Francisco Carvalho: com "smart money", ES está entre tops da inovação
"Investir não é só dar dinheiro, é mentorar", destaca o fundador da Timenow, também um dos jurados do Espírito Startups, reality de negócios da TV Vitória/Record TV
Desde que nasceu, há cerca de dois anos, o Base27, na Enseada do Suá - a “Faria Lima capixaba”, como brincam alguns investidores de fora do Espírito Santo -, virou um verdadeiro point de boas ideias. É lá que estão dezenas de hubs de inovação e outros vários projetos sendo tocados em ritmo de ecossistema colaborativo e produtivo.
Hoje, o nível da operação está em escala de comparação internacional, como Francisco Carvalho confidencia à Coluna Pedro Permuy.
“Em um primeiro momento, nem passou pela nossa cabeça criar um ecossistema. Primeiro, entendemos que a gente tinha que ter uma aceleradora de startups no Espírito Santo. E aí começamos a buscar pessoas que tinham esse potencial. Montamos, então, um modelo para o nosso hub, que viria a ser o Base27, pautado no que vimos em visitas pelo Brasil e pelo exterior”, detalha o empresário, que é um dos fundadores do espaço que também abriga o Hugb, de inovação do nosso Grupo Buaiz.
Francisco é fundador da Timenow, uma das maiores da engenharia consultiva do Brasil, e atual presidente do Base27, além de ser um dos jurados do Espírito Startups, o primeiro reality de negócios do Espírito Santo que vai ao ar aos sábados na TV Vitória/Record TV às 14h, após o Balanço Geral. O empresário é o segundo de alguns dos jurados que serão perfilados por este colunista, que não é bobo nem nada.
O primeiro foi Rogério Salume, da Wine, que estima fechar 2022 com um faturamento da ordem do R$ 1 bilhão, como o Folha Vitória noticiou com exclusividade.
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Sobre o dinheiro inteligente (smart money, como é chamado pelos mais entendidos), reflete: ““(O dinheiro) é fácil dependendo para o que é, hoje, no mercado da inovação. Todos os projetos lançados (e são inúmeros) dependem desse recurso. Agora, é preciso de capital para investir em uma startup de inovação e ou é um valor alto ou é uma startup incerta. Essa ‘facilidade’ do capital ainda não é tão bem resolvida assim”.
E explica: Desde o início entendemos que a gente precisava dar uma educação em torno da inovação, do que é uma startup, e começamos nossos estudos por Santa Catarina, ainda em 2017. Lá a gente viu que já havia um ecossistema, uma relação muito próxima com o mercado e que gera empreendedorismo entre todos os agentes. Porque investir não é só colocar dinheiro, é ensinar, mentorar… É o que chamamos de smart money. Você fala sobre pessoas, processos… E isso começamos em 2019”.
Na ocasião, Francisco e alguns outros empresários haviam acabado de promover um pitch com 10 startups capixabas. No mesmo dia, investiram em 4 daquelas firmas e até hoje elas estão no mercado de alguma forma, como ele próprio conta.
A ideia, então, deu certo: “Em um ano de operação (no Base27), pulamos de 16 empresas para 30 e poucas empresas. Hoje são quase 50 mantenedores do espaço e mais 20 patrocinadores, além de 57 startups e mais vários parceiros. Ao todo, temos mais de 100 empresas que orbitam o Base”.
“Hoje, nós enxergamos que não queremos o dinheiro das empresas só. Queremos que as novas empresas engajem” - Francisco Carvalho, fundador da Timenow
Atualmente, o trabalho é para construir a expansão desse cenário capixaba, que, por outro lado, já evoluiu um tanto de dois anos para cá - uma das benesses (se é que podemos chamar assim) que a pandemia provocou, aliás. É que nesse meio tempo as empresas tiveram que agir, na marra, para não quebrarem no período da quarentena imposta pelo surto da Covid-19 no mundo.
“Acredito que a gente conseguiu fazer muita coisa em dois anos. E nos próximos dois anos nós vamos multiplicar. O resumo da história, na minha visão, é de que a gente precisa entender que a inovação é igual a uma startup. Ela tem que escalar e crescer. A gente só consegue fazer isso com mais pessoas. Em pouco tempo acho que a velocidade da transformação será tão rápida que as empresas que não se atentarem a isso vão ficar pelo caminho”, avalia.
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E pondera a importância do reality da emissora da Rede Vitória: “O programa ajuda a mostrar que o empreendedorismo está acontecendo no Espírito Santo.
“O Espírito Startups mostra que esse empreendedorismo capixaba começa a ter voz e isso começa a gerar novas criações. E o público, em geral, enxerga que é possível, sim, fazer esse exercício no Estado”, finaliza.
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Com sua Timenow, Francisco ainda dá o exemplo: “A gente hoje investe tanto em inovação que, nos últimos quatro anos, mais ou menos, quadruplicamos o percentual da receita do investimento. Como nossa receita cresceu nesse período, a gente aumentou em cerca de 12 vezes o investimento em inovação. E estamos fazendo isso porque percebemos retorno sob o investimento. E é um processo sem fim”, termina.