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Influencer com lipedema desabafa doença: “Necessidade de maior inclusão”

Victoria Matos tem cerca de 4,4 milhões de seguidores no Instagram. A jovem declarou que peças não adequadas para o seu corpo afeta a autoestima; entenda

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Instagram @soyvictoriamatosa/Montagem FV

A influencer Victoria Matos, de 26 anos de idade, enfrenta uma batalha diária com o lipedema, uma doença que muitas vezes é confundida com obesidade.

Recentemente, ela abriu o jogo sobre a dificuldade de encontrar roupas adequadas para pessoas que lutam contra essa condição, lançando uma crítica afiada à indústria da moda.

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Victoria compartilhou sua experiência e desafios enfrentados no que diz respeito à moda. "É incrivelmente frustrante. O lipedema afeta a maneira como meu corpo se distribui, resultando em acúmulo de gordura desproporcional nas pernas e quadris. Isso significa que, mesmo que eu perca peso, minhas pernas permanecem com um volume significativo", contou.

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"Infelizmente, a indústria da moda parece ignorar pessoas como eu. Poucas marcas realmente consideram as necessidades de quem sofre com o lipedema.", disse a influencer.

Victoria Matos destacou a falta de opções de roupas que atendam às suas necessidades específicas, como roupas que proporcionem compressão adequada e conforto.

"Encontrar roupas que se ajustem bem e me façam sentir confiante é uma busca constante. Muitas vezes, sou forçada a escolher peças que não são realmente adequadas para o meu corpo, o que afeta minha autoestima", afirmou.

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A jovem ressaltou a necessidade de maior inclusão na indústria da moda. 

"As pessoas com lipedema também merecem se sentir bonitas e à vontade em suas roupas. Não é apenas sobre moda, é sobre representação e aceitação. Nenhuma marca pensa em nós, e isso precisa mudar", declarou.

A influencer está usando sua plataforma para aumentar a conscientização sobre o lipedema e desafiar a indústria da moda a considerar uma variedade maior de corpos em suas coleções. 

"Estou comprometida em ser uma voz para aqueles que também lutam contra o lipedema. A moda deve ser para todos, não apenas para um padrão estereotipado. Vamos pressionar por mudanças e tornar a moda verdadeiramente inclusiva", concluiu Victoria Matos.

O QUE É LIPEDEMA?

Foto: Divulgação

O lipedema, uma condição inflamatória que resulta no acúmulo desproporcional de gordura em áreas como pernas, quadris e braços, afeta aproximadamente uma em cada dez mulheres no Brasil, totalizando cerca de 5 milhões de pacientes.

Devido à sua semelhança com a obesidade, o lipedema frequentemente não recebe o tratamento adequado, obtendo consequentemente resultados insatisfatórios em muitos casos.

De acordo com a endocrinologista Lusanere Cruz, “nos casos moderados e graves, dieta e exercícios podem não ser o suficiente para eliminar a gordura inflamada e com fibrose”.

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Embora não haja cura para o lipedema, existem tratamentos que devem ser abordados de maneira multidisciplinar.

O tratamento envolve diversas especialidades médicas, como endocrinologia, angiologia, cirurgia vascular, fisioterapia, nutrição e cirurgia plástica.

Os cuidados e procedimentos visam aliviar os sintomas, prevenir a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida e a saúde geral das pacientes.

A fisioterapia, por exemplo, atua na redução do processo inflamatório, reabilitando o sistema linfático, controlando a dor, com foco nas alterações articulares e biomecânicas, que muitas vezes ocorrem em decorrência da frouxidão e sobrecarga das articulações.

“Algumas técnicas utilizadas são a drenagem linfática manual, terapia compressiva, eletroterapia, pilates e orientação quanto ao uso adequado de meias de compressão”, enumera a fisioterapeuta Larissa Musso.

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Outro cuidado importante é com a alimentação.

“Por ser uma doença inflamatória, é importante que a paciente adote uma dieta anti-inflamatória, reduza o consumo de alimentos que potencializam a inflamação e tenha hábitos alimentares mais saudáveis, rica em antioxidantes, vitaminas, minerais e também controlar o peso”, explicou a nutricionista Thamires Favato.

Também é necessário que a paciente passe por uma avaliação com o angiologista para tratar possíveis problemas, como insuficiência venosa, varizes, surgimento de vasinhos, comuns em pacientes com lipedema.

Em casos mais avançados, o tratamento cirúrgico com lipoaspiração é uma opção.

“A cirurgia objetiva a retirada de grande quantidade de tecido doente, o que promove a melhora da mobilidade e ajuda a combater outros sintomas, tanto físicos quanto emocionais. Além disso, há melhora estética, com a redução do excesso de gordura e de pele”, informou a cirurgiã plástica Patrícia Lyra.

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A médica destacou que mesmo as pacientes que passam por cirurgia precisam manter o tratamento clínico.

“A cirurgia não elimina a necessidade de manter o tratamento clínico, pois as duas opções terapêuticas são complementares. Além disso, é fundamental que ao longo de toda a vida a paciente mantenha o autocuidado necessário, como alimentação balanceada, prática de atividade física e acompanhamento médico regular”, orientou Patrícia.


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