu às chamadas feitas. Por fora, sabe-se que após a primeira negativa de compra da emissora, no passado, o apresentador não estaria lá muito interessado em se envolver com os negócios capixabas de novo.
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Questionado pela primeira vez no início de abril deste ano, Baromeu não quis comentar oficialmente o assunto e não retornou às demandas do Folha Vitória.
UMA EMPRESA DO GRUPO JOÃO SANTOS
O conglomerado que é dono da Rede Tribuna (de que a TV Tribuna faz parte) - o Grupo João Santos - está em recuperação judicial desde o fim de 2022. A holding atua nos ramos sucroalcooleiro, de transportes, de cimento (são donos da Nassau), papel e celulose, mas enfrenta uma crise daquelas há alguns anos, desde que os herdeiros começaram a ter desentendimentos entre os negócios.
Só para se ter ideia, foi o grupo que produziu o cimento usado para a construção da gigante Itaipu, usina hidrelétrica que abastece quase 10% da energia que é consumida no Brasil, além dos mais de 86% do vizinho Paraguai.