Quem é Margarida da casa abandonada em Higienópolis? Entenda o caso bizarro
A história da mulher e do marido, Renê, que hoje trabalha em empresa parceira da Nasa e ganha mais de R$ 1 milhão ao ano, ainda é cercada de mistérios
Uma reportagem investigativa do jornalista Chico Felitti fez da dona Margarida Bonetti a mais nova subcelebridade do Brasil - não, necessariamente, com uma fama boa. É que a mulher que vive em uma "casa abandonada" em Higienópolis, em São Paulo, é foragida até do FBI após ter sido condenada por manter uma empregada em condições análogas à escravidão nos Estados Unidos por cerca de 20 anos.
Tudo começou por volta do início dos anos 1990, depois de os dois terem oficializado a união.
Margarida, conhecida entre os amigos como Mari, é protagonista de um verdadeiro roteiro de filme. Nascida em berço de ouro, ele se casou com o engenheiro Renê Bonetti e, após o enlace, os dois decidiram se mudar para os Estados Unidos. Para lá, a mulher quis levar uma empregada que "ganhou de presente" dos pais.
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Segundo informações apuradas ainda por Felitti, a tal funcionária foi mantida por cerca de duas décadas em cárcere privado e, quando foi resgatada, nem sequer sabia em que ano estava. Além disso, ela era vítima de agressões físicas e psicológicas, como ficou constatado.
Depois de serem julgados, os dois tiveram que pagar multa e foram condenados a quase 7 anos de prisão.
Renê cumpriu a pena, mas Margarida voltou fugida para o Brasil, conforme apontam as investigações feitas até agora, antes de as apurações serem iniciadas nos Estados Unidos. Até hoje, ela continuava tendo uma vida "normal" na capital paulista, bem como o condenado, que atualmente mantém emprego no alto escalão de uma superempresa no exterior.
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O caso voltou a ganhar repercussão nas redes na tarde desta quarta-feira (20), quando a polícia entrou na mansão que abriga Margarida e a tirou do lugar à força, após ela se negar a sair da residência para prestar alguns esclarecimentos.
Na ação, os agentes tiveram que quebrar uma janela para entrar no local e a operação foi considerada "de ação humanitária" pelo delegado responsável. O objetivo da polícia brasileira era constatar se, de fato, alguém vive dentro da casa, que está caindo aos pedaços.
A ativista Luisa Mell ainda acompanhou os trabalhos por terem animais sendo mantidos dentro do imóvel em situação insalubre. Mell fez uma live no Instagram e ainda mostrou a resistência de Margarida em entregar os animais. No ato, a condenada foi ainda bem agressiva.
QUE FIM LEVOU RENÊ, ENTÃO?
Uma lacuna que fica a ser preenchida, por outro lado, é que fim levou Renê, brasileiro naturalizado norte-americano.
De acordo com o podcast feito pelo jornalista, o engenheiro cumpriu a pena, foi solto e pode viver livremente, como o faz. Hoje, ele estaria empregado na Northrop Grumman Innovation Systems, empresa de tecnologia que tem parceria com a Nasa. Na firma, ele ocuparia um cargo de direção.
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Anualmente, ainda segundo as apurações, Renê ganha mais de R$ 1 milhão.
Na prática, a empresa que emprega o engenheiro projeta, constrói e fornece sistemas relacionados ao espaço, defesa e aviação para clientes em todo o mundo. Em seu site oficial, a companhia diz que "resolve os problemas mais difíceis no espaço, aeronáutica, defesa e ciberespaço para atender as necessidades em constante evolução de nossos clientes em todo o mundo".