Pela primeira vez, uma espécie rara de baleia, considerada a menor entre os mamíferos, foi vista em águas capixabas. As imagens da baleia-minke-anã (Balaenoptera acutorostrata) foram registradas pelo projeto Amigos da Jubarte, responsável pelo turismo de observação dos cetáceos no Espírito Santo.
O registro foi feito pelos pesquisadores do Jubarte.Lab, durante uma campanha de monitoramento por meio de drones para mostrar a diversidade nos mares do estado. De acordo com a publicação feita pelo projeto nas redes sociais, “nem só de Jubartes é feito o mar capixaba”.
Segundo o Amigos da Jubarte, esses registros são feitos por meio do Programa de Monitoramento de Cetáceos do Porto de Tubarão (PMC-PT), criado e executado pelos projetos Amigos da Jubarte/Jubarte.Lab e Golfinhos do Brasil.
O coordenador-geral do projeto, Thiago Ferrari, destacou a riqueza da biodiversidade capixaba, e como isso beneficia a ciência e o turismo no estado.
“A biodiversidade aqui do Espírito Santo é incrível. Com esses registros, temos uma importância científica. Essa baleia (minke-anã) é uma espécie em que se sabe muito pouco sobre ela, os dados são muito inconclusivos da sua migração. Então, um registro como esse é muito valioso porque podemos ter mais informações”.
O coordenador ressaltou também que a equipe de pesquisa do Projeto Amigos da Jubarte, a partir das imagens registradas por drones, está desenvolvendo e analisando as possíveis origens da espécie vista.
“Nossos pesquisadores estão analisando mais profundamente as imagens pra saber se ela estava dentro do peso que deveria estar, a idade dela e onde foi localizada. Então, conseguimos levantar informações e dados científicos sobre a baleia”.
Além disso, acredita-se que, do ponto de vista turístico, as pessoas irão começar a se interessar pela prática de observação da fauna marinha capixaba que inclui baleias, golfinhos, tartarugas e outros. Thiago Ferrari destacou ainda a oportunidade de geração de empregos.
“Por meio do turismo de observação de baleias geramos emprego e renda para uma serie de atores da cadeia produtiva do eco turismo, desde hotéis, transporte e etc. Conseguimos desenvolver economicamente nosso estado de forma sustentável”.
Espécie Minke-Anã
Por ser a menor da espécie, o comprimento da baleia-minke-anã macho pode chegar a no máximo 9,8 metros. Já as fêmeas não passam de 10,7 metros. Elas pesam cerca de 10 toneladas e o borrifo, ou seja, o esguicho de ar quente que provoca as gotículas de água, pode chegar a 2 metros de altura.
De acordo com com o VIVA Instituto Verde Azul, é a segunda menor espécie de baleias. Segundo o site Baleias, no hemisfério sul, onde se localiza o Brasil, há dois tipos de baleias-minke que se diferenciam por sua cor padrão, forma e coloração das barbatanas.