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Xuxa Meneghel diz que engole críticas e é sincera ao falar sobre envelhecimento: 'Ninguém aceita como deveria aceitar'

"Existe muito preconceito e se eu puder gritar por eles, chorar com eles, dançar com eles, falar por eles, eu farei, pois minha gratidão será eterna a essa tribo do amor", disse a apresentadora

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Xuxa Meneghel conversou com a Veja Rio, revista do Rio de Janeiro, sobre feminismo, ser aliada ao público LGBTQI+, sobre quais mudanças estéticas se arrepende e sobre o que ainda gostaria ainda de fazer em seu próprio corpo. Além disso, deu o seu ponto de vista sobre como conseguir envelhecer bem.

Primeiro, explicou porque defende, nas redes sociais, as causas LGBTQI+:

"Meu público, meus eternos baixinhos, não tem idade, cor, sexo. Existe muito preconceito e se eu puder gritar por eles, chorar com eles, dançar com eles, falar por eles, eu farei, pois minha gratidão será eterna a essa tribo do amor. Tenho muita vergonha de quem levanta ódio, preconceito e desrespeito por eles. É vergonhoso ter que dizer que é contra a homofobia. Quem é a favor? Esse sim é doente, criminoso e tem que ser feito algo contra esse tipo de pessoa."

Falando em causas, Xuxa, que está escrevendo uma autobiografia, explicou se se considera feminista:

"Não sou militante, ativista, não vou às ruas, mas acho a luta do feminismo de extrema importância. A mulher está longe de ocupar um lugar de igualdade e tem muito caminho pela frente. Por outro lado, também acho que as primeiras a se desvalorizar são elas mesmas, coisa que eu não vejo acontecer com os homens."

E continua se explicando:

"Eu fui muito criticada pelas minhas rugas – por mulheres. Eu fui muito criticada pela minha careca – por mulheres. Lá atrás, fui criticada pelas minhas roupas, também por mulheres. Ou seja, nós, mulheres, queremos, exigimos respeito, mas somos as primeiras a desvalorizar, a desrespeitar a nós mesmas. É surreal você se meter, criticar o outro por sua imagem."

Por falar em criticas, Xuxa contou como lida com isso:

"Não lido, engulo. Às vezes descem fácil, às vezes demoram a descer, mas é isso. Na verdade, tenho pena das pessoas que acham que, para ter espaço, precisam falar mal de mim."

Além disso, a apresentadora da Record foi sincera ao falar sobre envelhecimento:

"Uma m***a... Ninguém aceita como deveria aceitar. Eu faço parte do imaginário, da memória afetiva, do momento mágico das pessoas. Para muita gente eu ainda sou aquela que descia da nave de chuquinhas, a intocável, a quase E.T. Rugas não combinam com isso. Deve ser horrível me ver despencando como um ser normal."

Ela também explica o seu maior arrependimento ao realizar um procedimento estético:

"Coloquei silicone no peito e estourou, depois encapsulou três vezes e ainda saiu do lugar. Estou rezando para ter tido que mexer pela última vez. Na primeira, a médica, sem minha autorização, alterou outras partes do corpo, até Botox aplicou, e eu odiei o resultado. Tenho fibrose até hoje e me arrependo muito de ter feito."

Mesmo assim, não descarta a vontade de fazer uma intervenção em específico:

"Sim, meu pescoço. Iria amar fazer algo para esticá-lo, mas tenho medo do resultado não ser bom. Deixo para mais para frente. Sabe-se lá se eu um dia acordo com vontade e entro na faca?"

Por fim, a mãe de Sasha Meneghel dá o seu ponto de vista sobre conseguir envelhecer bem:

"Primeiro se aceitar, entender que isso vem pra todos, não é pessoal. Não é só você que não tem mais colágeno, não é só você que não está se reconhecendo no espelho. E que as dores na coluna e nos joelhos vão ser seus companheiros. Depois, se quiser encontrar alguém que te ame desse jeito, que envelheça do seu lado, que venha te dizer que você está linda quando ninguém mais te acha, melhor ainda. O Ju [Junno Andrade, seu parceiro de anos] me aceita do jeito que sou: ama me ver careca, gorda ou não, simplesmente me aceita do jeito que sou. Isso me ajuda muito, me sinto amada, desejada e tudo fica mais fácil."