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O que eu senti na Dez Milhas Garoto!

Emoção, dor e muita adrenalina. Sentia tudo isso ao mesmo tempo quando cruzei, pela primeira vez, a linha de chegada da Dez Milhas Garoto na manhã deste domingo depois de correr todos os 16,08 quilômetros de prova. Sou uma recém-corredora e o desafio veio após quatro meses da minha estreia nas ruas. Minha primeira prova foi a Corrida da Penha, em abril deste ano. Antes da Dez Milhas, só participei de três provas de dez quilômetros e outras três de cinco quilômetros.

Apesar da “inexperiência”, sempre tive certeza que completaria a prova. Conto abaixo a mistura de sentimentos que tomou conta de mim durante esse que foi o meu maior desafio pessoal até agora.
Veja a galeria de fotos da Dez Milhas Garoto! Clique aqui.

Tensão pré-Dez Milhas – No sábado à noite a ansiedade era enorme. Deitei cedo, por volta das 21h, mas o sono não vinha. Estava preocupada com a minha hidratação e toda hora levantava para tomar um copo de água. Nada de vir o sono. Desespero. Comecei a ler, vi seriado, passei pra TV e nada… Meia noite desliguei tudo e decidi fechar os olhos. Adormeci e acordei com o despertador às 5h30.

Café da manhã – Pulei da cama e fui direto pra janela. Dia lindo e a promessa de sol escaldante para o mês de setembro. Até um arco-íris, que provavelmente terminava lá na Fábrica da Chocolates Garoto, decidiu aparecer! Tomei meu café, coloquei o “uniforme” e fui correndo pra Camburi. Cheguei às 7h para dar tempo de alongar!

0 km – Ansiedade, alegria e tensão. Na largada, na Praia de Camburi, a expectativa era grande. Fui me alongando, ouvindo algumas dicas dos outros corredores sobre o percurso e me diverti um bocado com aqueles personagens que estão sempre presentes nas provas para alegrar a galera. Fiquei impressionada com a grandiosidade da prova. A maior que já participei até agora. Muita gente. Acredito que bem mais de sete mil pessoas.

Largada – Inspiração. Assim que ouvi o apito da largada liguei o Ipod, o app de GPS e comecei a correr leve e pensando em coisas boas. Quando estávamos próximos à ponte de Camburi, baixei o volume da música e ouvi “gritos de guerra”. Tirei o fone, olhei para o lado e vi atletas da Polícia Militar. Pensei: “Tudo que eu queria era seguir esses caras até o fim!”.

4 km – Medo e força quando cheguei na praça do Pedágio da Terceira Ponte! Chorei quando olhei pra frente e vi um mar de gente subindo aquela dura “ladeira”. Não me intimidei! Continuei correndo. Ao meu lado, muita gente caminhando. Para “distrair”, se é que isso era possível, peguei o Iphone e comecei a fazer fotos do alto da ponte. Engoli minhas lágrimas em meio ao suor do rosto e o joelho já começava a dar sinais de dores. Resolvi me concentrar e olhar para o chão quando percebi muita gente tropeçando em alguns buracos na lateral da ponte, provavelmente por onde a água da chuva deve escorrer. A subida não terminava. Quando achava que estava chegando ao vão central, outra parte mais íngreme, que a gente não percebe quando passa de carro, castigava mais ainda meu joelho. Continuei correndo, mas diminui o ritmo para 5km/h. Quando pensei em caminhar, desliguei o Ipod para ouvir minha respiração e a dos outros corredores. Ganhei mais força. Dei play novamente na música e quando alcancei o vão central deu início a uma versão de I’ve Got the Power! Proposital.

Meio da Ponte – Emoção. Bem no meio da ponte, um corredor que passou ao meu lado gritou sugerindo um minuto de silêncio. E todos se calaram. Emocionante! Chorei novamente. Olhei para o mar lá embaixo e pensei nas pessoas que desistiram de suas vidas ali. Desejei, ao olhar para o Convento da Penha, que não haja outras.

Descida – Alívio, calor e mais ansiedade. Comecei a descida da ponte em ritmo acelerado e tentando manter o equilíbrio. Muitos caminhavam. Pensei que seria melhor dar uma “desacelerada”, mas a ansiedade em acabar a ponte e alcançar o posto de água era grande. Não ventava quase nada em cima da ponte e o calor era infernal. Muito abafado. Precisava me hidratar.

Fim da Ponte – Sede e dor. Ao chegar quase no fim do trajeto mais temido por todos, a solidariedade de um morador às margens da Terceira Ponte me chamou a atenção. Ele, com uma mangueira, do alto de uma laje, jogava água nos atletas. A vibração da galera era geral. Me molhei, bebi água e respirei mais fundo. Faltava metade da prova ainda. Status do joelho: muita dor!

Orla da Praia da Costa – Força e fôlego. Fiz todo o trajeto até à praia alternando minha velocidade. O sol estava mais forte. Vi um senhor passando mal e sendo socorrido por populares no calçadão. Achei melhor diminuir o meu ritmo.

Centro de Vila Velha – Dor, dor, dor e resistência. Não queria caminhar. A avenida Castelo Branco, em minha opinião, foi o pior trecho. Claro, já estava muito cansada, na reta final da prova, e algumas subidas e muitas falhas no asfalto me exigiram mais atenção e força.

Jaburuna – Reta Final – Concentração. Desliguei a música no Iphone e me concentrei na minha dor. Fazia os movimentos do pé de forma que minimizassem o impacto do joelho. Ouvi os gritos de força e alívio dos demais corredores. Quando olhei a linha de chegada lá longe veio o choro.

Chegada – Choro, falta de ar, coração acelerado e dores. Chorei de soluçar quando vi a multidão que estava em frente à sede da Chocolates Garoto. Procurei meu marido e ele já estava com o celular a postos fotografando a minha chegada. O ar estava acabando e bateu um desespero quando tentei respirar e o que veio foi um soluço! Chorei, chorei e chorei. A cabeça estava a mil e o coração acelerado. Clichês à parte, um filme se passou pela minha cabeça. Estava a uns 50 metros da linha de chegada quando olhei para o painel eletrônico e estava marcando 1h49min26segundos. Não sei de onde tirei forças, mas corri forte para terminar antes de 1h50. Levantei os braços na linha de chegada e fui diminuindo o ritmo devagar. Parei de correr e, por alguns instantes, achei que ia cair. A vontade era de me jogar no chão. Câimbras nas pernas enquanto aguardava a entrega da medalha e a melhor sensação do mundo dentro do peito. Esse foi, sem dúvidas, um dos dias mais felizes da minha vida!

Conte sua história com a Dez Milhas também!

A minha primeira Dez Milhas Garoto me rendeu ótimas experiências e as melhores sensações que poderia sentir. E você? Teve paciência de ler meu texto acima e ficou inspirado para me contar a sua história também? Faça isso e concorra a um prêmio bem legal!

O Blog Corrida de Rua, em parceria com a Chocolates Garoto, lança uma promoção que vai premiar o leitor que contar a melhor história de superação na edição 2012 da Dez Milhas Garoto. Você que correu a Dez Milhas Garoto pela primeira vez ou que já é veterano na corrida e tem boas histórias para contar sobre o esporte que cada dia ganha mais adeptos no país pode participar!

O ganhador da promoção vai visitar a fantástica fábrica da Chocolates Garoto, na companhia de um acompanhante, e conhecer como são produzidos os deliciosos produtos. Além disso, vai levar para casa um lindo kit com chocolates.

Para participar da promoção, você deve seguir os passos abaixo:

– Enviar um e-mail para [email protected] contando como foi sua experiência na Corrida Dez Milhas Garoto 2012. Você pode enviar fotos para ilustrar a sua história! Não esqueça de informar nome completo e telefone de contato.

– Facebook: Curtir a página do Blog Corrida de Rua [Clique aqui].

O sorteio será realizado no dia 10 de setembro! Participe, prepare sua inspiração e envie fotos cruzando a linha de chegada!