O ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello, 72 anos, é considerado um dos maiores gestores da história do clube. Ele liderou uma reestruturação administrativa que tirou o Fla de uma grave crise financeira e o colocou no caminho das grandes conquistas.
Durante sua gestão, de 2013 a 2018, o Flamengo saneou suas dívidas, estruturou sua base financeira e pavimentou o sucesso esportivo que o time colhe até hoje, incluindo títulos importantes como os da Libertadores (2019 e 2022) e do Brasileirão (2019 e 2020) nos anos seguintes.
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Convidado para sessão em Vitória
Deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro, Bandeira de Mello (PSB) estará em Vitória nesta quinta-feira (27) para participar de uma sessão solene que irá debater a nova Lei Geral do Esporte (LGE).
A audiência, proposta pelo vereador Bruno Malias (PSB), acontece na Câmara Municipal de Vitória, às 19h30, reunindo autoridades, esportistas e gestores para discutir os impactos e avanços da nova legislação no cenário esportivo nacional.
Antes, conversou com a reportagem do Folha Vitória e deu a sua opinião, entre outros assuntos, sobre a possibilidade de o Flamengo virar ou não uma SAF.
“O Flamengo não tem a menor necessidade de se transformar em SAF”, defendeu Bandeira de Mello.
FOLHA VITÓRIA — O senhor está na história como o presidente que deu início à reformulação da gestão do Flamengo. Hoje o Flamengo tem faturamento anual de mais de R$ 1 bilhão. Como vê, de fora, a situação atual e onde acredita que o clube pode chegar em termos de gestão e faturamento?
BANDEIRA DE MELLO — A situação financeira do Flamengo hoje é extremamente confortável graças aos sacrifícios e à politica de responsabilidade e austeridade adotada quando havia a necessidade e, também, graças ao enorme potencial de geração de receitas que uma torcida de 45 milhões de rubro-negros representa. Caso o clube seja gerido com competência, sem deixar de lado a responsabilidade, poderemos evoluir mais ainda e nos ombrear com os principais clubes do mundo.
O Flamengo é um dos poucos, pouquíssimos clubes que consegue segurar por mais tempo um jogador revelado na base e, ao mesmo tempo, fazer contratações de primeiro escalão. E isso tudo sem ser SAF. O senhor acredita que o Flamengo consegue se manter neste padrão sem virar SAF?
O Flamengo não tem a menor necessidade de se transformar em SAF e já provou isso ao sair de uma crise gravíssima sem mudar seu modelo societário.
O senhor é favorável ao fair play financeiro no futebol brasileiro? De qual forma?
O fair play financeiro é absolutamente necessário para evitar que uma aventura irresponsável cause prejuízos esportivos às competições. E também para dar um exemplo positivo aos milhões de brasileiros que têm no futebol sua principal referência na vida. Ele deve estar presente na legislação esportiva e nas normas que regem as competições, definidas por entidades de administração do esporte ou por ligas.
Por que é tão difícil a união entre os clubes para a formação de uma liga?
Até agora não existe nenhum movimento efetivo no sentido de criar ligas que efetivamente organizem as competições. Quando acontecer, as ligas devem seguir os exemplos positivos do exterior e, como primeira medida, administrar o calendário esportivo. Para tal, devem ter uma governança racional e participativa. Quando esse movimento ocorrer, certamente haverá uma reação do atual sistema. A união dos clubes será fundamental para enfrentar as barreiras que certamente aparecerão.
Audência pública com Bandeira de Mello
Bandeira de Mello é o principal convidado para a audiência pública que será realizada nesta quinta-feira, na Câmara Municipal de Vitória, a partir das 19h30, com foco na Nova Lei Geral do Esporte (LGE).
O evento visa discutir os avanços dessa nova legislação, com o objetivo de garantir mais recursos, oportunidades e uma gestão mais eficiente para o esporte em Vitória e em todo o Estado.
“O esporte precisa de planejamento, transparência e recursos bem aplicados para se desenvolver. A experiência de Bandeira de Mello mostra como a organização e a responsabilidade na gestão podem fazer a diferença. Será um privilégio contar com sua visão nesse debate sobre os avanços que a LGE pode trazer para o setor”, justifica o vereador Bruno Malias, ex-atacante da seleção brasileira de beach soccer.
Serviço
Audiência pública sobre a Lei Geral do Esporte (LGE)
- Quando: hoje (27)
- Horário: 19h30
- Local: Câmara Municipal de Vitória
- Entrada: gratuita