Marcus Buaiz: “Minha separação curou a dor que eu tinha do divórcio dos meus pais”
De volta ao rol dos figurões do showbiz no Brasil, empresário capixaba recebe a Coluna Pedro Permuy na sala do avô Americo Buaiz, fundador do grupo da família, no Espírito Santo. Em entrevista exclusiva, revela rumos de 2023 com verdadeira devoção aos filhos, pai, mãe e irmãos
Em Vitória, Marcus Buaiz começa o dia participando de reunião com o alto escalão de um dos 9 conselhos administrativos de conglomerados empresariais de que participa. As empresas atuam em todo o Brasil. Depois do encontro, faz mais uma ou duas reuniões por vídeo em um dos espaços que mais representa o início da própria história: a sala do avô Americo Buaiz, mantida in memoriam quase que intacta no edifício que abriga parte da Buaiz Alimentos e Redação e Estúdios Rede Vitória no Centro da Capital.
Perto das 18h, o empresário capixaba recebe a Coluna Pedro Permuy, com exclusividade, no mesmo ambiente em que todas as empresas da família começaram. “Falar sobre ele (Americo Buaiz), na sala dele… Eu vinha aqui quando era pequeno, conversava muito com ele. Tenho orgulho da história da nossa família, do avô que tive, do pai que tenho”, lembra, quase nostálgico.
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A conversa começa ali, na mesa de reunião do environnement quase centenário.
“2023, para mim, vai ser um dos anos mais importantes. Em 2022 eu renasci. Eu sempre fui muito planejado e aconteceram coisas que eu não planejei. E tive que saber lidar com isso. E não foi fácil…”, reflete.
“Foi muito importante o resgate do Marcus com ele, comigo mesmo. Tinha tempo que a gente não conversava e não se priorizava” - Marcus Buaiz, empresário
“Foram três meses de muita reflexão (depois da separação) que precederam esse momento de devoção aos meus filhos. Depois que passa por essa etapa, você entende que os 15 dias que eu tenho com eles, por exemplo (a guarda é compartilhada), a gente faz valer por um mês inteiro. Nunca tive um relacionamento tão bom com eles”, ainda reitera.
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“Foi um ano dos mais difíceis que já passei na minha vida. E o termino em um dos melhores momentos que já tive na minha vida” - Marcus Buaiz, empresário
Fato é que não há quaisquer lamúrias no que o capixaba quer dizer. A experiência toda, na verdade, foi um espelho para o que ele mesmo ia projetar para os próximos meses. “A separação refletiu em tudo, sim. No decorrer do processo, o José (Marcus) veio comigo a uma palestra no Espírito Santo e eu falei muito sobre ser feliz e fazer o que se ama. Que é o que eu acredito. Quando acabou, ele me questionou sobre o abandono no entretenimento e foi verdade. Quando ele nasceu, eu escolhi vender meus ativos culturais e de entretenimento para me dedicar a ele, porque a vida de uma casa noturna não permite isso. E não me arrependo, de jeito nenhum. Mas ele mesmo disse: ‘Eu estou com 10 anos (de idade), pai”, entrega.
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Na prática, isso significa que o comeback do todo-poderoso ao rol da fama do show business nacional vai ser daqueles.
“Muito do que eu vivi, então, me fez tomar a decisão de voltar ao entretenimento. Dia 14 de janeiro será o primeiro evento e depois 40 festivais de música pelo Brasil todo, que eu vou estar à frente. É um retorno que o José me provocou, mas que, ao mesmo tempo, se eu estivesse vivendo a mesma vida que eu estava, não teria acontecido”, evidencia.
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Acontece que não foi só entre os filhos que a tempestade de emoções culminou, como já fala o ditado, em bonança.
Da segunda geração da família Buaiz para cá, o divórcio ressignificou uma série de memórias que Marcus guardava, como a separação dos próprios pais - Americo Buaiz Filho e Tânia Buaiz.
“Para saber o quanto isso significou para mim, eu tatuei uma fênix nas minhas costas (símbolo do renascer). Eu tinha uma dor muito grande da separação dos meus pais. Filho não quer ter pai e mãe separados. A gente tem que entender a felicidade dos filhos. Eu sempre digo isso ao José e ao João: ‘A Wanessa (Camargo) merece ser muito feliz como eu também mereço”, começa, comparando: “A dor que eu tinha da separação dos meus pais, a minha separação me fez curar. Isso é algo que quero falar, escrever sobre. Com certeza vai ser de uma identificação muito grande”.
Como novidade pouca é bobagem (e empreendedorismo, também), Marcus ainda tem um robusto projeto cultural para o ano que vem: trata-se da gravação de ao menos dois filmes, ideia que é fruto do projeto que a Coluna Pedro Permuy, que não é boba nem nada, já noticiou, em parceria com a Ventre Studio.
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Para 2023, a expectativa é filmar sobre Iemanjá e um outro título inspirado em um livro.
“O entretenimento viveu uma situação muito delicada, meu Deus… Quem não saiu dessa situação diferente, por tudo, tem que se rever como ser humano. Mas o entretenimento saiu muito valorizado, porque a live, por exemplo, virou o programa para quem estava em casa. A melhor forma de comunicar foi essa. A volta do entretenimento com qualidade chega com mais valor ao público, sim”, conclui.
A expertise para lidar - de novo e depois de uma década - com o mercado do showbiz, no entanto, foi construída nos mesmos pilares das reflexões mais recentes: da família.
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No início de tudo, Marcus tomava mentorias (um nome mais sofisticado para estágio, propriamente dito ao que era, à época) com o avô Americo e com o próprio pai. E lembra: “Dois dias antes de ele (o avô) ir para São Paulo, para a questão da cirurgia, estávamos nós três no Shopping Vitória em reunião. Já é uma dádiva ter o pai que eu tenho. Com a proximidade que criamos e que estamos vivendo, então… Nem se fale”.
“Hoje, quando comecei o dia participando de uma reunião do grupo (Buaiz) eu pensava: ‘Nossa, que oportunidade poder estar aqui. Sendo da família e pela história que eu construí, que eu quis construir e precisava, quando decidi ir para São Paulo e começar do zero (pouco depois da maioridade, na ocasião)”, lembra.
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E recorda: “Eu tive um pai que me deu essa oportunidade, de construir a minha história. E tive uma mãe que falou para eu ir, sim, se fosse minha vontade. De cabeça erguida. Isso é amor. Mas não foi fácil. Cheguei a São Paulo e fui mais um, por isso falam que ‘Se você fizer lá, faz em qualquer lugar’. Na ocasião, pensei se não estaria traindo a dinastia da minha família, mas de jeito nenhum. Eu estava reforçando a história dela. E hoje entendo isso, como entendo muito o que ouvi e vi meu pai fazendo, com quem tenho dividido momentos únicos”.
“Hoje penso: ‘Tomara que meus filhos não me deem o trabalho que eu dei para o meu pai (risos)”, diz. "Agora, eu entendo”, repete, terminando.