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Obras de arte vão transformar futuro parque em Vitória numa grande galeria a céu aberto

Saiba mais sobre as sete criações de arte contemporânea que estarão disponíveis para visitação gratuita a partir de dezembro

Thamiris Guidoni , Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Marcelo Pereira / Folha Vitória
Obra do capixaba Sandro Novaes inaugurada na quarta-feira (22)

Uma verdadeira galeria a céu aberto! Assim será o Parque Cultural Reserva Vitória com inauguração prevista para 20 de dezembro. O local terá sete obras de arte que vão deixar o parque ainda mais encantador. A visitação será gratuita. O parque vai ocupar uma grande área atrás do Shopping Vitória, na Enseada do Suá, em Vitória.

>> Vitória vai ganhar parque cultural; inauguração está prevista para dezembro

Com curadoria de Matias Brotas Arte Contemporânea, as criações dos capixabas Sandro Novaes e Vilar, além de José Bechara, José Spaniol, Adrianna EU, Thainan Castro e Antônio Bokel fazem parte do projeto. 

Fundada há 15 anos e referência no cenário da arte, a Matias Brotas realizou mais de uma centena de exposições individuais e coletivas de artistas de todo o mundo, além de ações que visam estabelecer redes entre os circuitos artísticos local e nacional.

De acordo com as curadoras Sandra Matias e Lara Brotas, o desejo é criar uma atmosfera de experiência com o espaço, onde as pessoas possam se conectar não só com a paisagem, mas também com a arte, ampliando as possibilidades de pertencimento à cidade. 

"A partir do momento que incluímos sete obras de artistas contemporâneos num parque público, a gente amplia e coloca a arte em diálogo com a cidade de um modo geral, indo além do circuito das galerias. Eu acho que é um marco na história do Estado. O parque vai nos permitir mais visibilidade ao Espírito Santo e novas conexões com o cenário nacional", destacou Lara.

Saiba mais sobre as obras de arte que irão compor o parque:

>> Experimento nido 1 

Foto: Matias Brotas/divulgação

A obra de Sandro Novaes segue as diretrizes da arte minimalista: a ideia de escolher um módulo (a linha reta) e repeti-lo até o quase desaparecimento deste módulo em favor do surgimento de um sistema visual complexo. 

Na cerimônia de lançamento do parque, que aconteceu na quarta-feira (22), houve a entrega da primeira obra, de autoria do artista capixaba que é natural de Vila Velha. A arte, que lembra um ninho de pássaros, é feita com tubos de aço.

"Esta obra para o parque é chamada de 'experimento nido' porque permite esse perambular do espectador dentro dela. Ele poderá entrar dentro dela. Cada passo e cada olhar, dependendo da posição em que ele se encontra, você verá um trabalho e um desenho diferente". 

O formato da obra foi inspirado a partir do desenho de linhas retas traçadas de forma rápida sobre uma folha de papel. O visitante pode caminhar em meio aos tubos.

 >> Karma

Foto: Matias Brotas/divulgação

Karma, de Antônio Boke, é uma escultura feita em bronze e cimento em 2014. Baseado nas filosofias e nas religiões indianas, o karma é uma espécie de lei universal de causa e efeito.

O artista fala que toda ação tem consequências futuras que dependem de sua natureza. “De forma mais simples, uma boa ação leva a bons resultados e uma má ação a maus resultados”. 

No caso da escultura, isso acontece como um efeito dominó: a mesma mão que empurra os blocos, segura o peso dos mesmos blocos caídos no final.

>> Escultura “(…) Uma carta de amor direto no coração” (2021)

Foto: Matias Brotas/divulgação

A ideia da escultura feita pelo artista Thainan Castro veio de uma música que fala sobre “uma carta de amor direto no coração”, sobre aquele respiro fundo que desnorteia a gente quando recebemos uma boa notícia. 

Nessa brincadeira das dualidades do avião "de papel” que penetra o corpo "de bronze”, que o que plaina mais leve que o ar transpassa a gente de forma tão profunda, mas não machuca., pelo contrário, muitas vezes até cura!

>> Porta para um depois

Foto: Matias Brotas/divulgação

Adrianna EU mostra na arte o antes e depois desse exato instante que já se passou, e o que virá está absolutamente impactado pelo acontecimento do agora.

Esse tempo de suspensão entre o agora e o por vir nos força a nos rever, ou melhor ainda, a nos ver.

Para a artista, "talvez nosso maior medo não esteja nas incertezas do lugar que nos espera, mas sim da experiência desse 'se olhar de perto'. Atravessar as portas que a vida nos propõe é ato que requer uma coragem. Coragem de se saber alguém em eterna busca de si. Ali, do outro lado, o novo, o inédito, o amanhã nos espera". 

>> Escultura Vazante

Foto: Matias Brotas/divulgação

José Spaniol vem com a 'Escultura Vazante', que faz parte de uma série de trabalhos concebidos a partir da observação das águas, da imprevisibilidade e surpresa que os oceanos sugerem. 

Em 2011, ele começou a escrever onomatopeias para o mar, procurando traduzir a sonoridade das ondas quebrando na praia. Na obra Vazante, a coluna de palavras que sustenta o barco é formada por 12 frases onomatopaicas, cada uma delas representando uma onda.

>> Escultura “Randômica"

Foto: Matias Brotas/divulgação

O artista José Bechar produziu para a sétima edição do torneio Rio Open 2020, a maior competição de tênis da América do Sul, a peça comenta fenômenos aleatórios que oferecem riscos às competências objetivas comuns, as disputas esportivas. 

Através da pequenina bola de tênis que uma vez lançada toca a rede e assume uma trajetória inesperada, “Randômica” condena as certezas e lembra a ocorrência do acidente, da falha e do acaso no cotidiano dos indivíduos.

>> Escultura Libre

Foto: Vilar

Na escultura “Libre”, de Vilar, a pessoa é conduzida ao vasto universo do conhecimento através dos caminhos percorridos para se chegar aonde se pretende. A obra faz alusão a liderança e ao cotidiano, onde cada página do livro se torna um convite ao expectador a adentrar.

Esta obra traduz uma reflexão acerca da possibilidade de registros de manifestações humanas ou de captação de imagens, momentos flutuantes ou fixos impressos em cada página do livro, sugeridas pelo entorno que a envolve. 

O espectador é convidado a percorrer no interior de suas páginas criando ilustrações temporárias que se multiplicam através da interatividade coletiva ou individual. Esse monumento, ao longo de sua existência, suportando diferenciadas intempéries, fornecerá vários capítulos, retratando, de maneira poética e formal toda a essência de sua criação.

Matias Brotas

A curadoria de Matias Brotas explora, por meio da arte, a conexão entre as pessoas, transformando espaços em lugares democráticos de socialização. O desejo é criar uma atmosfera de experiência com o espaço, onde as pessoas possam se conectar não só com a paisagem, mas também com a arte, ampliando as possibilidades de pertencimento à cidade.

Veja as obras de arte que irão compor o museu a céu aberto:

Matias Brotas/divulgação
Matias Brotas/divulgação
Marcelo Pereira / Folha Vitória
Matias Brotas/divulgação
Matias Brotas/divulgação
Divulgação
Matias Brotas/divulgação
Marcelo Pereira / Folha Vitória
Divulgação
Matias Brotas/divulgação

Com investimento de R$ 20 milhões, o parque será construído pela Nova Cidade Empreendimentos, empresa integrante do Grupo Buaiz. O espaço será doado para a Prefeitura Municipal de Vitória para uso público e será um novo ponto turístico da capital.

A construção vai ocupar uma área de 16 mil m² na Enseada do Suá, localizada atrás do Shopping Vitória. Além das obras, terá praça com área verde, playground para crianças, equipamentos de ginástica, ruas para pedestres, iluminação com rede subterrânea, paisagismo e obras de integração com bairros vizinhos.

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