Um Estado pronto para ser um centro global de discussões e desenvolvimento dos conceitos de ESG. O Espírito Santo é considerado uma ilha de desenvolvimento e prosperidade no país e isso já começa a chamar atenção de lideranças de todo o mundo.

Prova são os eventos internacionais que já aconteceram e outros mais que tendem a acontecer em terras capixabas. E esse nível de organização tem muito a mão do governador do Estado.

Renato Casagrande assumiu o governo em 2019. Em 2022, foi reeleito para mais quatro anos. Nesse período tivemos eventos que mexeram  com a nossa economia.

Uma pandemia, a criação de um Fundo Soberano, recorde na exportação do café, abertura para um volume considerável de importação de veículos elétricos, a privatização do Porto de Vitória, o acordo pela indenização dos prejuízos causados pelo rompimento da barragem de Mariana, o maior desastre ambiental da história do Brasil.

E em meio a tudo isso, o Estado tem as contas ajustadas e nota A em capacidade de pagamento, título concedido pelo Tesouro Nacional. 

Nesse contexto, quais são os desafios de futuro? E está tudo dentro do previsto na gestão pública capixaba? É o que esclarece o governador Renato Casagrande na entrevista abaixo.

Todo esse cenário favorável ao desenvolvimento econômico estava planejado quando o senhor começou no primeiro mandato? Lá em 2019, o senhor pensou nisso dessa forma?

Nós trabalhamos com planejamento. Então, tudo isso que a gente está colhendo, e gosto de dizer para você que nós estamos colhendo resultados extraordinários, é fruto de trabalho.

Nesse tempo a gente está conseguindo resolver problemas que são desafiadores para nós. Agora mesmo, no acordo de Mariana, nós colocamos R$ 2,3 bilhões para fazer investimento na BR-262.

E, se for preciso colocar algum recurso deste acordo para a gente poder também melhorar as condições da BR-259, colocaremos. 

Nós ainda não destinamos recursos para lá porque o governo federal está dizendo que vai colocar dinheiro.

A BR-262 já é uma rodovia federal, mas nós estamos colocando dinheiro nosso para resolver o problema, não podemos  ficar esperando.

Nós conseguimos destravar os investimentos da BR-101, que retomou obras. É um grande acordo que envolve o Tribunal de Contas da União.

BR-101, BR-262… se for preciso colocar dinheiro na BR-259 também, nós colocaremos. 

 

A BR-262 e a BR-259 são expectativas que temos de resolver. Só na BR-262 nós tivemos duas tentativas de concessão e não deu certo porque o investimento é muito alto. 

Estamos agora discutindo a renovação da ferrovia que liga o Estado a Minas Gerais, também um investimento muito importante.

O Aeroporto de Vitória foi resolvido antes de eu chegar ao governo, foi no período de 2015, 2016, mas foi uma luta para resolver.

Inauguramos o aeroporto de Linhares, já começamos o aeroporto de Cachoeiro e Itapemirim. São investimentos estratégicos que ajudam o nosso desenvolvimento. 

Veja como é bom ter investimentos na área portuária, que a gente tem ali em Aracruz, na Imetame, empresa que está fazendo um bom investimento.

Também tem o Portocel, mas sempre com acompanhamento e com o apoio do governo do Estado. Nós conseguimos, com o governo do presidente Lula e do vice-presidente Alckmin, a criação de uma Zona de Processamento de Exportação em Aracruz. 

Falando das questões estratégicas da responsabilidade do governo federal, nós estamos encontrando o caminho para resolver esses problemas que são muito importantes para o nosso desenvolvimento. 

 

Muitos líderes exaltam a segurança jurídica do Estado. Recentemente, o senhor falou da linha de gestão seguida por governantes que vieram antes do senhor. Como o senhor acha que isso impacta no desenvolvimento do Estado? 

Isso impacta muito. Além de ter o cumprimento de contratos, temos no nosso Estado um ambiente de negócios adequado. A gente busca reduzir burocracia, ser ágil no atendimento aos empreendedores.

Aqui não tem ninguém que fale para você que alguém do governo está pedindo alguma coisa fora daquilo que é republicano. Nós atendemos o empreendedor, queremos que ele se instale aqui para gerar emprego, gerar renda, gerar oportunidade. 

Eu quero que todos os capixabas possam ter uma renda que lhes dê dignidade. Eu quero trabalhar para isso.

É fundamental que as pessoas tenham renda. Você, por exemplo, tem um salário, tem sua renda. Eu quero que cada cidadão capixaba tenha um emprego ou uma renda, que ele tenha a oportunidade de viver com dignidade.

Ter esse bom ambiente de negócios, ter continuidade e aperfeiçoamento de um governo passando para o outro, isso é responsabilidade com a população que nós representamos. 

 

Hoje, o nosso Estado tem as contas organizadas. Desde 2012, quando eu governei pela primeira vez, somos “nota A” em gestão fiscal.

Temos um Fundo Soberano que é um recurso da receita corrente líquida. É R$1,8 bilhão, um bom volume de recurso que eu poderia utilizar, mas nós tomamos a decisão de fazer com esse recurso a atração de empresas que não sejam de petróleo e gás, na área de inovação, de transição energética, para que a gente não fique dependente. 

Eu poderia usar o recurso, mas estou demonstrando que a administração pública pode pensar também no médio e no longo prazo.

Não pode vender o almoço para comprar o jantar. Ter um Fundo Soberano, ter dívida pública negativa, que é a gente ter mais dinheiro do que dívida, maior percentual de investimento em infraestrutura do Brasil, mostra a saúde e a organização financeira fiscal. 

E isso produziu, por exemplo, a melhor educação do ensino médio do Brasil. Nós, junto com Goiás. Produziu a maior expectativa de vida do Brasil, junto com Santa Catarina, a terceira maior segurança alimentar, a menor mortalidade infantil do país.

Um Estado organizado vai sim criando um bom ambiente de negócios para que haja empreendedorismo aqui, que as pessoas sejam prósperas, mas também vai dando resultado na qualidade de vida.

Como o senhor avalia a relação do governo com as empresas?

Eu avalio de forma muito positiva, porque essa boa relação que nós temos hoje entre as instituições públicas, Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Tribunal de Contas, é importante.

Mas é muito importante que o governante tenha a capacidade de se relacionar com a sociedade. E as entidades representam parte da sociedade. 

Tenho que me relacionar bem e ter uma parceria, como tivemos neste evento internacional (Horasis Global Meeting, ocorrido em Vitória entre 24 e 27 de outubro), que o setor privado participou, contribuindo com o governo na organização e no financiamento e isso mostra a confiança que nós temos um no outro.

Isso cria esse bom ambiente de expectativa positiva, de esperança. Ao mesmo tempo, o governante tem que se relacionar bem com o movimento popular, com o movimento sindical, com o movimento da sociedade que trata das questões ambientais. 

Um projeto de governo que tem que pensar na política e no resultado administrativo e isso só fica de pé se esses resultados puderem ser comunicados, informados de forma clara para a sociedade.

 

Do ponto de vista de ambiente de negócios, qual é a maior carência do Estado hoje? Quais são os pontos que o senhor acha que precisam ser atacados?

Acho que nós temos ainda a burocracia desnecessária. Nós temos ainda a necessidade de aperfeiçoar algumas legislações na área fazendária.

Já fizemos muitas, mas podemos fazer mais. A tecnologia nos permite fazer isso, para a gente diminuir cada vez mais a burocracia. 

Ainda temos uma certa lentidão nas respostas, o sim ou não da área ambiental, que pode melhorar um pouco mais. E nós estamos investindo forte, vai melhorar muito para o ano que vem, a oferta de serviços digitais.

Nós queremos que todos os serviços do governo sejam ofertados ao cidadão de forma eletrônica, digital, que ele possa acessar no seu celular, no seu computador, na sua casa, todos os serviços que ele desejar do governo do estado. 

Ainda falta incorporar um pouco de tecnologia. Até o ano que vem a gente faz essa mudança mais completa. Esses são os pontos que eu poderia destacar como ainda necessários para a gente melhorar mais esse ambiente de negócios. 

Qual o ativo do Estado que tende a dar retorno? 

Eu acho que o turismo vai dar retorno. É uma atividade que está crescendo e estou trabalhando para isso.

Vamos agora, na próxima segunda-feira (4/11), receber o projeto do Centro de Convenções que a Prefeitura da Serra elaborou para nós, o projeto básico. Nós vamos contratar esta obra. 

O turismo é uma atividade sobre a qual veremos o desenvolvimento, o crescimento, porque o Estado é organizado, equilibrado, bonito, bem posicionado e nós ainda não somos tão conhecidos.

Nós queremos estabelecer conexões com o Brasil e com o mundo. Eu tenho certeza de que esta atividade vai ser cada vez mais importante.

Falando em estabelecer conexões, como o senhor vê o Estado em relação a demandas do ESG? Podemos realmente ser um centro global de ESG, como foi anunciado no recente evento Horasis?

É, sim, um caminho muito importante e o que a gente pode ofertar, como um Estado com população pequena como a nossa, é qualidade de vida.

E não tem como falar disso sem falar de meio ambiente, sustentabilidade e proteção dos recursos naturais.

Nós temos hoje uma excelente ação nessa área, seja através do Programa de Mudanças Climáticas, seja através do programa Reflorestar, que é a recuperação de cobertura florestal, que vai se ampliar muito agora com o acordo que a gente fechou de Mariana. 

Vai ter muito dinheiro para essa área de recomposição florestal, seja através do saneamento básico, que a gente tem investimentos fortíssimos no Estado, seja através do controle do desmatamento, que a gente tem hoje um acompanhamento em tempo real, seja através do plano de adaptação que nós estamos elaborando para enfrentar melhor os eventos climáticos extremos. 

O Estado tem uma vertente voltada para a área da sustentabilidade importante.

Nós temos uma política na área social que dá resultado e temos governança, mas o Estado só será, de fato, a capital do ESG, como os gringos que vieram aqui estavam falando, se a sociedade se envolver, porque essa não é a ação do governo do estado, isso tem que ser a ação dos empreendedores, do cidadão, da cidadã, que, dentro da sua casa, consiga separar o lixo, que possa racionalizar consumo, que possa racionalizar viagens. 

Temos uma série de medidas que temos que tomar como sociedade para que, de fato, sejamos um Estado sustentável.

Tem empresa que se acha sustentável porque o presidente da empresa comprou um carro elétrico. A gente precisa ter a compreensão clara da dimensão do que é ser sustentável, daquilo que é ser, de fato, alguém que dê uma contribuição efetiva. 

Para você trabalhar com sustentabilidade você tem que fazer a transição energética, você tem que mudar de combustível fóssil para combustível renovável e isso exige investimentos.

 

Você tem que mudar o processo produtivo da ArcelorMittal, tem que mudar a forma de produzir da Vale e de outras empresas, e a gente tem trabalhado isso muito com as empresas. 

O próprio Bandes mesmo fez uma parceria com uma startup capixaba, tratando do potencial de redução de gases de efeito estufa de diversas empresas, fazendo o inventário de emissão de gases de efeito estufa e as medidas para poder reduzir essas emissões. A companhia de saneamento está entrando na mesma toada do Bandes. 

Nós temos hoje aqui diversas iniciativas importantes que isso vai gerando negócios verdes, que são negócios que o Brasil precisa aproveitar cada vez mais. 

O senhor tem mais dois anos pela frente no governo. E a gente está falando de muitos recursos, o Espírito Santo é um Estado rico e estão chegando R$ 40 bilhões desse acordo de Mariana. Não dá medo de ter tanto dinheiro na mão assim? 

Eu acho que o Estado não é rico, é bem organizado. Tem gente que ganha R$ 30 mil por mês e vive no cartão de crédito, devendo. E tem gente que ganha R$ 3 mil por mês e vive organizado.

Nós não somos um Estado rico, nós somos um Estado organizado. E está chegando, de fato, esse dinheiro da compensação pelo rompimento da barragem de Mariana.

Vai chegar ao longo de 20 anos, não é um recurso que chega todo agora para nós. Então, poderá começar a entrar algum recurso este ano ainda, 30 dias após a homologação do acordo pelo Supremo Tribunal Federal, que deve acontecer nesta semana.

Então, são R$17,3 bilhões que vão ser disponibilizados pelo Estado em 20 anos. E você terá recurso do governo federal que também terá que ser usado na Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo. 

O que eu vou fazer para usar bem esse recurso? Vou criar uma secretaria de articulação, de acompanhamento, de conexões com o governo federal. Uma equipe pequena vai cuidar de acompanhar esses investimentos. 

 

Porque se vem um recurso para a rodovia, por exemplo, quem vai executar vai ser o DER. Se vem um recurso para recompor cobertura florestal, quem vai executar vai ser a Secretaria de Meio Ambiente.

Essa secretaria vai fazer esse acompanhamento da aplicação e prestar contas desse recurso. Vamos montar uma estrutura que vai ter capacidade de nos dar segurança para usar bem esse dinheiro.

Mas hoje a equipe é do senhor. Daqui a dois anos não será mais. Tem como “amarrar” o uso desse dinheiro? 

Está bem amarrado, em saneamento, em meio ambiente, na BR-262, no hospital de Colatina, o Silvio Avidos… no novo hospital. Está bem amarrado com relação a algumas outras destinações.

Eu sempre alerto que quem deve e quem precisa estar na vida pública, em especial na função de governador, é quem gosta de trabalhar e quem gosta de ser feliz fazendo a felicidade coletiva. Mas tem gente que está na vida pública com outros objetivos. 

A gente tem que ter o cuidado na hora de eleger o governador ou a governadora em 2026. Temos que colocar gente que tenha identidade com o serviço público, que goste de trabalhar, de produzir e que seja feliz com isso.

Tem gente que só consegue ser feliz acumulando patrimônio e o governante não pode ter esse perfil, porque ele precisa ser feliz fazendo aquilo que as pessoas precisam. 

Quais são os valores que um executivo precisa ter e sustentar independente do momento?

Precisa ter dedicação ao serviço. Um governante não pode ter outra atividade. Tem que acordar pensando no governo, dormir pensando no governo.

Tem que ter dedicação, tem que ter identidade com o serviço público, tem que gostar da administração pública, tem que gostar de lidar com as pessoas, do povo, conviver com as pessoas, porque o poder às vezes te afasta.

Você vai pegar um avião, se só tem um avião particular, coisa que o governo do Estado não tem, você se afasta de uma convivência, de uma viagem com todo mundo. 

Alguém pode fazer alguma crítica a você, é normal que isso aconteça desde que seja de forma educada. O governo tem que gostar das pessoas, gostar de conviver e de ter essa interação com as pessoas. Acho que esses são valores importantes para quem está na vida pública. 

Como o senhor avalia a aplicação dos recursos do Fundo Soberano? Como é que ele faz a diferença para o Espírito Santo? 

Ele já está fazendo uma diferença boa porque o primeiro investimento foi na área de inovação. A gente alocou R$ 250 milhões que estão sendo aplicados para atrair empresas da área de tecnologia para cá ou potencializar as empresas que estão aqui. Isso tem dado certo.

A ideia do fundo é nos associarmos à empresa, investir por um tempo e depois vender a parte e o dinheiro volta para o fundo.

Nós já estamos chegando perto de vender parte das empresas que nos associamos. Não queremos fazer parte de empresa pelo resto da vida, não é isso.

O objetivo do fundo é fazer com que os negócios sejam fomentados, ou apareçam ou que sejam ampliados, mas que sejam fomentados. 

A outra atividade que a gente lançou também é o que a gente está chamando de Fundo Clima, porque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem um fundo com esse nome que financia atividade de transição energética.

Nós queremos colocar R$500 milhões do Fundo Soberano e o BNDES coloca R$ 500 milhões. Então a gente teria aqui no Estado um fundo de R$ 1 bilhão operado pelo Bandes para financiar a transição energética. 

No ano que vem o governo do Estado pretende organizar um encontro de fundos soberanos de todo o mundo aqui no Espírito Santo, em abril. Como vai ser esse encontro? 

Existe uma associação mundial de fundos soberanos e eles querem fazer o evento aqui. E nós vamos recepcionar esse evento porque, para nós, ele cumpre um papel importante. Nós somos referência, um fundo soberano de um ente subnacional… de um Estado. 

Os fundos soberanos que vamos receber são de países como Noruega, Singapura, alguns países do mundo árabe que querem ter lastro de segurança para o futuro investindo fora dos seus países. Nós não.

Nós queremos que os investimentos aconteçam aqui. Então, nós vamos recepcionar para que cada um apresente a sua experiência mundial e a gente possa aperfeiçoar, se for o caso, o funcionamento do nosso fundo soberano, que virou, de fato, uma grande referência. 

Por que virou uma referência? Porque o Brasil está acostumado a ver os estados quebrados, muitas vezes sem capacidade de pagar suas dívidas, de pagar seus servidores, de fazer investimento.

Na hora em que a gente cria um Fundo Soberano, que a gente pega recursos do petróleo para investir em outras fontes de energia renovável e investir em inovação, isso mostra que este é um caminho importante. 

O Brasil deveria fazer isso, que é usar parte da riqueza do petróleo para fazer a transição energética mais rapidamente. A gente usa um combustível fóssil para avançar com combustível renovável.

O outro ponto é sair da dependência do petróleo. A hora que você financia outras atividades com a riqueza do petróleo, você não fica dependente do petróleo.

O senhor tem mais dois anos de governo pela frente e acabamos de ter um aperitivo de como vai ser a disputa eleitoral em 2026, porque a gente vem de uma eleição municipal. O senhor se considera vitorioso com as eleições deste ano? 

Eu primeiro acho que nós tivemos uma eleição que fortaleceu muito as instituições. A democracia saiu vitoriosa porque você não viu problemas críticos no Estado.

Ah, tem uma briga ali, uma disputa aqui, um cabo eleitoral que disputou com outro lá, tudo normal da política, desde que eu me entendo por gente. A gente viu um debate, mas ninguém questionou o resultado eleitoral. 

Passamos daquela fase das pessoas questionarem o resultado da eleição. Passamos do questionamento se o voto tinha que ser impresso ou não, se o voto era seguro ou não. Nesta eleição, isso saiu de cena. Então, primeiro, vamos destacar aqui o papel das instituições no nosso sistema eleitoral, que é importante. 

Segundo, eu me considero vitorioso, sim, porque o governo do Estado teve uma eleição tranquila e praticamente todos os eleitos, os prefeitos, as prefeitas eleitas, têm uma relação boa comigo.

 

Pode não ser uma relação de alinhamento político total, mas não tem ninguém que não possa sentar e conversar. E elegemos muitos bons aliados, gente que se elegeu de forma estrondosa. 

Tivemos um índice grande de reeleição e tivemos prefeitos que se reelegeram com 92,5% dos votos, como o caso do prefeito de Viana. Prefeito que se elegeu com 88% dos votos, como o caso do prefeito de Cariacica, 78% dos votos, como o caso do prefeito de Vila Velha. Isso nunca tinha acontecido.

Esse percentual de votos é resultado do trabalho do prefeito, lógico, mas trabalho dos investimentos do governo do Estado nos municípios, porque isso cria um ambiente de esperança para as pessoas. 

Me considero sim vitorioso. Veja o que o Sérgio Vidigal fez na Serra, com o nosso apoio, mas ele liderou, ele buscou um candidato que tinha zero, ninguém conhecia e o resultado da gestão dele, somado ao resultado do governo do Estado, elevou o desempenho do candidato, porque ninguém elege um poste.

O candidato precisa ter desempenho, e o Weverson teve muito, uma extraordinária performance. Tudo isso compõe um saldo positivo em que a gente tem capacidade de conversar, de continuar trabalhando juntos e de começar a pensar no futuro, para 2026. 

É importante pensar em quem vai me suceder para continuar com resultados e que a gente melhore ainda mais.

Quem vai me suceder? Nós temos lideranças importantes que foram reeleitas, eleitas, gente que já está na política, como é o caso do vice-governador Ricardo Ferraço. A gente tem hoje condições de dar segurança ao Espírito Santo. 

O senhor acha que esse legado de gestão pública está garantido lá em 2026? 

Não. Tem que cuidar dele. Não está garantido, não. Porque construir não é fácil, destruir é muito mais fácil.

É preciso a gente ficar atento, saber quem nós vamos colocar no governo.

 

Conquistamos uma credibilidade no Brasil. Inacreditável o que foi esse Estado e o que é esse Estado hoje. Onde eu vou, e eu viajo muito pelo Brasil, as pessoas olham para o Espírito Santo com respeito. Nós conquistamos essa posição. Agora, isso exige uma vigilância permanente. 

É a bandeira do Espírito Santo: Trabalha e Confia. “Trabalha como se tudo dependesse de ti, confia como se tudo dependesse de Deus”. É trabalhar e confiar. Tem que vigiar para a gente não cometer a bobagem de eleger gente que não gosta de trabalhar na vida pública e que tenha outros interesses. E a gente descartar gente que fica só brigando, enfrentando, que não consegue agregar. 

No parlamento, pode dar certo isso. Gente que acorda e a primeira coisa que faz quando mete o pé no chão, em vez de fazer a sua oração, é querer falar mal de alguém, já quer ir na rede social e xingar alguém.

E tem gente desse tipo que quer ser governador do Estado. Tem que trabalhar, confiar, mas também tem que vigiar para poder não entrar num caminho errado. 

Renato Casagrande é governador do Espírito Santo

Veja abaixo a entrevista completa:

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