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Aos 102 anos, sobrevivente do Holocausto é capa da "Vogue" alemã; veja fotos

Margot nasceu em Berlim, em 1921. Em 1944, foi levada para o campo de concentração Theresienstadt. A mãe e o irmão foram assassinados

Estadão Conteúdo

Foto: Instagram/@voguegermany

Em um processo de resgate de memória e no combate ao etarismo, a revista Vogue Alemanha anunciou que Margot Friedländer, sobrevivente do Holocausto, é a capa da edição deste mês. Aos 102 anos, ela surpreende pela história de vida e superação.

Margot nasceu em Berlim, em 1921. Em 1944, foi levada para o campo de concentração Theresienstadt. Ela tinha apenas 21 anos. O irmão foi levado pela Gestapo. A mãe tentou confrontar, e foi levada, junto com o filho, a Auschwitz. Os dois foram assassinados.

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Apesar da dor e do trauma, aprendeu a olhar com esperança para a vida. Entre os horrores do campo de concentração, conheceu o futuro marido.

Após serem finalmente libertos, migraram para Nova York. Ficaram juntos até 1997, quando ele morreu. Foi quando sentiu que precisava voltar para sua terra natal.

Foto: Instagram/@voguegermany

Aos 88 anos, estava de volta a Berlin, dedicada a começar uma vida nova. A missão dela, a partir daquele momento, seria não deixar esquecer. Preservar a memória dos seus.

Para Margot, cultivar a memória em torno de sua de vida - que também envolve um dos momentos mais assombrosos da história da humanidade - é mais que missão: ela criou um instituto que busca encorajar jovens a transmitirem histórias dos sobreviventes do Holocausto e a lutar contra o antissemitismo.

Foto: Instagram/@voguegermany
Depois dos 100 anos, Margot é exemplo também pelo prazer pela vida. Vai à opera com amigas, visita escolas, conecta-se com outras gerações com ternura. Quando questionada por crianças sobre o que pensa da guerra entre Israel e Palestina, responde: "Não olhe para o que os separa, mas sim para o que os une. Seja humano. Seja sensato."

Ela confessa querer se aproximar do público mais jovem. "Vocês, jovens, estão aqui. Vocês têm um futuro que outros não tiveram", diz à revista.

Hoje, celebra a liberdade de poder contar sua história: "Sou grata. Grata por ter conseguido. Por poder realizar o desejo da minha mãe. Eu fiz minha vida."

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