‘Dahmer: Um Canibal Americano‘, da Netflix, foi removida da categoria LGBT+ após polêmica nas redes sociais. Membros da comunidade LGBTQIA+ questionaram o motivo da produção estar na tag que reúne obras sobre diversidade.
A comunidade não quer ser associada ao serial killer apenas pelo fato do personagem ser gay. Uma internauta chamou a seleção da tag de “realmente nojenta”. Outra disse que “essa não é a representação que estamos procurando”.
Por isso, a plataforma de streaming atendeu ao pedido da comunidade e retirou a série da tag. Depois da remoção, a série apresenta somente as tags como horror, mistério e crime.
O que são as tags da Netflix?
Os filmes e séries da plataforma com conteúdo semelhantes ficam agrupadas e podem ser encontradas mais facilmente utilizando palavras-chave, que são as famosas tags.
A Netflix atribui as tags que descrevem o gênero, o humor ou o assunto abordados de cada produção. A categoria LGBTQ+, em particular, destaca títulos com figuras que muitas vezes ainda estão sub-representadas no cenário midiático.
Esta tag pode ajudar a encontrar séries populares como Heartstopper e I Am Not Okay With This, ou filmes indies de sucesso como Call Me By Your Name.
Quem foi Jeffrey Dahmer?
A obra fala sobre a série de assassinatos realizada por Jeffrey Dahmer, entre 1978 e 1991. O americano ficou conhecido como “Canibal de Milwaukee” após matar 17 afro-americanos homossexuais, comer e armazenar os restos mortais em sua casa.
As investigações mostraram que Dahmer começou a fazer suas vítimas quando tinha 18 anos. Ele estrangulou e se desfez do primeiro rapaz, três semanas após se formar no colegial em 1978.
Com a família em crise, a separação dos pais, e a instabilidade na vida do rapaz, Jeffrey Dahmer cometeu uma série de delitos. Abusos sexuais, pedofilia, atentado ao pudor foram alguns dos crimes que constavam em sua ficha.
Preso pela primeira vez em 1986, Dahmer foi diagnosticado com uma série de transtornos e colocado em condicional no ano seguinte. O ano do começo dos assassinatos em série.
De 1987 a 1991, Dahmer aprimorou o método que aplicava nos rapazes com quem saía. Ele abordava-os em bares e saunas gays e inventava um pretexto para fotografar os garotos em troca de algum dinheiro. Após ganhar a confiança dos jovens, ele os drogava e estuprava.
Fez isso com mais de uma dezena deles, a maioria negros, isso até 22 de julho de 1991, quando um homem chamado Tracy Edwards, de 32 anos, conseguiu fugir e pedir ajuda para dois policiais nas imediações.
Embora mostre a vida de jovens gays que foram vítimas do assassino, a temática passa longe do histórico das produções em cartaz da Netflix. Dahmer mostra detalhes mais cruéis em uma atmosfera longe do glamour de Miami Beach.
*Texto da estagiária Ana Paula Brito Vieira, sob supervisão de Daniella Zanotti