Opinião da Coluna Pedro Permuy: (só) oito minutos do dominical da Globo não seriam capazes de expor o que está, de fato, por trás dos trigrinhos do dinheiro, foguetes e aviõezinhos que te fazem rico em segundos, mas reais milionários dos jogos não tiveram o azar de aparecerem no horário nobre da plim plim. Já para os influenciadores… O leão da Receita que se cuide

Prometeram quebrar a banca. Mas, se bobear, o sucesso dos jogos de sorte (ou azar, como preferir) até aumentou de noite deste domingo (17) para cá.

É que os pouco mais de oito minutos que o Fantástico usou para expor o suposto esquema corrupto que está por trás do trigrinho do dinheiro e foguetes ou aviõezinhos (coitado de Silvio Santos nessa hora, que brincava com seus R$ 50 e R$ 100 voando pela sua inocente plateia) que sobem, sobem e sobem e te fazem rico em segundos não foram, de fato, capazes de mostrar tudo o que está por trás dos bastidores do cenário cuja menor parte da culpa – sem fugir dela – pode estar, sim, nos influenciadores, que, diga-se de passagem, de inocentes não têm nada.

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Estes, como em qualquer trabalho, recebem para entregarem a divulgação à que se propõem fazer. Nisso, nada fazem de errado (o leão da Receita que depois cuide do seu, afinal, quem somos nós para cobrarmos notas fiscais desses serviços).

Os outros 500 estão em esses influencers serem – ou não – coniventes com algo que, comprovadamente, seja ilícito – e não vale se dar por satisfeito com uma reposta como a que Carlinhos Maia postou no Instagram horas antes de o dominical da Globo ir ao ar.

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“Se eu falar para vocês pularem da ponte, vocês não vão (pular). Vocês jogam (os jogos de azar) porque querem. Eu jogo”, disse ele, levemente alterado, em vídeos que circularam na web.

Apesar do espetáculo todo gerado pelo empresário nas redes, ele mesmo não teve o rostinho bonito exibido no horário nobre da plim plim (o que faz a Coluna Pedro Permuy, que não é boba nem nada, se questionar: a quem interessa a matéria da Blaze no Fantástico da forma como a reportagem foi feita?).

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Sem nenhum juízo de valor, mas em tom de dúvida mesmo: por que os influencers que foram questionados na reportagem foram, aparentemente, escolhidos?

A exposição já gerou até chacota para Viih Tube, por exemplo, que teve o marido, Eliezer, emprestado como escudo para se proteger dos ataques nas redes sociais e gracinhas que ouviu de um ex-amigo ou outro colega de reality por aí.

Ter mostrado Jon Vlogs, Viih Tube, Juju Ferrari, Mel Maia, Rico Melquiades, MC Kauan e Juju Salimeni, só, não se justifica por serem eles “apenas” os alvos de investigação da polícia.

Se fosse caráter de denúncia, outros grandes nomes do mundo www teriam que ter aparecido – inclusive os que têm ligação direta ou indireta com a emissora dos Marinho – mesmo que de relance, sem dar muito holofote, para não queimar tanto o filme, “ok”.

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Dar o direito de resposta a cada um deles também não foi favor, senão cumprimento de uma premissa (básica) do jornalismo.

E não identificar os donos dessas bancas multibilionárias, os verdadeiros donos da Blaze, Crash, Jogo do Aviãozinho, do Tigrinho e por aí vai é o que não poderia ter acontecido nem em sonho. Não bastasse se darem bem nos países que sediam esses sites (lê-se, por exemplo, a paradisíaca Curaçao) com os que caem nos supostos golpes das plataformas, estes, sim, não tiveram azar nem na hora da produção da pauta do horário nobre da Vênus Platinada (ou, se tiveram, faltou serem, ao menos, citados com mais afinco no ar).

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Isso tudo não para, nem de longe, defender as plataformas de jogos, as apostas virtuais e nem nada que seja golpe, até porque, mais de R$ 100 milhões de patrimônio só da Blaze, por exemplo, foram bloqueados, segundo a apuração do jornalístico. Mas que o golpe está aí, está. E não só cai quem quer, senão cai também quem é induzido, quem o provoca e acoberta, ainda, que “só” imoralmente (e não ilegalmente, este colunista quer dizer).

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O resumo da ópera que fica é mais claro do que a água (e mais antigo que andar a pé): nem tudo o que reluz é ouro – sem ironia.

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