A repórter da TV Vitória Camila Ferreira acompanhou o treino do ultramaratonista capixaba Carlos Gusmão, selecionado para a disputa da corrida mais difícil do planeta, a Badwater. O atleta é um dos três brasileiros aceitos para a prova, que acontece em julho, na Califórnia, Estados Unidos. Além disso, Gusmão é o primeiro capixaba da história a representar o Espírito Santo na Badwater. Ao todo, mais de quatro mil atletas se inscrevem na competição todos os anos, no entanto, apenas 100 corredores são selecionados.
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Gusmão explica como é o processo seletivo e afirma que ser o primeiro capixaba aceito na prova já é uma vitória. O atleta precisa ter três pré-requisitos para entrar nesse seleto grupo de ultramaratonistas: ter participado pelo menos uma vez da Badwater, ou ter cumprido três ultramaratonas de 100 milhas, o que dá 160 quilômetros, ou ter participado da Brasil 135 e completado a prova em menos de 48 horas. Eu tenho duas participações na Brasil 135, todas abaixo de 48 horas, sendo a última com 32 horas, uma marca muito expressiva para essa prova. Inclusive, eu fiquei em 4º lugar, o que me deu condições de estar pleiteando uma vaga.
O palco da disputa será o deserto de Mojave. A corrida dura cerca de quarenta horas ininterruptas. O percurso começa no Vale da Morte, a 85 metros abaixo do nível do mar, e termina no Monte Whitney, localizado a mais de 2.5 mil metros acima. A temperatura sob o sol escaldante pode passar de 50 graus. Em alguns casos, os corredores desistem porque os tênis não suportam o calor do chão.
Para enfrentar essas condições climáticas, o treino de Carlos Gusmão é muito severo. Desde que foi aceito na prova, há cerca de um mês, ele intensificou o treinamento. Todos os dias o atleta corre cerca de trinta quilômetros com uma roupa especial. Afinal, a principal preocupação de quem vai enfrentar mais de duzentos quilômetros de corrida é a hidratação.
Durante a prova eu conto com uma equipe de apoio, que vai junto com o carro, me acompanhando durante toda a prova. A cada 20 minutos eu pretendo me hidratar com água e bebidas com sais minerais, para manter minhas condições fisiológicas. Durante o percurso, existem alguns pontos de controle, onde a equipe de prova checa o peso dos atletas. Caso o atleta tenha perdido mais de três quilos, é necessário se hidratar mais até voltar ao peso normal para continuar a prova. A prova é muito perigosa e as pessoas até correm risco de morrer.
Os treinos de Carlos Gusmão incluem subidas íngremes e descidas em terrenos irregulares. Nos finais de semana, o atleta chega a percorrer cem quilômetros, só que em condições climáticas muito mais amenas do que as que ele vai encontrar no deserto. Carlos Gusmão segue neste ritmo até três semanas antes da competição, tempo necessário para o corpo recuperar as forças.
A maior expectativa de Gusmão é vencer seus próprios limites e terminar a prova mais difícil do planeta entre os primeiros colocados. Quero saber como o meu corpo vai suportar o calor extremo. E eu tenho duas expectativas: a primeira é ir para a prova para chegar entre os primeiros, mas se eu começar a perceber que o calor está demais e que meu corpo não está agüentando, eu vou tentar administrar para conseguir pelo menos finalizar a prova e voltar com a medalha de finish aqui para o Espírito Santo.
Show!! Muito Legal…Valeu o incentivo!!
Espetacular, já to torcendo muito,