Leonardo Merçon lança livro fotográfico sobre a baía das tartarugas
As fotografias foram produzidas pelo fotógrafo de natureza, coordenador do instituto e colunista do Folha Vitória, Leonardo Merçon
A beleza e diversidade marinha da Baía de Vitória se tornaram personagem principal do mais recente lançamento do Instituto Últimos Refúgios e Projeto de Conservação da Baía das Tartarugas: o livro fotográfico "Baía das Tartarugas: Riqueza marinha na capital do Espírito Santo".
As fotografias foram produzidas pelo fotógrafo de natureza, coordenador do instituto e colunista do Folha Vitória, Leonardo Merçon.
O lançamento do material aconteceu na manhã desta sexta-feira (8), na Fundação projeto Tamar, em Vitória, onde também foi inaugurada uma exposição de algumas das fotos produzidas para o livro, até meados deste mês de novembro.
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O principal objetivo do livro, que explora as relações entre natureza e cultura local, é celebrar a biodiversidade costeira da capital capixaba e destacar a importância da conservação da Área de Proteção Ambiental (APA) Baía das Tartarugas.
Ao todo, segundo o Instituto, foram necessários 11 anos para reunir todo o trabalho fotográfico, que acabou sendo intensificado com a campanha de criação da APA. São cerca de 500 imagens, ilustrações e textos bilíngues.
Em um discurso emocionado, Leonardo afirmou que a obra não é apenas um artigo para sua coleção, mas, sim, um presente para a cidade de Vitória, a qual considera “um verdadeiro epicentro de biodiversidade”.
“Este é um livro sobre um local com o qual estou profunda e emocionalmente conectado. A materialização do fascínio que aquele garotinho de 5 anos de idade tinha, quando meu falecido pai, mostrava as belezas da praia no quintal de casa. Na época, eu não tinha noção do valor do litoral da capital capixaba. Mas, hoje, sei e preciso compartilhar com vocês”, disse.
Questionado sobre o motivo de continuar no estado capixaba, mesmo com tantas oportunidades espalhadas pelo mundo, Leonardo respondeu:
“A resposta é simples: o Espírito Santo é um dos lugares mais ricos em biodiversidade do mundo. E este livro é uma das minhas formas de retribuir tudo que essa terra me deu. Uma prova de que nossa cidade tem a natureza como sua vocação mais forte”.
Baía do Espírito Santo
De acordo com Merçon, a região da Baía do Espírito Santo, que vai do início do Porto até o pé da Terceira Ponte (Praia de Camburi, Ilha do Frade e Ilha do Boi), foi declarada uma Área de Proteção Ambiental em 2018, a APA Baía das Tartarugas.
A riqueza natural da capital é o que mais o que mais chama a atenção do fotógrafo. São áreas de restinga e ilhas, além de águas que abrigam uma vida marinha diversa.
Por conta de sua localização em uma região estuarina, o fotógrafo explica que a cidade também é beneficiada por manguezais que abrigam e alimentam diversas espécies marinhas.
“O manguezal, além de ser um berçário para peixes, mesmo não estando dentro da APA, é também um ecossistema essencial para manter o equilíbrio entre a terra e o mar”, afirma.
“Lembro-me da primeira vez que fui registrar os peixes que ilustram o livro. A cada mergulho, era como entrar em uma pintura viva. As cores, os movimentos, tudo isso se revelava de forma mágica diante da câmera. O mais desafiador, porém, era capturar a essência dessa biodiversidade. Você não apenas fotografa, você se torna parte daquele mundo por alguns momentos”, contou em sua coluna semanal no Folha Vitória.
Leonardo explica, ainda, que, apesar da criação da APA, a sobrevivência das tartarugas-verdes (Chelonia Mydas) ainda é ameaçada pela pressão das atividades humanas, como pesca ilegal e a poluição.
Segundo ele, a espécie ainda é classificada como vulnerável e encontra, em Vitória, um ponto de apoio crucial para sua conservação.
Por fim, o fotógrafo explicou a importância do livro para a construção de um futuro melhor para todos.
“O livro Baía das Tartarugas” é um convite para que mais pessoas conheçam e defendam a natureza local. As tartarugas marinhas representam a resiliência, a luta pela sobrevivência em um ambiente cada vez mais ameaçado. E é isso que queremos inspirar nos capixabas: um orgulho por sua terra e um desejo de protegê-la”.
Seu maior desejo, com o lançamento do livro, é cada pessoa possa folhear suas páginas e sentir o mesmo amor que ele sente pela cidade. “Quero que se orgulhem da nossa natureza e entendam que proteger esses ambientes é uma responsabilidade coletiva. Afinal, ninguém mais vai fazer isso por nós”, finalizou.