O árbitro de futebol capixaba Francisco Cássio teve a perna amputada após um acidente de moto no final do ano passado. Amigos do profissional estão organizando uma rifa para ajudá-lo com os custos da recuperação.
Cássio sofreu um acidente de moto quando estava voltando do treino, no dia 18 de dezembro do ano passado, próximo ao Terminal de Vila Velha. Ele chegou a ficar em coma por dois dias e internado no hospital por cinco dias. Os médicos disseram que treinar com regularidade durante a vida toda ajudou na recuperação.
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O árbitro só recobrou a memória após o quinto dia de recuperação, mas não se lembra de como foi o acidente. Segundo ele, a única coisa que se recorda é que um carro o atropelou quando já estava chegando em casa e que foi arremessado por cerca de 10 metros.
Após o ocorrido, Cássio teve a perna amputada e está fazendo fisioterapia com o apoio de uma academia que pertence a um amigo. Ele ainda não conseguiu liberação do tratamento pelo SUS e pelo INSS e por isso conta com os equipamentos e profissionais da academia.
“Para a recuperação é se agarrar nas forças de Deus e seguir em frente. Infelizmente, o Governo e o INSS não ajudam”, comenta.
Rifa para ajudar com os custos
Além de jogos profissionais, o árbitro também participava de “peladas” e jogos amadores. Cássio conta que recebeu apoio de times amadores de Vila Velha. Três amigos, que jogam em um desses times, foram os organizadores da rifa.
Bruno Barros, Cláudio Alves e Dimitrus compraram uma camisa oficial do Flamengo autografada pelo ídolo Zico e colocaram como o prêmio do sorteio. Em dois dias de rifa, mais de 130 números já foram vendidos.
O dinheiro será usado para ajudar a arcar com os custos da recuperação de Cássio e com a renda da família, já que o profissional está afastado do trabalho.
Para comprar as rifas e ajudar o árbitro, basta acessar o link https://criarifa.com/zW990L. Cada rifa custa R$ 10,00.
Apoio de colegas e da Federação
Além da rifa, o árbitro frisou que conta com o apoio de colegas e também da Federação de Futebol do Espírito Santo (FES).
“No dia seguinte ao acidente, houve a confraternização da arbitragem. Ali mesmo o pessoal já se juntou para me apoiar. Ajudam com dinheiro, remédios, equipamentos… Foram 27 anos de trabalho, conheci muita gente e eles estão me ajudando”, afirma o árbitro.
Ele é árbitro federado desde 1999 e já apitou jogos de Série A. Em 2023, foi o árbitro da final da Segunda Divisão do Campeonato Capixaba. Aos 50 anos, já estava caminhando para o final da carreira e seria árbitro auxiliar em 2025.
Cássio faz questão de agradecer pelo apoio que tem recebido de amigos e da FES. Ele ressalta que o presidente da comissão de arbitragem do ES, Marcos André Gomes, foi o primeiro a visitá-lo e que o presidente da Federação, Gustavo Vieira, prometeu fazer uma campanha para a compra de uma prótese.
Volta aos gramados
Francisco Cássio espera voltar aos gramados um dia. Ele afirma que sente falta de correr e apitar jogos.
“Minha mente está focada em voltar e ser o primeiro árbitro a apitar com uma prótese”, revela Cássio.
O árbitro espera voltar a apitar jogos amadores quando estiver recuperado e com uma prótese. Sobre a volta à arbitragem profissional, ele não descartou nenhuma possibilidade, apesar de não haver um programa para árbitros deficientes atualmente.
“Se a Federação convidar, seja para apitar em um jogo sub-15, 17 ou 20, eu topo!” disse Cássio.