PEDRO PERMUY

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Violinista famosa do ES faz 101 anos de idade e reúne amigas em Vitória

Uma das fundadoras da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, Vera Camargo recebeu grupo de amigas para cantar "parabéns pra você" na noite de segunda (7)

Pedro Permuy

Redação Folha Vitória
Foto: Pedro Permuy

Ela é a dama do violino!

Vera Camargo celebrou 101 anos de idade na última segunda-feira (7). O "parabéns pra você" foi na casa da violinista que é das mais famosas do Espírito Santo, desde a fundação da Orquestra Sinfônica do Estado (Oses), de que fez parte. 

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Ela, como a Coluna Pedro Permuy, que não dorme no ponto, também já noticiou, foi da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) desde quando a instituição não graduava, quando era Escola de Música do Espírito Santo (Emes), e participou da transformação do colégio pré e pós-selo de reconhecimento superior do Ministério da Educação (MEC). 

Para soprar as 101 velinhas, Vera recebeu amigas mais chegadas e família, em Vitória. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Vera Camargo recebeu as amigas em sua cobertura na Dante Michelini, em Vitória: é festa!

QUEM É VERA CAMARGO

Viúva de um casamento de mais de 60 anos e sem filhos, pouco tempo depois de selar a união, ela e o marido, Alceu Camargo (também um dos fundadores e primeiros professores da Fames), eram 1ª violinista e spalla da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, em Belo Horizonte. 

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“Eu já estava casada nessa história toda de Emes e Fames. Alceu foi convidado para spallar (ocupar o cargo mais alto de uma orquestra depois da maestria) e eu, 1ª violinista. Em 1954, para você ter uma ideia, Belo Horizonte já era muito mais avançada que Vitória é hoje. Já tinha o mês da ópera e temporada lírica, que nós estávamos à frente. Eu levada daqui (de Vitória) e Alceu, de Curitiba, de onde ele era. Terminamos esse trabalho (no festival) e nos mudamos para o Espírito Santo”, continua.

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Já aqui, foi uma das cinco fundadoras (incluindo o marido) da então Emes, atual Fames. Lá, foi professora até a aposentadoria, aos 60 anos de idade. “Agora não tenho rotina. Na minha idade, a rotina é costurar, ouvir música em um aparelho que ganhei agora, de 100 anos, que não estou sabendo lidar ainda… E cuidar dos meus dois gatinhos. Do violino, quando me aposentei, me aposentei de vez. Não podia mais tocar com a artrose que apareceu”, justifica.

Mas o violino de que Vera fala não é um qualquer que se compra por aí hoje em dia. Aliás, até à época em que ela mesma o adquiriu não era comum ver um deles dando sopa por aí.

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“Meu violino é o primeiro desde quando eu tinha 10, 11 anos e comecei as aulas. É datado de 1710. Um Borelli original”, fala toda orgulhosa.

Trata-se de uma das fabricantes mais antigas e mais bem conceituadas do mundo na manufatura do instrumento musical. “Um senhor um dia foi à casa de dona Paulina Barbieri, a italiana que me dava aulas, e apareceu com o violino puro, sem caixa nem nada. Ele era colecionador. Estava construindo uma casa e precisava de dinheiro para terminar a obra. Falei com mamãe, que juntou algumas pessoas da família e comprei o violino. Ainda pedi uma diferença porque ele estava sem caixa, sem estojo, sem nada. Ele me deu (o abatimento) e eu comprei um estojo logo depois de sair toda feliz com ele na mão”, detalha.

Tanto chama a atenção a verdadeira obra de arte que a violinista tem em casa que até a Christie’s, casa de leilão de artigos de luxo de Londres, na Inglaterra, já ofereceu algumas dezenas de milhares de dólares para leiloar o artigo considerado raríssimo. Só para se ter ideia, na internet, o violino da mesma marca mais antigo já leiloado datava de 1717. 

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“Em uma ocasião a Christie’s entrou em contato e ofereceu pagar uma fortuna pelo violino. Eles disseram que os lances seriam de 50 em 50 mil dólares, no mínimo. Mandaram e-mail, não deu meia hora entraram em contato de novo… Mas eu não vendo. Não venderia nunca. Não estou precisando, estou bem. É o tipo de coisa que não se vende, foi meu violino a vida toda”, confidencia.

Antes, Vera só teve um outro instrumento que tinha de beleza o que seu Borelli tem de raridade. “Ele era de madeira marchetada, com a borda mais amarelada e um dragão esculpido por ele todo com a cabeça pelo cabo. Lindo. Mas só isso. O som era horrível (risos)”, lembra, às gargalhadas.

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