Prefeito da Capital do Espírito Santo, Lorenzo Pazolini (Republicanos) quer fechar 2024 com R$ 2 bilhões investidos. Com exclusividade à Coluna Pedro Permuy, confidencia que valor inclui abrigo para crianças e adolescentes vítimas de violência, desejo de novo local para lazer próximo ao Sambão e mega plano de cursos de profissionalização 100% gratuitos; veja entrevista completa

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), reorganizou parte do acervo histórico e cultural da prefeitura logo que assumiu o primeiro mandato como chefe do Executivo municipal, em 2020. Entre um depósito e outro, redescobriu obras de arte, alguns arquivos, mobília e tapeçaria centenários materializados em itens que remontam aos anos dourados da Ilha – hoje, em grande parte, todos estão expostos funcionalmente pelo gabinete que o abriga na função eletiva. Não que tenha sido algo extraordinário para quem se propõe a assumir a função de gerir um município ou que essa ação influenciaria em algum aspecto dele próprio como gestor, mas que o resgate gatilhou um detalhe importante, isso, sim: a memória capixaba.

Relembrar a forma (no sentido substantivo literal da palavra) que fez Vitória ser hoje a cidade top of the list do Brasil em inovação, saúde, esporte, cultura e com o fisco em dia reviveu os potenciais que, no passado, compuseram uma verdadeira revolução industrial no município. Depois dessa arrumação entre almoxarifados e galpões, com tudo no lugar em que deveria mesmo estar, o cenário é bastante parecido – só que na versão 5G.

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Entre um quadro redescoberto e outro, por exemplo, um dos títulos (todos, diga-se de passagem, são de artistas capixabas e brasileiros bastante renomados) ganhou espaço vip no Salão Nobre do gabinete: trata-se de um óleo sobre tela que retrata vista panorâmica da Capital datada para lá de 1700 e antigamente.

E, ali, Pazolini recebeu a Coluna Pedro Permuy para uma entrevista exclusiva.

“Os moradores de Vitória se reconectaram com a cidade em vários aspectos e vemos isso hoje nas ações que fazemos para valorizar as culturas superlocais, dos bairros às comunidades. Vitória, por si só, virou um exemplo para o Brasil a começar pela campanha de vacinação com organização inédita que fizemos no município logo que as vacinas contra a covid-19 chegaram ao Estado”, exemplifica.

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Esta etapa da vida profissional do prefeito já diz muito sobre as mudanças que ele fez quando assumiu a gestão máxima da cidade. Antes de tudo, Pazolini se destacou delegado titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Depois, acumulou bagagem – e presença política, é claro – como deputado estadual, na Assembleia do Espírito Santo (Ales).

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Sem dar um pio sobre a possibilidade de se candidatar à reeleição – ou não – na próxima corrida às urnas, o marido da promotora do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) Paula Pazolini e pai da Lorena garante: no fim deste seu mandato, que vai até dezembro de 2024, a Capital deverá ter chegado à cifra de R$ 2 bilhões investidos.

Em primeira mão para este colunista, que não é bobo nem nada, ele ainda adianta que está nos planos para os próximos meses construir um centro cultural e esportivo (em formato de galpão, próximo ao Sambão, até, para servir de apoio para as escolas de samba e coletivos culturais) ainda, também em primeira mão, à beira de inaugurar um abrigo para moradores de rua em formato inédito no Brasil que, além de dar casa, vai prover cursos profissionalizantes gratuitos via Senac, apoio de medicina da família, assistência social e tudo.

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Durante o bate-papo, Pazolini também detalhou a reforma cultural que fez nos ativos de setor de entretenimento, a consolidação da Capital como point para mega eventos e shows e fez balanço de como foi o 2023 para o município.

ENTREVISTA

Coluna Pedro Permuy: Fiz um levantamento rápido e não lembro de Vitória ter ganhado tantos prêmios nacionais como neste ano… 

Lorenzo Pazolini: Não, nunca! Nós ganhamos esporte, tudo recente agora, a cidade com a maior praça esportiva do Brasil. A saúde: A melhor saúde de todas as cidades. A melhor educação de todas as capitais. Aquele (prêmio do) Copacabana Palace, ficamos em segundo em inovação, primeiro em gestão púbica, também terceiro em limpeza em todas as cidades… Foi muita coisa, um resultado muito expressivo até antes do tempo que nós esperávamos, pela recuperação que fizemos na cidade. Porque a capacidade de investimento aqui era quase zero, ta conta estava com R$ 6,5 milhões só, em 2021. Nós já investimos quase R$ 1,7 bilhão.

PP: Tem ideia desse volume de investimento para até 2024?

LP: Nossa meta é chegar aos R$ 2 bilhões até o fim do ano que vem.

PP: As premiações vêm como reconhecimento. Mas ao que atribui esses reconhecimentos? 

LP: Primeiro, à união da cidade, das pessoas. Nós saímos da pandemia muito fortes. A vacina levou Vitória ao patamar nacional, ao reconhecimento nacional. A vacina foi uma grande virada de chave, de paz. Nós deixamos de ser o patinho feio da região Sudeste. E olha que interessante: Muita gente que veio vacinar aqui conheceu Vitória pela vacina e voltou. Voltou e investiu, falou bem, postou… Foi a vacina que nos deu esse primeiro impacto de virar a chave, de mostrar assim: Opa, tem um lugar no Espírito Santo que produz política pública com eficácia, com organização, com gestão e tecnologia”.

PP: Não que seja pouco, mas só a vacina teve essa força de alavancar o nome da cidade, acha? 

LP: Na verdade, assim, o que deu visibilidade foi a vacina. Mas o que está por trás disso? Toda a reorganização administrativa e financeira. Essa foi a grande chave. Nós fizemos uma reforma administrativa ampla na prefeitura que, no primeiro momento, estrategicamente, nós não demos o nome de reforma administrativa. Mas foi o que nos deu fôlego para caminhar em todas as frentes.

PP: E você concluiu essa reforma? 

LP: (Ninguém quer fazer reforma), sai da zona de conforto. Mas concluímos todas, sim.

PP: O problema eram gastos? Lembro de muitos cortes em pessoal, por exemplo, logo no início do mandato… 

LP: Muito gasto, mas o que é que acontecia: O orçamento da prefeitura era consumido na atividade ‘meio’ e não na atividade ‘fim’. Ou seja, gastava para dentro. Aí, você tem tudo que você imaginar. Despesa, passagem, hospedagem, diária, salário para muita gente. Onde tinha lugar para 4 pessoas, tinham 6 servidores e 4 cadeiras para sentar… Tudo isso, assim, nós cortamos em 50% no número de cargos comissionados, reduzimos contratos e aí o dinheiro foi aparecendo.

PP: Tiveram destaques no que considera essa reforma e no resultado que o movimento apresentou? 

LP: A Assistência Social, hoje, nos dá título de termos um dos maiores programas de assistência do País. Está tendo um encontro de Assistência Social no Brasil, nós estamos bombando, porque nós temos o Vix Mais Cidadania, que é uma política pública municipal, nenhum município tem; e as ações da Assistência, por exemplo, para pessoas em situação de rua, que é um desafio. Agora, nós estamos fazendo a qualificação profissional, os cursos de altíssimo nível no Senac, no Sesi… Para esse público ser assistido e ter uma profissão.

PP: Vitória virou um polo muito tecnológico também. Pelo menos, é dos tópicos que mais ouço falar, sobre as oportunidades de inovação de negócio que se tem aqui. Isso é fruto de alguma ação específica ou o tempo? 

LP: Vender a cidade no bom sentido, né? Apresentar as potencialidades da cidade. E aí têm duas coisas que são fundamentais para o investidor: estabilidade jurídica e organização administrativa e financeira. Aqui você tem regras claras, você sabe como começa e como termina, essa é a diferença. A prefeitura, hoje, dá estabilidade para o investidor.

PP: O uso da Praça do Papa para fins de entretenimento e lazer sempre foi um ponto sensível para quem administra Vitória. Como enxerga, hoje, aquele espaço? 

LP: Nós chegamos a um equilíbrio. Eu acho que a Praça do Papa era um cemitério. O que tinha lá? Umas 30 barracas de pessoas de rua. O que nós fizemos foi pactuar. Olha os eventos que estão tendo na Praça do Papa, a qualidade. Todos ao nível nacional. E os eventos musicais, vamos dizer assim, artísticos, têm regras claras. Têm horário para começar, para terminar… Todos esses eventos não têm impacto negativo nenhum para a cidade. Não tivemos problemas em relação à violência, pelo contrário, em cada evento trabalham 600, 700 pessoas.

PP: Não consegue formatar uma estrutura física lá para transformar a praça, em si? 

LP: Fixa é mais difícil, acho mais difícil de avançar.

PP: E o projeto no Sambão? Existia uma ideia de se fazer um centro lá, não? 

LP: Qual é o nosso desejo? Não vou dizer que é um projeto… Mas, se nós conseguirmos chegar a criar uma área de eventos junto das escolas de samba com as ligas, lá na região do Sambão do Povo, diria que é um sonho. Eu acho que a cidade merece isso.

PP: O entretenimento, como outros setores, tem a grande dificuldade de, claro, falta de oportunidade, mas também falta de qualificação. A cidade não projeta nada para atuar nessa etapa da cadeia produtiva? 

LP: Nós estamos disponibilizando cursos que são os melhores cursos do mercado, os mais bem avaliados, para vários moradores. Repito: É lá com o Senai e com o Senac, de graça. E agora com a novidade das carretas. São cinco carretas iguais às que se usam nos eventos da Praça do Papa que vão ir para dentro dos bairros, dentro da comunidade, para fazer a qualificação dentro da comunidade. E quando não tem a qualificação na comunidade, tem eventualmente uma estrutura que não tem na carreta e ele precisa vir para a sede, nós pagamos a passagem. Quer dizer, são cursos daqueles que de cada dez que concluem, oito saem empregados. Nosso desafio hoje é esse, colocar essa turma para trabalhar de maneira organizada.

PP: Como vai ser essa operação? 

LP: São duas mil quatrocentos e oito vagas. E são ciclos, né? Por exemplo, quando essas vagas forem preenchidas, a gente abre outra vaga, outra demanda. E o mais interessante é que ele é dinâmico, então a demanda é de acordo com a necessidade das pessoas. Por exemplo, se surgir necessidade lá de um curso diferente, a gente consegue entregar. Corre atrás, têm instrutores capacitados que fazem tudo isso. É extraordinário. É a qualidade do Senac e do Senai. Isso é fundamental. E a viabilização é sempre via prefeitura.

PP: Esses cursos podem servir para os moradores de rua que a prefeitura ampara, imagino… Até porque Vitória tem abrigos 100% equipados, certo? 

LP: (Temos) e vamos inaugurar (mais) um agora. Será um exclusivo em modelo inédito para crianças de 0 a 6 anos de idade vítimas de violência. E esse é extraordinário, assim. É uma casa totalmente humanizada, adaptada para receber criança… Esse era um sonho que eu tinha desde a época da DPCA. Para receber aquelas crianças, vítimas, geralmente, de violência sexual e dar assistência necessária a ela e à família que competir ali naquele contexto.

PP: Essa obra já está avançada pra começar a funcionar na prática? 

LP: Ele está quase pronto. Está no final da instalação dos móveis. A parte física já está toda pronta. Nós refizemos a casa inteira pra receber criança. Ainda não tem data de inauguração. É uma casa totalmente voltada pra criança. É como se fosse uma casa de boneca. É para criança entrar e, claro que não vai fazê-la superar o trauma, mas para ajudar a mitigar um pouco daquela série de violação de direitos. E esse, particularmente, é um desejo meu, porque eu acompanhava esse sofrimento das crianças. As profissionais já são muito engajadas, que já trabalham com isso no município, mas a estrutura hoje não é adequada. E é o que nós vamos fazer agora: Adequar estrutura.

PP: Para voltar à pauta da cultura… Com o avanço da Lei Paulo Gustavo, remodelações nacionais nas diretrizes dos incentivos fiscais em prol do entretenimento… Como está Vitória nesse cenário? 

LP: Já está lançado o edital (da Paulo Gustavo). Tudo lançado, está aí. A Lei Paulo Gustavo e retomamos, após 6 anos, a Rubem Braga, que é a municipal. Eu vejo o setor cultural em uma crescente, organizado… E temos valorizado tudo o que é lícito na nossa gestão, como tem sido feito sempre.

PP: A pasta da Cultura, por outro lado, tem processos desgastantes, não?

LP: Sabe qual o problema? Eu sei que eu me desgastei muito, mas você, que se dispõe a ser gestor, tem que saber que é assim. Para organizar, tem que se desgastar. Era muito mais fácil deixar do jeito que estava. Todo mundo estaria feliz. Falando bem de mim. Mas é o justo. Por isso que eu tento construir aqui um negócio mais soft, mais leve. Às vezes as pessoas falam: ‘Ah, você foi na banda de tal pessoa que nem gosta de você, tocou na inauguração, na praça…’. O cara tem qualidade? Passou nos requisitos e cumpriu todas as regras? Deixa ele tocar.

2 comentários em “Vitória quer novo centro de eventos e terá abrigo infantil inédito no Brasil; “Cidade é exemplo”, diz Pazolini

  1. O Prefeito de Vitória tem feito um excelente trabalho, está levando dignidade a quem mais precisa e fazendo Vitória ser mais igual. Agora tenho orgulho de falar que mora na capital do Estado, sou de Vitória e minha capital voltou a sorrir 👏🙏

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