Usar roupa branca, jogar flores no mar, pular sete ondinhas na praia. Alguns dos costumes na noite de Ano Novo amplamente praticados no Brasil tem suas origens na cultura popular, nas religiões afro-brasileiras ou no jeito brazuca de adaptar o que vem de outros países.
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Seja qual for a procedência, a finalidade é a mesma: atrair boa sorte e ótimas vibrações para o ano que chega. Conheça um pouco mais sobre
1 – Usar roupas brancas
É tradicional todo mundo tirar aquela peça branca do armário para o Ano Novo. O babalorixá Edson de Oxalá, do terreiro Ile Axé Palácio de Oxalá, em Costa Bela, na Serra, explica que esse hábito veio sob influência das religiões afro-brasileiras, como Candomblé e Umbanda. O sacerdote do Candomblé explica que adeptos das religiões usam branco nas cerimônias o ano inteiro, não somente no dia 31 de dezembro.
“No Candomblé, a cor branca simboliza o fim de um ciclo e o início de outro o que foi associado pela cultura popular para a noite de Réveillon, que é um tempo de recomeço. No imaginário popular é a cor da paz, da harmonia, sentimento do desejo da maioria para o ano que começa. Também está associada à purificação no código das religiões, o que também combina com esse sentimento de recomeçar bem”, desenvolve.
2 – Jogar flores no mar
Outro ritual adotado pelos brasileiros a partir das cerimônias afro-brasileiras.
“Muitas pessoas jogam flores no mar para Iemanjá na noite de Réveillon também por influência das religiões de matriz africana. Mas o dia dela, no Candomblé, é 2 de fevereiro. As pessoas que fazem esse gesto de jogar flores no oceano é uma forma de agradecer pelas coisas boas que aconteceram no ano que termina e pedir proteção para o que está chegando. O mar é o simbólico da infinitude, do que é maior que a terra, onde habitamos. Portanto, jogar flores é uma oferenda para o sagrado”, explica o babalorixá.
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Nas oferendas para a Rainha do Mar, vão desde rosas brancas a itens de beleza como pente, escova de cabelo, espelho, grampo, colares. Há quem diga que se, no dia 1º de janeiro, a areia da praia estiver limpa, Iemanjá aceitou os presentes e o ano vai ser bom. Se as oferendas ainda estiverem por lá, prepare-se, porque o ano vai ser brabo.
3 – Pular sete ondas
Uma das mais populares no Brasil, a origem da tradição de pular sete ondas foi difundida pela Umbanda, outra religião de matriz africana. Para realizar a simpatia, a pessoa deve pular sete ondas e, a cada vez, fazer algum agradecimento ou pedido para o ano seguinte. Pular as ondas é outra forma de homenagear Iemanjá. Na tradição da Umbanda, o sete seria o número perfeito e o número dos outros orixás, filhos de Iemanjá.
4 – Lingerie colorida
Se a tradição de Ano Novo é usar trajes brancos, para as “roupas de baixo” a regra é totalmente diferente. Cada cor de peça íntima possui um significado para o ano que chega e representa diferentes pedidos. O branco atrai paz, o rosa traz amor, o amarelo atrai riqueza, o verde fomenta a esperança e o azul traz boas energias e prosperidade.
5 – Chamar Ano Novo de Réveillon
O Brasil, até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) tinha forte influência francesa nos costumes e festas da classe alta. Ricos e endinheirados promoviam bailes na noite do dia 31 de dezembro com um toque carnavalesco pois fevereiro estava logo ali. Mas, para nomear essa festa falavam “réveillon”, numa referência às festas grandiosas da nobreza da França, antes da Revolução Francesa de 1789. A palavra réveillon tem origem no verbo em francês “réveiller’, que significa “acordar” ou “reanimar” (em sentido figurado). Assim, o réveillon é o despertar do novo ano.
6 – Brindar com champanhe
Ainda pegando carona na influência da França, a bebida, que sempre está presente em jantares nobres, lembra celebração e riqueza. Os brasileiros não quiseram ficar atrás e adotaram o champanhe ou os seus substitutos, espumantes ou sidras, para quem não está assim com o bolso tão cheio. Os supersticiosos costumam fazer um brinde e beber uma taça de champanhe logo no primeiro minuto do novo ano, como forma de celebrar o ano que se inicia e atrair prosperidade financeira.
7 – Comer lentilha
A tradição de comer lentilha na passagem de ano foi trazida para o Brasil pelos imigrantes italianos. A história popular diz que o grão, que é parecido com o feijão, deve ser o primeiro alimento consumido no Ano Novo, tão logo o relógio marque a virada, para atrair fartura e prosperidade financeira. O formato do grão também lembra moedas, o que explicaria a ligação com fortuna.